Uma das mais importantes figuras da dramaturgia brasileira, Zé Celso Martinez morreu nesta quinta-feira (06), aos 86 anos. Ele estava internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital das Clínicas em São Paulo, após ter tido 53% do corpo queimado em um incêndio em seu próprio apartamento, devido a um aquecedor elétrico, na madrugada de terça-feira (04).
Durante sua carreira, Zé Celso encarou a ditadura militar e foi perseguido por suas montagens. Ele foi preso, torturado e exilado, e produziu documentários sobre as revoluções portuguesa e moçambicana.
José Celso Martinez Corrêa nasceu em Araraquara em 1937. Em 1955 entrou para o curso da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, profissão que nunca exerceu. Entretanto, no período em que esteve no Largo São Francisco formou o Teatro Oficina e foi ali que seus primeiros textos Vento Forte para Papagaio Subir (1958) e A Incubadeira (1959), foram encenados.
No início da década de 60, ele se profissionaliza e a sede do grupo é transferida para o teatro da Rua Jaceguai, onde três anos depois Zé Celso dirigia Pequenos Burgueses, de Máximo Gorki, peça de sucesso que ganhou diversos prêmios, mas que foi censurada no ano seguinte, quando o Brasil mergulhou na ditadura militar. Após um incêndio, o teatro da Rua Jaceguai foi reformado e a primeira montagem dessa nova fase foi O Rei da Vela, em 1967, com base num texto escrito por Oswald de Andrade na década de 30, também encenada por Zé Celso.
Uma das características dos espetáculos de Zé Celso é a encenação para o grande público, de graça, ao ar livre ou em grandes espaços. Exemplo desse formato é As Dionisíacas, conjunto de quatro peças que percorreu sete capitais ao longo de 2010. As apresentações aconteciam sempre em estádios, com entrada franca.
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