Projeto artístico e imersivo Naus realiza primeiro ciclo de exposições nesta sexta-feira em Dourados
O município de Dourados, a 228 quilômetros de Campo Grande, receberá na sexta-feira (19) o primeiro ciclo da exposição “Deslocamento como Ritual”, do Projeto Naus 2024. Com pocket show da cantora Fernanda Ebling, a exposição estará aberta ao público até 10 de maio, com entrada gratuita, no espaço de cultura e arte Casulo, na rua Reinaldo Bianchi, 398.
O projeto imersivo Naus foi contemplado pelo FIC (Fundo de Investimentos Culturais) e além de Dourados, passará por Campo Grande e Corumbá. Ele é um programa de imersão artística e experimentação curatorial, que busca incentivar e realizar circuitos de pesquisa e produção, conversas e formações públicas com propostas expositivas durante o ano de 2024.
A abertura da exposição em Dourados terá curadoria de Elias de Aquino, e visa “elucidar que a mudança geográfica é, necessariamente, um ritual de passagem, onde a renovação, a contração e expansão e o alargamento de determinadas possibilidades de pensamento estético e simbólico são consequências da mobilidade dos corpos e da diferença entre os espaços”.
Em entrevista para o jornal O Estado de Mato Grosso do Sul, o curador da exposição reforçou que um dos objetivos do projeto é aproximar o público de Dourados com um processo expositivo, e com a arte em si, em suas diferentes particularidades e demandas, unindo diversos agentes para sua realização. “A gente tem trabalhado muito para formar e capacitar pessoas que possam exercer e ser agentes profissionais necessários para que a gente consiga fazer um circuito rico e fluido e diverso no campo das artes visuais, então temos pessoas para pensar desde aspectos de curadoria dos trabalhos até aspecto expográficos desses trabalhos nos espaços expositivos, como se arquitetam eles, até técnicos de montagem e iluminação, trazendo uma certa noção de como fazer que é muito nova, e que falta muito em Dourados. Não temos uma formação que nos permita pensar muito em [realizar] grandes exposições, ainda existe uma falta de espaços e estruturas que possam suportar as demandas desse tipo de ação cultural, e a minha expectativa que a gente consiga cada vez mais trazer para Dourados grandes exposições”, explicou Elias.
“Deslocamento como Ritual”, é uma expolição que parte do princípio da viagem e da diferença geográfica para pensar alterações, transformações e novos olhares sobre a produção de um artista. A exposição foi traçada a partir de trabalhos que evidenciam a diferença na produção de cada artista envolvido.
Imersão como inspiração
“A exposição do trabalho com uma figura metafórica muito importante é a do rio Paraguai, da cidade de Corumbá, que acabou me inspirando bastante a pensar essa noção daquele local também como um espaço de intervalo entre uma coisa e outra. Então o rio em si é um espaço de deslocamento, de transformação, uma estrada que te leva de determinado ponto geográfico a outro ponto geográfico e aí a gente está pensando a partir dessa produção simbólica em cima do rio, também trabalhos que vão constituir uma estética e um discurso relacionados à água, relacionados à hidrografia”, disse Elias.
“Nessa primeira edição temos artistas de fora da cidade, artistas renomados de Campo Grande, para dialogar com os trabalhos daqui. Serão três exposições, e nessa primeira estou fazendo a curadoria da mostra, e a intenção é justamente essa, que a gente consiga criar diálogos entre os trabalhos de diferentes instâncias, linguagens, contextos espaciais, entre artistas de Dourados e Campo Grande, cada um com suas especificidades e estéticas, e que a gente consiga costurar tudo em um discurso que seja coerente”, complementou o curador.
Serão 20 obras expostas com todo esse arcabouço de experiências realizadas na cidade de Corumbá, em fevereiro, a exposição Deslocamento como Ritual convida a essa imersão nas águas e nos personagens vagantes do Rio Paraguai.
Ainda conforme Elias de Aquino, outro objetivo da exposição, é aproximar o público que irá prestigiar, da imersão que os artistas realizaram. “Naus é um projeto de imersão artística, antes de a gente dar partida nas exposições, começamos em uma viagem de imersão a cidade de Corumbá, que é histórica e tem uma cultura muito tradicional, tentando modular questões que consiga propor relações entre essa cultura tradicional da cidade e uma produção artística com linguagem e pensamento contemporâneo, e pensar que talvez essa ideia de uma herança cultural, histórica e um pensamento contemporâneo de arte, não sejam assim tão conflitantes como a gente é acostumado a entender que são. A gente está montando a exposição, vai contar com show de abertura da Fernanda Ebling, coquetel para convidados e após essa primeira exposição, esteremos seguindo para Campo Grande, levando a segunda exposição, com curadoria da Isabê, que é uma artista visual de Campo Grande também, que nessa primeira ta participando expondo trabalhos. Vai acontecer no mês de junho, e aí por fim, faremos a última exposição da edição desse ano do projeto la em Corumbá; vamos terminar esse ciclo que vivenciamos lá onde começamos”, destacou.
Haverá trabalhos de Ana Mallmann, Antigodoy, Brenda Postaue, da Mata, Isabê, Melissa Aguiar e Tom Kyo.
Serviço
A exposição Deslocamento como Ritual, do projeto Naus 2024, será realizada a partir dessa sexta-feira (19), até o dia 10 de maio em Dourados, a partir das 19h, no Espaço de Cultura e Arte Casulo, na rua Reinaldo Bianchi, 398, Parque Alvorada. A entrada é franca.
Por Carolina Rampi
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