Serão 4 mostras que trazem temáticas como meio ambiente, ocupação dos espaços e surrealismo
Por Marcelo Rezende
Meio ambiente, ocupação dos espaços da cidade, expressão surrealista com personagens oníricos são os temas abordados na 2ª Temporada de Exposições do Marco (Museu de Arte Contemporânea), unidade da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul).
A abertura acontece hoje (15), às 19h, com entrada franca. Os artistas foram selecionados por edital antes da pandemia: Felipe Siqueira, com a mostra “Desvios Portáteis”; Finok (Raphael Sagarra), com “Liberdade Assistida”; Coletivo DODO, com “OCUPA DODO”; e Jó Aquino, com a mostra “A tua cultura é o meu patrimônio”.
‘Desvios Portáteis’
Em “Desvios Portáteis”, o artista visual Felipe Siqueira apresenta uma série de colagens digitais que fez todas dentro do smartphone, utilizando conteúdos digitais e gerando esse reciclo de publicidade, moda, design, arte.
“Eu gosto muito da expressão surrealista, e dentro da colagem ela se faz muito presente e forte no meu trabalho, essa reinterpretação dos signos, dos símbolos. Eu também abordo uma temática onírica, sensualidade, caos urbano, a cidade, solidão.” Felipe trabalha com colagens desde 2015, e ele é formado em Arquitetura e Urbanismo pela UCDB em 2018.
O artista pretende, com a sua exposição, fazer uma provocação, principalmente sobre nossa relação com tecnologia e como isso afeta a nossa percepção de mundo real x imaginário. “Eu vou até o surreal pra falar de coisas que vivemos na vida prática, no cotidiano, o que os visitantes podem experienciar é uma mistura sinestésica, mixando sons e sensações desse submundo digital que mergulhamos todos os dias, repleta de imagens que buscam essas situações e personagens oníricos.”
‘Liberdade Assistida’
Finok (nome artístico de Raphael Sagarra) vai expor pinturas, desenhos e escultura na mostra intitulada “Liberdade Assistida”. O artista parte de um contato mais íntimo com moradores locais e pessoas que se encontram aleatoriamente, geralmente em ambientes que têm alguma ligação com o abandono, e registra, por meio de conversas, fotografias, desenhos e também suas próprias lembranças, as narrativas de felicidade, tristeza e saudade desses habitantes locais.
“Os indivíduos que convivem nesses ambientes problemáticos enfrentando múltiplas adversidades, como pobreza excessiva, ausência de atenção por conta do Estado, ou falta de água devido ao clima extremamente seco, se tornam o corpo das obras que buscam a valorização daquilo que está permanentemente em declínio, observando com beleza, e visando maior atenção a essas vidas e territórios, tensionando a discussão sobre o direito à igualdade dentro da nossa sociedade.”
O termo “liberdade assistida” é uma das medidas socioeducativas previstas em lei pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, e é destinada aos adolescentes que cometeram algum tipo de ato infracional. A liberdade assistida pressupõe certa restrição de direitos e um acompanhamento sistemático do adolescente por parte de um assistente social, mas sem impor a este a privação de sua liberdade, nem o afastamento de seu convívio familiar, escolar e comunitário.
“Ocupa Dodo”
O Coletivo Dodo apresenta a mostra “Ocupa Dodo”: são sete artistas (Carol Carvalho, Gabriel Brito, Gabriel Martins, Marina Cozta, Patricia Osses, Victor Macaulin e Xulia) que apresentam trabalhos em fotografia, fotografia de instalação, desenho, lambe e fotografia sobre tecido. O coletivo traça uma cartografia de lugares possíveis de se constituir como espaços com/para arte, a partir da pesquisa e do mapeamento desses espaços na cidade de Campo Grande, reivindicando o uso de espaços públicos e materializando essa reivindicação em ação coletiva de transformação.
Dodo ocupa com fotografias, videoinstalações, performances, instalações, desenhos, pinturas, com ate, com vida. ‘A tua cultura é o meu patrimônio’ Em “A tua cultura é o meu patrimônio”, Jó Aquino apresenta pintura mista, pigmento natural de terra, tinta acrílica e óleo sobre tela.
“São paisagens que fazem o expectador pensar sobre degradação da natureza. Faz uma reflexão do homem como autor dessa degradação por meio das queimadas, a agropecuária e agricultura de monocultura como a possível causadora dos desastres ambientais e transformando a paisagem naturais em outras paisagens danificadas por essa agressão humana de uma cultura de ganância.”
O artista atua desde 1995 e é a primeira vez que trabalha com a questão ambiental, os outros trabalhos anteriores abordam o psicológico e o trauma humano. “Nessa mostra eu busco a natureza com foco desencadeador de emoções profundas para apreciação do expectador.”
Serviço
A Segunda Temporada de Exposições do Museu de Arte Contemporânea fica aberta ao público de 15 de junho a 28 de agosto, com entrada franca.
O Marco fica na Rua Antônio Maria Coelho, 6.000, no Parque das Nações Indígenas. As visitações podem ser feitas de terça a sexta, das 7h30 às 17h30. Sábados e domingos das 14h às 18h. Informações ligar no telefone (67) 3326-7449.
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