I Encontro de Sanfoneiros de MS

Júlio Borba, Marina Mar  e Marcelus Anderson - Foto: Reprodução
Júlio Borba, Marina Mar e Marcelus Anderson - Foto: Reprodução

Festival “Sanfona Amiga” será realizado em Rio Verde, com artistas de Mato Grosso do Sul, Paraguai e Argentina

 

Nos dias 9 e 10 de maio, o município de Rio Verde, a aproximadamente 188 km de Campo Grande, se transforma na Capital da sanfona, com o festival ‘Sanfona Amiga – Encontro de Sanfoneiros’, na Praça das Américas. O festival chega para valorizar a cultura da sanfona, instrumento de destaque no território fronteiriço, que transpassa Brasil, Paraguai e Argentina, e também muito popular no nordeste brasileiro.

Recém criado, o festival é promovido pelo Instituo Imolé, em parceria com a prefeitura de Rio Verde, o Ministério da Cultura, Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura de MS) e Circuito Cultural Guarani.

O diretor do festival, Carlos Porto, comentou a importância do evento para a região. “A sanfona é um dos principais instrumentos de vários músicos brasileiros. O festival será realizado em um dos principais destinos turísticos de Mato Grosso do Sul, e agora com esse encontro, levara a musicalidade para o interior”, disse em entrevista ao jornal O Estado.

Programação

Serão 10 atrações musicais preparadas para o festival. Dois dos sanfoneiros mais populares de Mato Grosso do Sul estarão presentes: o pioneiro Maciel Corrêa e o baileiro Marlon Maciel. Com seus respectivos grupos, eles serão os responsáveis por encerrar a programação na sexta (9) e no sábado (10). Também estará presente um dos nomes de maior prestígio do instrumento e que também é sul-mato-grossense: o aquidauanense Marcelus Anderson. Ele estará formando duo com o violonista Júlio Borba e sua filha, a violonista Marcela Mar, irá participar da apresentação. Além de dar destaque para músicos do próprio Mato Grosso do Sul, o ‘Sanfona Amiga’ também reforça a integração de músicos sul-americanos da região guaranítica.

Sebastián Flores e Coqui Ortiz – Foto: Reprodução

Com o apoio do Circuito Cultural Guarani, o festival traz dois convidados que são revelações do acordeon em seus países: o paraguaio Alejandro Favian e o argentino Sebastián Flores. Favian é da cidade de Concepción e trará com sua banda o melhor da polca e da música paraguaia. Já Sebastián Flores é natural de Resistência, capital do Chaco, na Argentina e com apenas 17 anos é considerado a revelação do chamamé. Ele é filho do saudoso e lendário Nini Flores e virá acompanhado do cantor, compositor e violonista Coquí Ortiz, um dos nomes mais importantes da música produzida no Nordeste da Argentina.

Porto ainda destacou como a sanfona atravessa fronteiras. “É super importante promover esse encontro, estamos trazendo inclusive o pessoal do Circuito Cultural Guarani, onde proporcionamos esse intercambio cultural. Valorizar a questão da sanfona como instrumento principal significa trazer para a nossa realidade sul-mato-grossense, essa temática da importância das questões fronteiriças por meio da musicalidade”.

Destaque também na programação para o Terra Seca. Fundado em 1998, o quarteto douradense será o representante no festival de uma das escolas mais tradicionais da sanfona brasileira: o forró pé de serra. Fechando o casting de artistas estão os sanfoneiros da própria cidade de Rio Verde: Kaike Souza, Catarino, Adrian Sanfoneiro e Aderaldino Carmo. Para apresentar os dois dias do evento está escalada a dupla Tostão e Guarany.

O público ainda vai encontrar na Praça das Américas vários estandes com atrações como a

Maciel Correa – Foto: Reprodução

exposição de discos do pesquisador musical Carlos Luz, que reunirá LPs de acordeonistas de Mato Grosso do Sul. Haverá também um espaço para o Circuito Cultural Guarani, associação de produtores independentes da região guaranítica, para a produtora paraguaia G5Pró/G5Conexiones, que irá apresentar o projeto #Respirarte, que envolve arte e meio ambiente, cultura e sustentabilidade e que tem o apoio oficial da ONU.

