De MS para o mundo, grupo de rap indígena Brô MC’s se apresenta no Museu do Grammy

Formado por Clemerson Batista,
Bruno Veron, Charlie e Kelvin Peixoto -
ou melhor - Bruno Vn, Tio Creb, Kelvin
Mbaretê e CH, o Brô MC’s, é nascido
das reservas indígenas Jaguapiru e
Bororó, em Dourados, e pertencem às
etnias Guarani-Kaiowá e Terena (Foto: Divulgação)
Formado por Clemerson Batista, Bruno Veron, Charlie e Kelvin Peixoto - ou melhor - Bruno Vn, Tio Creb, Kelvin Mbaretê e CH, o Brô MC’s, é nascido das reservas indígenas Jaguapiru e Bororó, em Dourados, e pertencem às etnias Guarani-Kaiowá e Terena (Foto: Divulgação)

       Primeiro grupo de rap indígena de MS se apresenta em Los Angeles em premier de novo álbum.

Para quem pensa que o Mato Grosso do Sul vive apenas de sertanejo, está muito enganado. E não só isso, os novos ritmos têm o poder de chegar muito longe. Na última segunda-feira (25), o primeiro grupo de rap indígena do estado, o Brô MC’s se apresentou em Los Angeles, Estados Unidos, no Grammy Museum, na presença de artistas, influenciadores e integrantes da Academia do Grammy, considerado o Oscar da música mundial.

A apresentação faz parte da premier do álbum “O Futuro é Ancestral”, que conta com a participação de artistas de oito etnias indígenas e do DJ e empresario Alok, que será lançado oficialmente no dia 19 de abril, Dia dos Povos Indígenas. O objetivo do projeto é difundir a beleza e a força da música ancestral do Brasil. Além do grupo de MS, participaram também os artistas Mapu Huni Kuin, Rasu, e o grupo Yawanawa e Owerá.

“A empatia, a alegria, e a atenção com que a platéria recebeu a performance com os parceiros indígenas comprovou o quanto este é um trabalho de impacto global”, comentou Alok, responsável pelo Instituto Alok, associação sem fins lucrativos criada pelo artista para o investimento social no Brasil.

Além do pré-lançamento, foi exibido o trailer do documentário de mesmo nome, produzido por Maria Farinha Filmes, com roteiro de Célia Xakiraba e Moara Pssoni, sobre o processo de criação e colaboração do álbum. A noite também foi marcada por uma palestra com Célia, Mapu Huni Kuin e Alok, que conversaram sobre a importância da música na visão dos povos originários e sua conexão com a natureza.

“Primeiramente, agradecer toda a comunidade indígena, principalmente a Jaguapiru e Bororó. Esse show é muito importante, para mostrar que nós temos potencial, somos artistas independentes, mas chegamos aqui, essa é mais uma bolha que a gente estourou. A gente é capaz de chegar onde quer”, disse o grupo em suas redes sociais. “Acredita no que você faz, independente de qual classe artística você ta, tanto na música, no teatro, na música. O mais importante é que você seja o que é, se é indígena, seja indígena, estamos em uma terra que não é nossa, em um país que não é nosso, mas estamos representando todo o povo indígena, com a nossa vestimenta, com a nossa pintura, não deixar a cultura de lado nunca”, complementa.

Brô MC’s

Formado por Clemerson Batista, Bruno Veron, Charlie e Kelvin Peixoto – ou melhor – Bruno Vn, Tio Creb, Kelvin Mbaretê e CH, o Brô MC’s, é nascido das reservas indígenas Jaguapiru e Bororó, em Dourados, e pertencem às etnias Guarani-Kaiowá e Terena.
Os constantes conflitos com fazendeiros, devido à situação da demarcação das terras indígenas, alta densidade populacional, falta de representatividade adequada, violência, casos de suicídios e preconceitos são temas recorrentes nas músicas da banda, que querem mostrar sua verdadeira realidade para o mundo, juntamente com a vasta cultura das etnias indígenas de MS.

Mas essa não é a primeira vez que os artistas sobem um palco tão grandioso. No ano passado, o Brô MC’s realizou uma apresentação na ONU (Organizações das Nações Unidas) para as principais lideranças mundiais e em 2022, tocaram no Rock In Rio.

O Futuro é Ancestral

O Futuro é Ancestral é um amplo Programa, parte do Instituto Alok, integrado por distintas ações e eixos complementares e continuados. Ele mobiliza atenção para a importância da cultura indígena e para a solidariedade diante das principais questões relacionadas à vida dos povos originários do Brasil, seus direitos e seu papel essencial para a preservação dos recursos naturais, apoiando ações sociais e ambientais nas aldeias e ações culturais que transcendam seus territórios.

Estúdio AYUVÚ Records

O Instituto Alok apoiou a construção do AYVÚ Records – um estúdio de música dentro de uma aldeia indígena do Brasil. O estúdio fica na Reserva indígena Francisco Horta Barbosa – aldeias Jaguapiru e Bororó. AYUVÚ significa SOM, um som ancestral.
A finalidade é proporcionar ao grupo Brô MC’s a possibilidade de criar e produzir suas próprias músicas com autonomia e estrutura adequada para captação de voz e instrumentos.

 

Por Carolina Rampi

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