Livro foi escrito durante o período de isolamento social e traz reflexões do autor
O escritor e músico Alessandro Sputnik se prepara para lançar, em dezembro, seu segundo livro solo, “Doce Diabo”. Produzida de forma independente, a obra foi concebida durante o período de isolamento social e traz uma representação subjetiva do diabo existente dentro de cada um. Alessandro relata como nasceu seu novo trabalho. “Meu processo criativo durante a pandemia ficou muito mais aguçado, tanto que tive que filtrar os poemas que entrariam no livro . A solidão e o silêncio são estimulantes para a poesia. Justamente por esse momento longo de solidão, as reflexões sobre a nossa existência acontecem diariamente e qualquer notícia na TV, livro, bula de remédio, um quadro ou uma música se tornam receita para um novo poema.”
O livro contém 100 poemas e o autor apresenta o cunho existencial, crítico e cheio de incertezas sobre o presente/futuro. “Tudo é fruto das minhas vivências, ou seja, de algo pessoal lanço conceitos e perguntas e respostas sobre a sociedade no período da pandemia. Doce diabo, doce morte. A figura do DIABO é bastante subjetiva, muitas vezes contraditórias durante as suas aparições em alguns poemas do livro.”
“Depois da vida, quem me desejará sorte? Depois da morte, quem me beijará até sangrar? Doce Diabo do Céu e do Mar, Dê-me o amor amargo do teu âmago e mágico átimo.”
Sputnik crê que a arte está de luto, e que o amor está ausente do nosso cotidiano. “Nas linhas de ‘Doce Diabo’, o amor está doente, quase ausente ou aparece como algo amargo, um ódio disfarçado de amor, uma falsa salvação, um sentimento usado de modo deturpado pelos vários diabos que nos vigiam e nos governam”, ressalta o escritor.
(Texto: Marcelo Rezende)
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