Festival abre com público recorde e muito samba na Esplanada

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Foto: divulgação

O Festival Campão Cultural foi aberto oficialmente no sábado (9), na Esplanada Ferroviária, com a presença do secretário estadual de Cidadania e Cultura, Eduardo Romero, representando o governador Reinaldo Azambuja, e a parte artística da noite foi aberta pelo grupo Top Samba, da Capital, que promoveu um esquenta de “responsa” e preparou o público para a grande atração da noite: Péricles, um dos maiores nomes do pagode brasileiro.

Em entrevista coletiva, o cantor afirmou que se pode dizer que o samba e o pagode são uma coisa só e que o objetivo é passar boas energias e contar a própria história. “O samba-enredo, o pagode, o samba, a bossa nova, hoje o piseiro, tudo é samba, e a responsabilidade que a música tem como um todo, é passar boas informações, passar boas energias, como a gente vê acontecendo durante tanto tempo. A gente conta a nossa
história por meio da música, e hoje a gente tem um cenário bem bacana, onde a coisa está muito pulverizada, todo mundo sabe o que quer, todo mundo ouve todo mundo, a função da música tem sido esta.”

Quando perguntado sobre como é cantar em um Estado onde o sertanejo é forte e há uma mistura de gêneros, Péricles não hesita em citar outro artista, que saiu de MS para o Brasil: “Essa mistura deu um cara chamado Thiaguinho, então a gente sabe muito bem do que esse Estado é capaz. Os sul-mato-grossenses sabem muito bem o que querem, sabem muito bem que o Estado tem força, tem uma contribuição enorme
para a cultura desse país, e eu convivo com o Thiaguinho até hoje, eu sei do que esse povo é capaz, então, para mim, não é novidade nenhuma.”

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Foto: divulgação

Para o vocalista do grupo Top Samba, Vini Barreto, abrir o show para Péricles foi uma Festival abre com público recorde muito samba na Esplanada Show de Péricles era um dos mais aguardados honra. “O Péricles é uma das maiores referências que temos no nosso segmento. No nosso show, tocamos acho que umas sete músicas do Exaltasamba, grupo do qual ele fazia parte. A obra dele é eterna no samba e no pagode, não temos dúvidas disso”, dispara o cantor. O público presente também foi algo que surpreendeu Vini. “Mais de 10 mil pessoas em um show de pagode, dentro de uma cidade onde o principal ritmo é o sertanejo, para a gente é uma vitória muito grande e mostra que MS também tem espaços para outros ritmos”, pontua.

Homenagens

Na abertura, o Campão prestou homenagens a cinco personalidades culturais marcantes do Estado, as quais
expressam a riqueza e a diversidade da cultura sul-mato-grossense e suas múltiplas influências.

São elas: Lais Dória, atriz, artista social, professora, pesquisadora e diretora teatral. Há 26 anos dirige a Oscip Casa de Ensaio, que proporciona a adolescentes e jovens de Campo Grande o aprendizado de música, teatro e literatura.

A artesã Indiana Marques que, por mais de 20 anos, desenvolve um trabalho já reconhecido nacionalmente
e premiado de arte popular, principalmente da cultura indígena e negra, mostrando seus costumes e história por meio de esculturas em cerâmica.

Com o tema bovinocultura, em que expressa o retrato sarcástico da sociedade do boi, símbolo de riqueza do Estado, o artista visual Humberto Espíndola levou sua arte para outros cantos do Brasil e do mundo, tendo participado da 6ª Bienal de Paris, em 1969, e de uma infinidade de exposições individuais e coletivas.

Formado em 1998, o grupo de rap Falange da Rima, de Campo Grande, atua essencialmente na periferia, mas já participou de vários festivais e dividiu o palco com grandes artistas, tais como Racionais
MCs, Thayde e DJ Hum, MV Bill e Facção Central. O grupo é pioneiro do rap sul-mato-grossense, com letras que falam sobre a realidade das periferias, discutindo temas como o crime, a pobreza, preconceito social e racial, drogas e consciência política.

Mano Cley, um dos integrantes, afirma que “a gente jamais imaginou que algo que a gente começou lá em 1998 ia chegar hoje, em 2022, tão grandioso, com tanta gente boa, tanta gente bacana, porque a nova geração deu continuidade ao nosso trabalho, deu continuidade ao movimento hiphop e é esse sentimento que a gente tem, de gratidão a esse movimento que hoje é tocado pelas
novas gerações. Eu jamais poderia imaginar, nem nos meus melhores sonhos, que teria um festival dessa magnitude e que a gente seria homenageado, é tudo de bom, e a gente quer dividir essa homenagem com todos os que estão com a gente até hoje, o sentimento é de gratidão eterna”.

Com um dos maiores acervos do Estado, o fotógrafo Roberto Higa é um dos expoentes da imagem jornalística e documental, com mais de 50 anos de carreira. Deu seus primeiros cliques no extinto jornal “Diário da Serra”, de Campo Grande, no fim dos anos de de 1960, e notabilizou-se ao retratar o cotidiano e
os momentos marcantes da política regional.

Caldeirão Cultural

Ao iniciar a cerimônia de abertura da segunda edição do Campão Cultural, o diretor-presidente da Fundação de Cultura, Gustavo de Arruda Castelo (“Cegonha”), destacou o legado cultural de um Estado que completa 45 anos de criação, expressando que o evento ganha uma dimensão maior e valoriza e divulga a cultura e a história de Mato Grosso do Sul.

“Uma oportunidade para a população conhecer a nossa arte e nossa história, dar visibilidade aos nossos artistas e contribuir na formação de plateias. O Campão traz à tona a nossa produção cultural, onde pulsam todas as influências fronteiriças e regionais”, disse.

Ao destacar a importância do Campão, que coloca definitivamente o Estado no circuito dos principais festivais do Brasil, o secretário de Cidadania e Cultura, Eduardo Romero, lembrou que o evento reunirá, em oito dias, mais de 120 atrações em todas as vertentes das artes. “O Campão Cultural se consolida como o maior festival do Estado, levando arte, cultura e diversidade para vários bairros de Campo Grande, de forma democrática”, comentou.

O Campão Cultural é uma realização do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio da Secretaria de Cidadania e Cultura de MS (Secic) e da Fundação de Cultura de MS (FCMS), com apoio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo (Sectur).

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