Produção da A24 e estrelado por MIa Goth, filme estréia hoje nos cinemas brasileiros
O encerramento da trilogia de terror de Ti West, produzida pela A24, chega hoje aos cinemas com “MaXXXine” Mia Goth, neta da atriz brasileira Maria Gladys, protagoniza o filme como Maxine Minx, uma ex-estrela de filmes adultos que busca sucesso em Hollywood através de filmes de horror.
O terror dirigido por Ti West, que estreou nos Estados Unidos na última sexta-feira (5), já está em cartaz nos cinemas do Brasil. O filme conta com roteiro também assinado pelo diretor e é estrelado também por Elizabeth Debicki e Michelle Monaghan. Prometendo uma experiência intensa e arrepiante, o longa possui uma duração de 1 hora e 44 minutos.
O filme já conquistou 3,5 estrelas na plataforma “Adoro Cinema” e obteve 72% de aprovação no Tomatômetro do “Rotten Tomatos”. No “Letterboxd”, alcançou uma avaliação de 3,3 estrelas com mais de 51 mil críticas. Em seu fim de semana de estreia, arrecadou aproximadamente US$ 6,7 milhões nos cinemas dos Estados Unidos, conforme confirmado pela Variety.
Esta marca representa a maior abertura da franquia até o momento, superando seus predecessores, “X – A Marca da Morte” e “Pearl”, ambos lançados em 2022. O filme conquistou o 4º lugar no ranking dos filmes mais assistidos no final de semana no EUA, ficando atrás de produções como “Divertida Mente 2” e “Meu Malvado Favorito 4”.
Sinopse
A trama se passa na década de 1980 e Maxine agora está em Hollywood, em busca de oportunidades para filmes de terror que possam impulsionar sua carreira. Ela realiza diversos testes para filmes até conseguir sua grande chance de atingir o estrelato. No entanto, um misterioso assassino em série persegue as celebridades de Los Angeles e um rastro de sangue ameaça revelar o passado assombrado de Maxine.
“MaXXXine” consolidou-se como a maior estreia da trilogia, mas também gerou discussões sobre seu enredo e execução. Enquanto alguns críticos elogiaram a atmosfera nostálgica dos clássicos slashers dos anos 80, outros apontaram para um terceiro ato apressado e atuações inconsistentes que afetaram o desempenho geral do filme.
Pontos positivos
Visualmente, “MaXXXine” é uma festa para os olhos, com uma ambientação meticulosamente recriada da década de 80, repleta de referências visuais e sonoras que remetem ao cinema da época. A trilha sonora, em particular, contribui para estabelecer uma atmosfera de suspense e nostalgia, evocando os clássicos do terror da era.
Mia Goth brilha ao interpretar uma personagem que evolui ao longo da narrativa, enfrentando desafios desde o início. Sua atuação dá vida a uma figura empoderada, com uma presença marcante que domina as cenas em que aparece. Enquanto isso, Ti West explora os traumas dos eventos de “X”, colocando Maxine frente a frente com fantasmas do passado e do presente enquanto ela navega pelo implacável ambiente de Hollywood.
A atriz se entrega completamente em seus diálogos transmitindo emoção ao público. O diretor frequentemente enfoca de perto o rosto de Mia Goth para intensificar essas emoções, com monólogos que nos remetem ao estilo visto em “Pearl”.
O filme é uma carta de amor e crítica aos filmes de terror dos anos 80, repleto de referências e homenagens ao gênero. Ti West habilmente captura a essência única dos filmes B da época, atraindo tanto aficionados do gênero quanto espectadores menos familiarizados com o estilo de terror ácido característico da trilogia.
Ti West entrelaça o clima de pânico e horror de Los Angeles durante o período do “Night Stalker”, um assassino que almeja as estrelas, marcando o rosto das vítimas com símbolos, explorando a moralidade do cinema e enfrentando resistências aos filmes de terror devido à sua violência. Sua crítica ao moralismo é integrada aos assassinatos e perseguições, criando um dilema na estrutura narrativa do filme.
Pontos negativos
Apesar de seus méritos estéticos, o filme falha em aproveitar plenamente o potencial de seu cenário e premissa. O Night Stalker, um elemento central da trama, é introduzido como um catalisador para o medo e a paranoia nas ruas de Los Angeles, mas rapidamente se torna apenas um pano de fundo superficial. A narrativa parece mais interessada em homenagear os filmes de terror dos anos 80 e em explorar os dilemas de Maxxine como uma aspirante a estrela de Hollywood do que em mergulhar nas consequências reais e psicológicas dos assassinatos em série.
