Centro Cultural de Chamamé de Rio Brilhante promove homenagem e encontro entre músicos brasileiros e argentinos

Foto: Arquivo/Governo de MS
Foto: Arquivo/Governo de MS

O Centro Cultural do Chamamé de Rio Brilhante realiza sua primeira roda de chamamé. O evento visa celebrar o intercâmbio entre Brasil, Argentina e Paraguai, promovido pelo ritmo dançante. Além disso, o Centro Cultural realizará uma homenagem à argentina e acordeonista Milagrito Blanco. A confraternização acontece hoje (6), a partir das 20h, na pizzaria e lanchonete Ceciliana, localizada na avenida Benjamin Constant, Centro.

O gênero, de origem normalmente associada às terras argentinas, mais especificamente na província de Corrientes, é um ritmo presente na cultura sul-mato-grossense. Para fortalecer e fomentar o estilo, o CCR (Centro Cultural do Chamamé de Rio Brilhante) promove a 1ª Roda de Chamamé, com músicos sul-mato-grossenses e argentinos, conforme explica o presidente Marlon Marchewicz.

“Essa homenagem que o Centro Cultural está organizando para o encontro com músicos argentinos, Milagros Blancos e seu Miguelito Blanco, tem grande importância para o Centro Cultural do Chamamé de Rio Brilhante. Devido a essa integração e intercâmbio cultural, decidimos abraçar nossos amigos argentinos, os hermanos, em um evento numa lanchonete, local de movimento, um aspecto que contribui para a proposta, que é a integração de três países: Argentina, Paraguai e o nosso Brasil. Para o Centro Cultural, é de grande importância, tanto para mim, como presidente, quanto para a minha diretoria, promover essa integração, pois traz uma parceria enorme entre nossos países. Nada como realizar um encontro de chamamezeiros, numa roda de chamamé, para que os músicos se apresentem, se conheçam e mostrem a cultura brasileira, paraguaia e argentina”, afirmou o presidente.

Herança sul-americana

O advogado e pesquisador do ritmo, Miguelito Blanco, em conjunto com sua filha, a acordeonista Milagrito Blanco, são os músicos homenageados. Milagrito Blanco, uma jovem de 28 anos, toca acordeão desde os 17 anos. Reconhecida por sua música em Buenos Aires, cidade onde reside na Argentina, Milagrito possui uma trajetória de destaque no chamamé sul- -mato-grossense.

A acordeonista já compartilhou o palco com Elinho do Bandoneon, Zezinho Nantes, além de Amambai e Amambaí, nomes tradicionais e reconhecidos em MS. Em entrevista ao jornal O Estado, a instrumentista agradece a homenagem

“Gratamente surpreendida, estou muito feliz, ainda mais por minha história com os cantores brasileiros. Toda música que eu escutava não só era da Argentina, mas também havia muitos músicos do Brasil nos quais me inspirei, como Elinho do Bandoneon e a composição ‘Linda’ de Brancão, um já falecido compositor e músico de baile que compunha chamamé maravilhosamente bem. ‘Linda’ é uma música tão incrível que até o Marcelo Loureiro gravou com o Elinho e o Branco”, afirmou a acordeonista.

Capital do Chamamé

Em 2011, Rio Brilhante, localizada a 150 km de Campo Grande, foi designada como a “capital do chamamé”. Esse ritmo foi oficialmente reconhecido como “Patrimônio Cultural do Mercosul”, tendo o dia 19 de setembro estabelecido como a data comemorativa. Presente nas celebrações sul- -mato-grossenses, o chamamé é uma música de compasso 6/8, tocada em ritmo moderado, e conta com inúmeros compositores e intérpretes que encantam os apreciadores desse estilo musical. Seu destaque no Estado advém por pioneiros como Dino Rocha e Délio e Delinha. Em comemoração ao chamamé, Rio Brilhante realizará, neste ano, a décima edição do tradicional Festival do Chamamé. “Os músicos de MS já são consagrados nos festivais internacionais, como o de Puerto Tirol, além do Corrientes. Os artistas vão daqui para lá para se apresentar”, explica a pesquisadora, escritora e jornalista Lenilde Ramos, que acompanhou a entrevista à reportagem de O Estado.

Por Ana Cavalcante

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