Exposição na Casa de Cultura traz reflexão artística sobre o meio ambiente

Estreia da exposição - Arquivo Pessoal Mara Calvis

Exposição segue até o dia 30 de dezembro com muita arte e poesia

 

A galeria da Casa de Cultura de Campo Grande está sediando uma exposição coletiva de artistas visuais e poetas que mergulham no tema central das “Alterações Climáticas, a Paz e os Seres Vivos”. A mostra, que estreou na penúltima terça-feira (10) e vai até o dia 30 de dezembro, busca refletir sobre o impacto do meio ambiente na nossa vida cotidiana e na preservação dos ecossistemas, enfatizando a importância de manter a harmonia com o planeta.

Ao valorizar a arte como um poderoso meio de sensibilização, a exposição também destaca o papel fundamental dos seres humanos na preservação do meio ambiente, estimulando uma discussão urgente sobre como nossas ações impactam a Terra e o futuro das próximas gerações. Reunindo mais de 20 artistas plásticos e poetas, a mostra convida o público a refletir profundamente sobre as transformações que estão moldando nosso planeta.

 

O lado artístico da exposição

Entre os artistas que participam da mostra estão *Santiago Belacqua (Braga – Portugal), Alan Vilar, Erika Rando, Fernando Castilho (FerCast), Giane Bifon, e Walter Lambert, além de nomes locais como Antonio Lima, Rosane Bonamigo, Patrícia Helney, e Cecílio Vera. Cada um, à sua maneira, procura transmitir a urgência da preservação do meio ambiente e a conexão entre arte e natureza.

Entre as obras, destaca-se o trabalho de Antôinio Lima, um dos pintores mais conhecidos na cena local. Lima, que tem uma forte relação com o Pantanal e seus biomas, compartilhou ao Jornal O Estado sua inspiração por trás de uma de suas principais obras na exposição.

“Eu estava pensando em como representar a devastação e ao mesmo tempo a esperança. Uma aluna minha, que tem apenas 13 anos, me sugeriu algo que nunca havia passado pela minha cabeça. Ela pediu para eu pintar um rio poluído, com uma pessoa remando em uma canoa, tentando salvar o que ainda restava, enquanto o céu estava tomado por fumaça das chaminés das fábricas”, conta Lima.

A sugestão da jovem, que não estava na sua mente até aquele momento, fez com que o artista abandonasse seu habitual uso do pincel e optasse pela espátula. Para Lima, essa exposição também foi uma oportunidade para representar as belezas naturais da região de maneira impactante, sem deixar de lado a urgência da preservação.

“O tema do Pantanal é tão rico e vibrante, que é difícil pensar em pintar algo fora dessa temática. A vegetação, os animais, o contraste da água com o céu…São tantas cores e texturas que não há como não se apaixonar. A arte tem esse poder de perpetuar a beleza, mesmo em tempos difíceis”, observa o pintor.

Escritores

Juntamente com os artistas plásticos, a exposição também apresenta uma seleção de poesias e escritas de importantes vozes literárias que abordam a relação entre seres humanos e o meio ambiente. Poetas como Luciana Rondon, Ewerton Carvalho, Nelson Vieira, Leila Abrão, e Ana Maria Bernardelli, entre outros, trazem suas palavras como uma maneira de amplificar a reflexão. As poesias buscam conectar as imagens das obras visuais com a experiência humana, criando uma experiência multisensorial.

Mara Calvis, uma das escritoras participantes da exposição, une sua trajetória literária à sua área de pesquisa em gestão ambiental de resíduos sólidos. Autora de literatura infantojuvenil, ela utiliza sua escrita como uma poderosa ferramenta de conscientização ambiental. Ao criar histórias envolventes e personagens imaginativos, Mara integra também pesquisas científicas, abordando temas ambientais de forma educativa e reflexiva.

“Mesmo em contos, crônicas ou poemas, procuro trazer reflexões sobre como podemos agir de forma mais responsável com o planeta. A harmonia entre os seres humanos, os outros seres vivos e o planeta é crucial para garantir uma paz verdadeira”, conclui Mara.

Serviço

A exposição segue até o dia 31 de dezembro e está localizada na Casa de Cultura de Campo Grande, na Av. Afonso Pena, 2270 — Centro, de segunda a sexta-feira.

 

Por Amanda Ferreira

 

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