O roteiro, embora tenha momentos promissores, carece de profundidade e coesão, perdendo-se em subtramas que não contribuem significativamente para o desenvolvimento da protagonista ou para o tema central do filme. As referências a outros diretores e filmes clássicos também acabam por distrair, em vez de enriquecer, a experiência cinematográfica. O filme, apesar de sua grande produção, não conseguiu se desvencilhar das referências e homenagens, o que limitou sua capacidade de inovar e surpreender o público.
Mia Goth se destaca como uma presença magnética na tela, mas sua personagem é frequentemente subutilizada, compartilhando tempo de tela com um elenco extenso de personagens secundários que, embora bem interpretados, não conseguem acrescentar muito à narrativa principal. A dinâmica entre Maxine e o detetive particular, embora inicialmente intrigante, não se desenvolve de maneira satisfatória, deixando questões importantes sem resposta.
Em suma, “MaXXXine” é um filme que, apesar de suas ambições e investimento considerável, não consegue cumprir completamente suas promessas. Enquanto oferece uma estética impressionante e momentos de tensão, falha em transformar seu potencial em uma narrativa coesa e impactante. Para os fãs da trilogia, pode representar uma decepção em comparação com os filmes independentes anteriores, deixando uma sensação de que as oportunidades foram perdidas e as questões levantadas não foram plenamente exploradas.
Fãs
Os fãs da trilogia estão entusiasmados para acompanhar o desfecho da história de Maxine. Em entrevista ao Jornal O Estado, espectadores que irão assistir o filme nos cinemas de Campo Grande compartilharam suas expectativas, teorias e como a saga influenciou suas perspectivas de entretenimento no cinema.
“Estou muito animada pelo filme porque assisti aos outros dois com grande entusiasmo. Apesar de ser de terror e suspense, me apeguei bastante à Pearl, uma personagem que, pelos filmes anteriores, ela só queria ser aquilo que ela via na TV. Evitei spoilers e comentários sobre ele, pois quero vivenciar a história de forma totalmente nova. Acredito que será uma experiência incrível.” detalhou A estudante de jornalismo, Ana Carolline Krasnievicz.
O acadêmico de Jornalismo Carlos Bastos tem acompanhado a sequência de filmes desde a estreia de X em 2022, e o que o tornou fã foi a temática da insanidade e os monólogos sinceros de Maxxine e Pearl.
“Estou ansioso pelas referências a outros filmes de terror e clássicos do cinema. Acredito que isso seja a essência da franquia: originalidade e criatividade. Parece que veremos muita insanidade; o lado assassino de Maxxine estará mais vivo do que nunca. Além disso, acho que se trata de um thriller psicológico, onde os traumas do passado irão atormentá-la, fazendo-a questionar o que é real ou não” destacou.
João Vitor Mendes, um cinéfilo apaixonado pelo diretor Ti West, destaca que o diretor é conhecido por homenagear filmes em suas obras e está ansioso para ver como ele irá fazê-lo em “MaXXXine”.
“Espero que o filme seja uma homenagem aos filmes de terror italianos dos anos setenta e oitenta, que adoro, com referências a clássicos como ‘O Massacre da Serra Elétrica’, ‘A Hora do Pesadelo’, ‘Sexta-Feira 13’ e ‘Halloween’, além de filmes dos anos noventa como”, afirmou.
Diversas loterias sobre o filme estão circulando pelos fãs, mas João Vitor espera que o filme se concentre em Hollywood, possivelmente em sets de filmagem, como indicado nos teasers.
“Eu gostaria que o filme evitasse elementos sobrenaturais, pois isso poderia comprometer a consistência da trilogia. Apesar da influência do sobrenatural nos slashers das décadas de 80 e 90, espero que este filme tenha um roteiro bem estruturado. Para MaXXXine, estou ansioso por uma abordagem mais animada e emocionante, aproveitando a premissa interessante e oferecendo um direcionamento claro para os protagonistas”, finalizou João Vitor.
Serviço
A partir de hoje, o filme MaXXXine está sendo exibido em todos os cinemas da Capital. A classificação indicativa é para maiores de 18 anos devido ao seu conteúdo que inclui cenas de sexo, drogas e violência extrema.
Por Amanda Ferreira
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