3º Festival do Peixe

GUATÓ - Foto: Aipe Cozinha Raiz
GUATÓ - Foto: Aipe Cozinha Raiz

Mais de 30 estabelecimentos participam de festival, que terá palestra com chef renomado

Até o dia 15 de setembro, os amantes de peixe de Mato Grosso do Sul terão a oportunidade de conhecer e experimentar os mais diversos pratos de pescados durante a terceira edição do Festival do Peixe. A programação do festival também inclui uma palestra imperdível com o chef Jun Sakamoto, no dia 10 de setembro, às 9h, na sede do Sebrae, na Avenida Mato Grosso, 1661.

Serão mais de 30 estabelecimentos participantes, inclusive de estabelecimentos de outros municípios, como Dourados e Bonito. A lista de estabelecimentos participantes pode ser conferida no site https://conteudo.festivaldopeixe2024.com.br/abrasel. Em sua terceira edição, o Festival conta com pratos que variam de R$ 29,90 a R$ 175, com opções como tilápia, pintado, piranha, pirarucu, entre outros.

O evento é promovido pela Abrasel/MS (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Mato Grosso do Sul) em parceria com o Sebrae. Conforme o presidente da Abrasel, João Francisco Denardi Fornari, o Festival é um momento importante para a gastronomia sul-mato-grossense. “Ele contribui para o consumo do pescado e para mostrar os cardápios dos bares e restaurantes que utilizam do produto”, explicou.

Segundo Fornari, um dos objetivos do evento é aumentar o consumo do pescado, e trazer a proteína para o prato do brasileiro. “É a nossa contribuição para fomentar o pescado, popularizar o produto na mesa do consumidor e motivar que os restaurantes apresentem a diversidade gastronômica do peixe, tão farto em nossa região”, reforçou. “Além disso, nosso festival é uma grande oportunidade para a troca de conhecimento e experiência entre empresários e contará com a presença do Chef Jun Sakamoto, que possui um restaurante com estrela Michelin e fará a palestra do nosso evento”, destacou em entrevista ao jornal O Estado.

Palestra com Jun Sakamoto

Um dos maiores ícones da culinária japonesa no Brasil, particularmente reconhecido pelo sushi, Jun Sakamoto é um empresário com negócios de diferentes perfis. Seu mais antigo estabelecimento, Jun Sakamoto, possui uma estrela no ‘Guia Michelin’ e é vencedor de diversos prêmios. Seu trabalho é uma fusão de técnicas tradicionais e inovação, tendo contribuído para a formação de novos talentos na área de culinária japonesa.

Na palestra, intitulada “Como Atender as Mudanças no Perfil de Consumo Acompanhando os Desafios e Transformações do Mercado”, ele promete oferecer insights valiosos para empresários e profissionais do setor.

De casa para a cozinha profissional

Um dos restaurantes participantes do Festival é o Mandhi Cozinha Autêntica, de Dourados. Comandado pelo chef de cozinha Daniel Aléssio, o local busca fundir mar e Pantanal em seus pratos. Em entrevista ao jornal O Estado, o chef relembrou como a cozinha sempre fez parte da nossa jornada.

“Sempre foi prazeroso estar na cozinha, desde ajudar em casa para fazer o almoço com familiares, até a cozinha profissional de um grande restaurante. A maioria das grandes celebrações acontecem em torno de comida e bebida”, pontou.

Aléssio trabalha na cozinha profissional desde 2010 e em 2014 cursou gastronomia na UVV (universidade de Vila Velha), com especialização em peixes e frutos-do-mar. Quatro anos depois, o chef teve a oportunidade de realizar mais uma especialização, dessa vez em Campo Grande, na gastronomia funcional e orgânica, descobrindo o mundo da agroecologia, sazonalidade e alimentos orgânicos registrados. “O Mandhi é resultado da bagagem das experiências que tive durante esses períodos. Nosso restaurante tem um conceito mais informal, um ligar onde as pessoas possam sentar e aproveitar de uma culinária ‘simples’ de pratos muito bem preparados!”.

Favorito

Para o festival, Aléssio apresenta o Crudo de Pirarucu, prato marinado no molho ponzu, envolto de coalhada seca, finalizado com molho pesto e brotos da estação e gergelim torrado. “O crudo de peixe tem sido o favorito entre os clientes no Mandhi e é um prato que eu amo. Acho que foi por isso o escolhi para o festival. Ele harmoniza tanto com uma cerveja quanto com vinho, o que já faz dele um prato dinâmico/democrático. Ele teve inspiração em restaurantes que visitei e o adaptei para nossa região e com nosso toque especial: a coalhada temperada com especiarias e aromas do cumaru e puxuri. O peixe marinado (pirarucu) no molho ponzu, acompanha pesto de manjericão e fatias do nosso pão artesanal feito no restaurante”, explicou.

Segundo o chef, a gastronomia precisa estar cada dia mais atenta a toda a cadeia produtiva que envolva a atividade. “Queremos pensar em todo o processo, desde a pesca do peixe até a entrega do prato para o cliente. Isso garante qualidade e um melhor equilíbrio nas práticas de consumo”, destacou.

“Acho importantíssimo o chef ou cozinheiro conhecer o fornecedor, visitar o sítio, conhecer as condições climáticas e como é a vida das pessoas que estão plantando, criando ou pescando o animal, para que a gente saiba o que está servindo, como está servindo e por que está servindo. Tudo isso ajuda a formar a cultura da empresa”.

Aléssio pontua que seus produtos são adquiridos da região ou feitos pelo próprio restaurante. “Os lácteos vêm de laticínios da região, o palmito pupunha, as hortaliças, legumes, pimentas, frutas vêm de sítios de produtores locais, as conservas nós que fazemos. A proximidade entre o pequeno produtor rural e um restaurante promove uma cadeia de fornecimento mais transparente e confiável. O restaurante tem controle sobre a origem dos ingredientes, especialmente para consumidores mais conscientes”.
Ele ainda acredita que o festival traz uma importância considerável para o Estado, rico em rios e possui uma biodiversidade de peixes pouco conhecida. “O festival é uma forma da população conhecer novas formas de consumo e valorizar a cultura local, que por consequência causa menos impacto”, finaliza.

Quem também irá participar do Festival, é Dalgimara Simões Rodrigues Alves, dona do Beco da Arte Restaurante e Pizzaria, em Bonito. O negócio, começou pelo desejo dela de abrir algo que fosse diferente e saísse do tradicional eixo culinário de Bonito. “Sempre tive uma paixão pela gastronomia, buscando novos sabores para adicionar ao nosso cardápio. Somos parceiros da Abrasel e o festival surgiu como uma luva para divulgarmos nosso produto”, destacou.

Para o Festival, o restaurante trouxe o Pirarucu à portuguesa. “Queríamos fugir um pouco do tradicional dos peixes da nossa bacia, como pintado e pacu. Assim pegamos um filé de um peixe muito saboroso, o pirarucu, que está sendo muito utilizado na cozinha brasileira, por ter uma carne suave, com pouca gordura, e com sabor inigualável”, explicou. “Mesclamos esse filé com ingredientes selecionados muito usados na culinária portuguesa.
O filé é grelhado em azeite de ervas, coberto com tomates confitados, cebolas, batatas, azeitonas e levado ao forno a 180 graus para mesclar os sabores e finalizado com o mais puro azeite português”.

Serviço: O 3º Festival do Peixe será realizado até o próximo domingo, dia 15 de setembro. A lista de estabelecimentos participantes pode ser conferida no site https://conteudo.festivaldopeixe2024.com.br/abrasel

Por Por Carolina Rampi

 

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