Curta-metragem gravado em Campo Grande ganha três prêmios internacionais

Curta
Foto: Reprodução
Por Marcelo Rezende e Méri Oliveira – Jornal O Estado de MS

O curta-metragem “O Formoso” foi eleito o melhor filme no festival 4TH Dimension Independent Film Festival em Bali, na Indonésia, e melhor filme internacional no Austin Arthouse International Festival – Austin nos EUA. O curta ganhou também o prêmio de melhor edição no São Francisco Film Festival nos Estados Unidos. 

Roberto Leite e Luciana Bittencourt estão colhendo os frutos do curta-metragem “O Formoso”, que há oito meses circula o mundo, tendo alcançado 23 festivais de cinema no exterior. 

Nesse trajeto, o filme gravado em Mato Grosso do Sul já conquistou nove prêmios. O filme acompanha a saga de Lucas, uma criança que tenta salvar um galo ferido sequestrando-o de uma arena de rinhas, comandada pelo famigerado “Zé Galo”. O cenário é um bairro da periferia de Campo Grande (MS). 

Esse foi o trabalho que apresentou a estética cinematográfica do diretor sul-mato-grossense ao exterior. Para Roberto, a boa recepção do filme pode estar relacionada ao tema central da história. 

“O filme trata de um tema muito importante atualmente que ‘são’ maus-tratos aos animais. Rinha de galo, mesmo sendo proibida, ainda é muito comum no Brasil e isso chamou atenção dos festivais internacionais”, opinou. 

A produção da obra foi feita com recursos próprios, mostrando a força que o cinema independente tem na cidade. Que, por se tratar de um curta- -metragem, tem propósito ainda de levar o filme para festivais de cinema e ao eixo de exibição comercial nacional e internacional.

Para escrever o roteiro, Roberto Leite teve o apoio da cineasta Luciana Bitencourt, com base em pesquisas sobre o tema central.

“Este é o segundo curta-metragem que eu assumo a direção e o roteiro. Esse roteiro do ‘Formoso’ foi feito com a Luciana Bittencout, que é uma cineasta que eu conheci nos Estados Unidos. Ela é brasileira, naturalizada lá, mas eu a trouxe a Campo Grande para gravar esse filme comigo, ela foi minha assistente de direção, uma parceria boa que acabou dando certo. Logo vieram os desafios das descobertas que envolvem essa violência praticada com os galos e todo negócio que gira em torno das rinhas, como tráfico de drogas e jogo de apostas”, disse o diretor. 

Repercussão

O diretor conta que o primeiro festival internacional em que entraram foi em novembro do ano passado, e então começaram as premiações em Dourados – que é a única no Brasil, ainda –, “eu estou primeiro fazendo uma carreira internacional e na verdade os festivais brasileiros estão voltando agora, depois da pandemia”, explica. 

Ele ainda fala da alegria de levar o nome do Estado tão longe. “É uma satisfação muito grande para a gente levar o nome de MS e, de certa forma, do Brasil, porque fomos o melhor filme, entre todos os países, independentemente se tinha filmes nacionais, na maioria desses festivais, o nosso filme foi o único que entrou. Mas ganhar prêmio significa isso, não colher só números em prêmios, mas colher a satisfação de ter chegado tão longe com um projeto vindo daqui, de MS, onde as pessoas às vezes não acham que nós produzimos, mas nós produzimos sim, independentemente de editais de governo, nós podemos produzir”, finaliza.

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