Sequência do aclamado filme de 2019 divide críticas e traz elementos musicais no longa
Após 5 anos de espera, chega aos cinemas de todo país Coringa: Delírio a Dois. Na trama acompanhamos a sequência do longa sobre Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) que se passa diretamente após os acontecimentos do filme de 2019. Preso no hospital psiquiátrico de Arkham, ele acaba conhecendo Harleen “Lee” Quinzel (Lady Gaga). A curiosidade mútua acaba se transformando em paixão e obsessão e eles desenvolvem um relacionamento romântico e doentio. Lee e Arthur embarcam em uma desventura alucinada, fervorosa e musical pelo submundo de Gotham City, enquanto o julgamento público do Coringa se desenrola, impactando toda a cidade e suas próprias mentes conturbadas.
Além dos dois protagonistas, vividos por Joaquin Phoenix e Lady Gaga, o novo longa também terá Zazie Beetz, Brendan Gleeson, Catherine Keener, Steve Coogan e Ken Leung no elenco. Todd Phillips retorna para a direção e roteiro da sequência, trazendo consigo também o co-roteirista do primeiro Coringa, Scott Silver. Pouco se sabe sobre a trama do longa, além da ambientação no Asilo Arkham e a inclusão de elementos musicais.
Curiosidades
Primeira vez
“Coringa: Delírio a Dois” é a primeira vez que Joaquín Phoenix faz uma sequência em toda a sua carreira. Até então, o ator só tinha feito filmes únicos ao longo de suas 4 décadas de carreira.
Coisas de Lady Gaga
Durante as filmagens de Casa Gucci, Lady Gaga teve o acompanhamento de uma enfermeira psiquiátrica para apoiá-la em seu intenso processo criativo pelo Método para interpretar Patricia Reggiani. Agora, para dar vida à sua Arlequina, Gaga disse ao Deadline que preferiu não ter esse tipo de assistência e contou com apoio apenas de sua equipe.
Imersão na personagem
Assim como Joaquín Phoenix, Lady Gaga mergulhou intensamente no Método para incorporar sua Arlequina. Por isso, pediu a todos no set para que a chamassem somente de “Lee” ao longo das filmagens.
Garotas Manson
Todd Phillips garantiu que a Arlequina de Lady Gaga em seu “Coringa: Delírio a Dois” será bem diferente daquela que os fãs dos quadrinhos, animações e filmes da DC já conhecem. Em entrevista à Empire, ele falou sobre as inspirações para a personagem. “Embora haja algumas coisas que as pessoas podem achar familiares nela, esta é a interpretação de Gaga da personagem, e também a minha e a de Scott [Silver, corroteirista do longa]. Para nós, ela é como as garotas que idolatravam Charles Manson”, comentou.
Afinal, o filme é um musical?
Em março deste ano, a Variety afirmou que o longa contaria com a presença de 15 músicas, já em 2023, a atriz Zazie Beetz, que interpreta Sophie Dumond, afirmou que o público irá se surpreender com a relação que a história terá com a música. “Acho que as pessoas vão se surpreender. Não acho que será o que elas esperam, em relação a ser musical. Todos nós nos expressamos musicalmente e dançamos em nossas vidas cotidianas. Acho que vai funcionar muito bem”. Pode-se afirmar que sim. É um musical, porém, as cenas com música são apresentadas de uma forma um pouco diferente dos clássicos musicais que estamos acostumados a assistir. Isso porque, a maioria das cenas em que Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) e Lee (Lady Gaga) cantam, refletem um momento de delírio dos personagens. Além disso, as músicas presentes no filme também fazem parte do mais recente álbum de Lady Gaga, “Harlequin”, que conta com regravações e algumas faixas inéditas
Críticas
No site norte-americano, agregador de críticas, Rotten Tomatoes, recebeu 63% de críticas positivas, em 56 avaliações até o fechamento desta edição. Porém as primeiras exibições de Coringa: Delírio a Dois, que aconteceram no Festival de Cinema de Veneza, no início de setembro dividiram opiniões.
Em uma avaliação positiva, a crítica de cinema Rafaela Sales Ross, do The Playlist, credita ao filme da DC uma agradável autoconsciência em um contexto cultural:
“De todas as coisas que Phillips faz melhor em Coringa – Delírio a Dois do que em Coringa, sua correção de curso ao lidar com misóginos radicais é de longe a melhor. O diretor não é sutil nas referências à polêmica provocada pelo original.”
Menos entusiasmado é Richard Lawson, da Vanity Fair, que pode estar se tornando um arqui-inimigo dos fãs do Coringa:
“Quem esperava que a sequência de Coringa fosse sobre como o vilão recém-formado causa estragos em sua cidade ficará extremamente desapontado com Delírio a Dois. Phillips essencialmente nos baniu para dois lugares: o asilo e o tribunal. Muito pouco acontece fora dessas paredes, reduzindo o filme a um drama psicológico restrito. É incrivelmente chato, um procedimento sem sentido que parece desprezar seu público.”
De forma mais diplomática, Peter Bradshaw, do jornal britânico The Guardian, também vê uma melhora em relação ao primeiro filme:
“A sequência está aqui e, embora acabe sendo tão espalhafatosa, tediosa e muitas vezes totalmente cansativa quanto o primeiro filme, há uma melhora. É uma espécie de musical, com Phoenix e outros cantando músicas de shows, muitas vezes em cenários de fantasia […]. Isso lhe dá estrutura e estilo, o que o primeiro filme não tinha.”
A editora-chefe do Moviepilot, Jenny Jecke, destacou aspectos positivos e negativos em sua crítica do Festival de Cinema de Veneza. Embora seja uma grande fã de Gaga e da caracterização mais complexa de Arthur, ela diz que o filme não cumpre sua própria promessa:
“No entanto, um problema básico com o antecessor permanece e não é tão fácil de ser eliminado. Nem o roteiro nem a arte conseguem atender plenamente às demandas. As cenas musicais são lindamente projetadas, mas capturadas de forma relativamente lenta e estática. Isso fica bem nos trailers, mas às vezes faz com que o filme fique parado.”
“Coringa: Delírio a Dois” está em cartaz nos cinemas do país e a classificação indicativa é para maiores de 16 anos.
Por Marcelo Rezende
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