O festival ainda vai dedicar um espaço para o público mostrar o seu talento na sanfona ou mesmo arriscar as primeiras notas, pois haverá um instrumento a disposição para uma “canja” para os que estão aprendendo agora ou para quem já tem intimidade com o instrumento.

“Esse segmento será para que o público possa ter uma interação direta com o instrumento musical, os discos, para assim despertar o interesse” diz Porto.

“A manutenção da memória musical é fundamental para preservar nossa identidade cultural. Mato Grosso do Sul tem um legado forte na sanfona, com pioneiros como Zé Correa, Dino Rocha e Dozinho Borges. É importante que as novas gerações conheçam essa história para valorizar os artistas atuais e futuros. Por isso, convidamos Carlos Luz para expor sua coleção de vinis de acordeonistas de MS. A ideia de disponibilizar uma sanfona para o público veio do festival Reciclarte, no Paraguai, incentivando a interação direta com o instrumento”, explica o jornalista Rodrigo Teixeira, responsável pela coordenação do evento.

Escolhas

Marlon Maciel – Foto: Reprodução

Com tantos nomes de peso do meio musical, da sanfona e do acordeão, a curadoria das apresentações foi feita pensando em valorizar os artistas de Mato Grosso do Sul, mas também de outros países fronteiriços.

“A prioridade do festival são os artistas do Estado, não apenas Campo Grande, do interior também, fortalecendo e abrindo espaço para os sanfoneiros de Rio Verde, bem como trazer os grandes nomes do Estado. Também era importante trazer um representante do chamamé argentina e está vindo um das revelações, o Seba Flores, que é filho do Nini Flores, do lendário duo Rudi e Nini. A polca paraguaia também não poderia ficar de fora e chegamos ao nome de Alejandro Favian, que é um artista que inova a tradição e vem modernizando a maneira de tocar a música fronteiriça. O mesmo acontece com Marcelus Anderson, um dos nomes mais importantes da sanfona de MS e que moderniza a tradição do chamamé sul-mato-grossense”, destaca o jornalista e organizador.

“A sanfona é um dos instrumentos mais populares do Brasil e do continente sul-americano. Do Sul ao norte, do leste a oeste, praticamente todas as manifestações populares têm a presença da sanfona. E na maioria dos países da América do Sul também, em especial no nordeste da Argentina, onde é o berço do chamamé. Concentrar em um evento essas diversas facetas da sanfona é o objetivo do festival”, pontua Rodrigo.

“O público poderá esperar muita música de qualidade, experiência musical e grandes apresentações, levando boas lembranças do encontro”, finaliza Porto.

Alejandro Favian – Foto: Reprodução

Confira a programação completa:

09/05 (SEX)

18h – KAIKE SOUZA – (Rio Verde/MS/BR)

18h40 – CATARINO – (Rio Verde/MS/BR)

19h20 – ABERTURA OFICIAL

19h50 – JÚLIO BORBA E MARCELUS ANDERSON e MARINA MAR – (Campo Grande/MS/BR)

20h50 – SEBASTIAN FLORES e COQUI ORTIZ – (Resistência/CHACO/ARG)

22h – MARLON MACIEL E GRUPO TREM PANTANEIRO – (Campo Grande/MS/BR)

10/05 (SÁB)

18h30 – ADRIAN SANFONEIRO – (Rio Verde/MS/BR)

19h20 – ADERALDINO CARMO – (Rio Verde/MS/BR)

20h – TERRA SECA – (Dourados/MS/BR)

21h20 – ALEJANDRO FAVIAN – (Concepción/PY)

22h30 – MACIEL CORRÊA E GRUPO – (Campo Grande/MS/BR)

 

Por Carolina Rampi

 

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