Festival de Inverno de Bonito traz exposições e oficinas gratuitas na Galeria de Artes Visuais

Foto: Edemir Rodrigues
Foto: Edemir Rodrigues

Espaço será aberto na quarta-feira (20), e terá recursos de acessibilidade

O Festival de Inverno de Bonito, realizado entre os dias 20 a 24 de agosto, tem como proposta atingir diversas linguagens artísticas, dentre elas as artes plásticas. Como parte da programação, a Galeria de Artes Visuais do festival trará obras de diversos artistas regionais, de forma gratuita para o público. A exposição seguirá o tema ‘Reservas Afetivas: Onde a Água Toca, Nasce’, com uma proposta de olhar para a água como origem e potência criadora e como metáfora das memórias, sonhos e afetos.

Terão obras expostas na Galeria os artistas Wendel Fontes, Thiago Lopes Quevedo, Sara Welter (SYUNOI), Erika Pedraza, Elias de Aquino, Edson Castro, Alan Vilar, Ton Barbosa e os artistas Juliano Fernandes Varela e Nestor Pereira da Silva, que fazem parte do sistema de inclusão da Galeria, da instituição Juliano Varela.

Os trabalhos de Nestor Pereira da Silva e Juliano Fernandes Varela foram produzidos no Projeto de Pintura em Tela da Educação Especial. Inspirado no artista sul-mato-grossense Jorapimo e em sua representação do Pantanal, o projeto explorou impressionismo, pontilhismo e influências espanholas, incentivando a expressão artística, o contato com a cultura local e o desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e sociais.

Acessibilidade

Todas as obras da Galeria também receberão imagem descrição pelo intérprete Felipe Sampaio, em que pessoas com deficiência visual vão receber orientação dos mediadores da galeria, descrevendo as imagens para esse público, uma forma de conseguir acolher melhor os diversos públicos dentro de suas especificidades.

O conceito de galeria viva vem da funcionalidade dela a todo tempo com visitas agendadas ou guiadas e também com medidas de acessibilidade, como explica o coordenador de Artes Visuais do Festival de Inverno e gestor cultural da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), Renan Reis Braz. “O conceito de galeria viva significa que a todo momento vão ter educadores dentro do espaço que podem fazer visitas com as pessoas, tanto agendadas quanto espontâneas. Ou seja, se você está passando pela galeria e gostaria de saber um pouco mais sobre as obras, como olhar um trabalho de arte, às vezes você não sabe como visitar um espaço expositivo, os educadores vão estar lá prontos para poder acolher qualquer tipo de público a qualquer momento”.

Braz também pontua que a questão da galeria viva vem com o traço da inclusão. “Nós temos dois artistas que são do projeto de pintura em tela da Educação Especial, Nestor e Juliano Varela, que possuem neurodivergência e que vão estar expondo dentro do espaço. Além disso, nós vamos ter ações de acessibilidade, que é o descritivo das obras para pessoas com deficiência visual, então os educadores vão poder falar sobre essas obras através do descritivo e também nós vamos ter em alguns momentos específicos visitas mediadas com libras para o público surdo”, destaca. “A importância dos recursos de acessibilidade é que a gente consegue gerar acesso para as pessoas, para elas se sentirem acolhidas dentro dos espaços, independente da sua necessidade ou questão, que ela possa acessar nossos espaços de uma forma que ela se sinta contemplada dentro dela”, completa.

Oportunidade para educadores e alunos

A programação da Galeria de Arte também irá realizar a oficina ‘Galeria Viva’, propondo uma imersão artística por meio da mediação das obras da exposição, voltada para estudantes do ensino médio da rede pública e professores de arte, com atividade de articula práticas de observação e sensibilização com experimentações pictóricas.

A oficina é gratuita e as inscrições estão abertas por meio da plataforma Sympla. A oficina tem como eixo temático a proposta ‘Reservas afetivas: Onde a água toca, nasce!’, incentivando cada participante a criar uma obra autoral que ressignifique poeticamente os elementos da mostra. Ao final da mediação e da investigação visual, cada participante será convidado a produzir uma pintura em tela (30×40 cm), ativando a galeria como um espaço de criação viva, pulsante e compartilhada.

A oficina acontece nos dias 21 e 22 de agosto, quinta e sexta-feira, sendo a primeira turma das 10h às 12h e a segunda turma das 14h às 16h. Nestes dois dias será direcionada para estudantes do ensino médio da rede pública (até dez participantes por turma). No dia 23 de agosto (sábado) haverá a turma única, das 10h às 12h. O público alvo são professores de arte da rede pública (até dez participantes). Cada pessoa poderá participar de apenas uma turma.

Braz, explica que a oficina vai consistir em desenvolver uma habilidade nos alunos e nos professores de como visitar uma galeria, como observar obras e trabalhos. “Vai ter uma visitação mediada com o público, e logo após vamos ter uma dinâmica de cards onde o público vai olhar a obra e também fazer releituras das imagens. Então, ele vai começar a observar o trabalho, vai fazer anotações sobre esses trabalhos e vai fazer um pequeno esboço do que são essas imagens, o que são esses trabalhos e como esse trabalho converge junto com a vivência desse indivíduo. Depois disso, depois desse processo todo, que é a mediação, a gente vai para uma oficina de pintura com esse esboço e com essas ideias”.

O coordenador ainda comenta que o objetivo da oficina de pintura é que os participantes adquiram o conhecimento artístico e depois, coloquem a própria percepção na construção de um trabalho.

“Vivemos numa época em que somos bombardeados de imagens o tempo todo e a tela dura segundos, dependendo dos aplicativos que a utilizamos. Então, você parar para visualizar e conseguir observar uma imagem com mais atenção, com mais afinco, maior detalhamento, você consegue desenvolver uma apropriação dessa imagem a ponto que você dialogue sobre isso, será criado um vínculo com o presente”, explica.

“Acho que esse é o primeiro momento e a parte mais interessante, onde você consegue se manter na presença diante de uma imagem estática, numa era em que vivemos com tantas imagens e ao mesmo tempo conseguir criar narrativas, roteiros, desenvolver a criatividade. Acredito que esse é um ponto muito importante e fundamental para qualquer indivíduo, para que consiga se desenvolver a partir disso, para que possa se expressar por meio da arte na forma da sua própria criação; isso faz com que a pessoa também se sinta mais confiante, num processo de se colocar no mundo”, finaliza.

Serviço: A Galeria de Artes Visuais do Festival de Inverno de Bonito 2025 será aberta no dia 20 de agosto (quarta-feira), às 18h, e ficará aberta para visitação durante todo o Festival, do dia 21 a 24, das 9h às 21h.

Por Carolina Rampi

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