Bailarina do Moinho Cultural realiza sonho ao participar de intercâmbio

Cultural
Fotos: Arquivo pessoal

A corumbaense Izabelle Paiva, 24 anos, é bailarina desde os 9, quando ingressou no Instituto Moinho Cultural Sul-Americano, para fazer aulas de dança e música. Atual – mente, ela integra a Cia. de Dança do Pantanal e está se sentindo realizada profissionalmente, pois, recentemente, participou de um intercâmbio na Cia. de Dança De borah Colker, no Rio de Janeiro. A companhia carioca possui quase três décadas de história, com diversos prêmios e é uma das mais prestigiadas mundo afora.

Para a bailarina, todo o trabalho que o Instituto Moinho Cultural faz, em Corumbá, contribui para que os artistas tenham oportunidades como essa, do intercâmbio. “Tudo que sou como artista, toda minha bagagem, tudo que conheci e pude viver tem influência do projeto. A Cia. entra como uma vitrine para mostrar que Corumbá também é rica nesse meio, que o trabalho desenvolvido no Moinho é de excelência, é palpável. A Cia. é o resultado de tudo isso pulsando em Corumbá. Nela, seguimos crescendo e nos reinventando. Por isso, sua existência é tão importante em nosso Estado.”

Chico Neller, Beatriz de Almeira, Joel de Oliveira, da Cia. de Dança Cisne Negro, Greydson Araújo, com a metodologia do grupo Corpo e Rui Moreira são alguns dos artistas de renome da dança brasileira com quem a bailarina já fez algumas aulas, além de participação em cursos e festivais. Para ela, toda a base que tem não é apenas mé – rito próprio. “O projeto [do Moinho Cultural] tem uma importância muito grande na minha vida. Ele impulsiona, incentiva, mas não só isso. Ele nos dá base. A Márcia Rolon (diretora-executiva) sempre se preocupou em colocar bons pro – fissionais, bem qualificados. Isso eu pude perceber quando saí e tive contato com outros lugares. A gente está no interior, mas podemos estar em qualquer lugar. Tudo que tenho de base não é só mérito meu. É um pouquinho de cada profissional que o Moinho Cultural trouxe para a minha bagagem”, afirma.

Recentemente, a bailarina participou de um intercâmbio na Cia. de Dança Deborah Colker, no Rio de Janeiro. A companhia possui 29 anos de criação, 13 espetáculos e se mantém como uma das mais pre – miadas e prestigiadas no Brasil e no mundo. Em 2018, recebeu o mais importante prêmio da categoria, o “Prix Benois de la Danse”, de Moscou. Izabelle conta como surgiu a oportunidade do intercâmbio. “Há um tempo atrás, num encontro on – -line, produzido pelo Instituto Vale Cultural entre companhias que o mesmo contempla, tive contato com a Deborah, em que ela mencionou a possibilidade desse intercâmbio. Desde então, passei a planejar esse momento, de imersão e qualificação”, conta.

Sobre a experiência, ela relata que foi um privilégio conhecer de perto o trabalho da Cia. “Foi uma experiência incrível. É um trabalho que sempre admirei, portanto, para mim, foi um privilégio poder ter tido a oportunidade de conhecer o trabalho deles. É uma rotina pesada, árdua, movimentação diferente e que me desafiou bastante.”

Além das aulas, a bailarina também participou de um dia de apresentação da companhia, a convite da própria Deborah Colker. “Eles foram se apresentar na UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e pude fazer uma aula no palco, antes da apresentação e testar algumas coisas, também. Foi uma oportunidade muito bacana, durante o intercâmbio”, comenta.

Disciplinada

Talentosa e muito esforçada, Izabelle ainda passou por imersões no grupo Corpo, companhia de dança contemporânea referência mundial na arte de coreografar movimentos do corpo e com o bailarino, coreógrafo e professor Alex Neoral, considerado uma das referências da dança contemporânea nacional. As experiências foram importantes para que a artista pudesse expandir a mente. “No grupo Corpo (MG), pude participar das aulas da Cia. E na Focus (RJ), o Alex Neoral possibilitou acompanhar os ensaios de rotina da Cia. Apesar de ambas experiências terem sido mais curtas, foram extremamente proveitosas. A excelência profissional que pude acompanhar faz expandir a minha mente, em relação a tudo que a dança é e/ou pode ser.”

Todas as experiências de imersões e qualificações que a bailarina sul-mato-grossense passou foram graças ao instituto, que atua há 18 anos na fronteira do Brasil com a Bolívia, nas cidades de Corumbá, Ladário, Puerto Suarez e Puerto Quijarro, atendendo a milhares de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. “O Instituto Moinho Cultural Sul-Americano é essencial na minha vida profissional. Foi ali que me deparei com a arte, me conectei à dança e, pelo projeto, pude crescer e me capa – citar, com excelentes referências. Viver a arte foi algo que foi crescendo e sendo nutrido, no projeto.”

Para a diretora-executiva do instituto, Márcia Rolon, as oportunidades de capacitação garantidas aos baila – rinos da Cia. de Dança do Pantanal e também da Ocamp (Orquestra de Câmara do Pantanal) mostram que o trabalho desenvolvido na instituição os capacita para poderem avançar, cada vez mais. “Nossos bailarinos, músicos e o maestro têm parti – cipado de imersões com grandes nomes da cultura brasileira, que vão desde a Cia. de Dança Deborah Colker até a Orquestra Sinfônica Brasileira, sempre com a ajuda de parceiros fundamentais na nossa história, como o Instituto Cultural Vale. Isso demonstra que o trabalho desenvolvido dentro do Moinho Cultural é sólido e, principalmente, os capacita para ir sempre além. Graças aos parceiros, temos conseguido garantir que eles saiam de Corumbá, participem de imersões e voltem para compartilhar com todos o conhecimento adquirido, como sempre aconteceu aqui, no Moinho Cultural.”

Instituto Moinho Cultural

Criado em 2004, dentro do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), como Escola de Artes Moinho Cultural, o Instituto Moinho Cultural já atendeu mais de 23 mil crianças e adolescentes em situ – ação de vulnerabilidade social com aulas de dança, música, tecnologia e informática. Ele também atua na formação de intérpretes cria – dores para jovens e adultos, com a Companhia de Dança do Pantanal, Orquestra de Câmara do Pantanal e Núcleo de Tecnologia. A instituição visa diminuir a vulnerabilidade social na região de fronteira Brasil – -Bolívia, por meio do acesso a bens culturais e tecnológicos.

Por Livia Bezerra – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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