Morre o renomado cenógrafo Roberto Alves Gallo, responsável pela cenografia dos tanques do Bioparque Pantanal

Foto: Roberto Gallo trabalhou com paisagismo e obras desde 1975/Bruno Rezende
Foto: Roberto Gallo trabalhou com paisagismo e obras desde 1975/Bruno Rezende

O cenário artístico e paisagístico perdeu um dos seus talentos mais brilhantes com a triste notícia do falecimento de Roberto Alves Gallo, ocorrido na manhã desta terça-feira (18). Gallo, que também era reconhecido como um renomado artista plástico, veio a óbito devido ao rompimento de uma artéria do coração.

Nascido em Campinas, São Paulo, em 15 de maio de 1957, Roberto Gallo deixou um legado impressionante na área da cenografia, em especial no Bioparque Pantanal, onde foi responsável pela criação e harmonização dos tanques que representam a fauna e a flora das diferentes regiões presentes no maior aquário de água doce do mundo.

Com alegria e entusiasmo, Gallo compartilhava seu orgulho pelo trabalho realizado no complexo, especialmente ao falar sobre a cenografia do tanque que retrata a Lagoa Misteriosa. Ele a descrevia como uma integração da arquitetura com o meio ambiente, ultrapassando as barreiras de um mero cenário e se tornando uma verdadeira obra de arte viva.

Sua profunda conexão com a natureza sempre foi evidente, e Gallo buscava incansavelmente fazer com que as pessoas se sentissem parte integrante do ambiente ao visitar os tanques. Para isso, ele reproduzia com realismo cada detalhe, aproximando ao máximo cada recinto da natureza. Utilizando-se de elementos naturais, como folhas, galhos secos e pedras, bem como de elementos artificiais, como pedras feitas com cimento, ele alcançava uma harmonia perfeita. “Tudo o que fazemos leva em consideração o bem-estar de cada peixe. É importante que eles se sintam bem e felizes. O respeito por cada animal é a essência de tudo. Eu me sinto parte disso aqui”, declarou em uma entrevista.

Roberto Gallo iniciou sua trajetória profissional em 1975, trabalhando com paisagismo e obras. Ao longo de sua carreira, ele introduziu elementos artísticos no campo do paisagismo e vice-versa, o que se tornou evidente em suas esculturas de rochas artificiais, nas artes plásticas e nos jardins que criou.

Foi a partir de 1996, quando se estabeleceu em Ubatuba, que o talentoso artista começou a se dedicar à construção de cenografias para aquários marinhos e outros habitats, como lagos, cachoeiras e aquários de água doce. Foi nesse período que ele introduziu as esculturas de rochas artificiais, marcando um novo capítulo em sua carreira. Seu currículo conta com trabalhos realizados em importantes locais, como o Aquário Marinho do Rio de Janeiro (AQUA RIO), o Oceanic Aquarium e o Aquário de Ubatuba. Em 2018, ele teve a honra de criar a cenografia do Caminho do Rosário, no Santuário Nacional de Aparecida.

A diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, lamentou profundamente a morte de Roberto Gallo e destacou sua contribuição inestimável para o empreendimento. “Ele fez parte de uma etapa crucial para o complexo, e com muito amor e leveza conseguiu materializar a essência de cada paisagem. Os cenários, por si só, contam uma história e retratam a realidade de uma forma extremamente bela. Roberto era uma pessoa extremamente sensível, e eu tive a honra e o prazer de trabalhar ao lado de um grande profissional”, afirmou emocionada.

A morte de Roberto Alves Gallo deixa uma lacuna no mundo da cenografia e do paisagismo. Sua paixão, habilidade e dedicação em transformar ambientes em verdadeiras obras de arte serão lembradas e apreciadas por todos que tiveram a oportunidade de admirar seu trabalho. Que sua contribuição inspiradora perdure e seja um legado para as gerações futuras.

Com Informações do Governo de MS

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