Pesquisadora da Embrapa fala sobre agropecuária sustentável

Pecuária sustentável em debate na Europa
Pecuária sustentável em debate na Europa

A chefe-geral da Embrapa Agrossilvipastoril, Laurimar Vendrusculo, foi uma das participantes do painel “Entregando uma agricultura de baixo carbono: com acelerar a mudança”, realizado durante o evento Diálogo para Agricultura e Alimento Sustentável, promovido pela ApexBrasil em Bruxelas (BEL) . O painel teve uma dinâmica de talk show, com um moderador fazendo perguntas aos participantes. Além de Laurimar, também participaram Eduardo Bastos, líder de sustentabilidade da Associação Brasileira de Agronegócio (Abag), Michele Spangaro, líder do escritório de Bruxelas da Associação Italiana de Carne Processada (Assica) e Mark Titterington, co-fundador e Conselheiro Sênior da Fórum para o Futuro da Agricultura (FFA).

Laurimar falou sobre as tecnologias de baixo carbono pesquisadas pela Embrapa e que já estão em uso pelos produtores rurais, dando maior ênfase à ILPF. Mencionou resultados de produtividade e os benefícios desses sistemas, adotados em cerca de 17 milhões de hectares de acordo com estimativa da Rede ILPF.

A chefe-geral, assim como Edu Bastos, falou sobre o programa do governo federal que será lançado nos próximos dias para recuperação de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas. Ela aproveitou o tema para dizer que será necessário aporte financeiro para financiar essa recuperação e que países europeus podem contribuir nisso.

A chefe-geral também mencionou a cooperação com a África da qual a Embrapa Agrossilvipastoril participa, sendo esta uma possibilidade de parceria com três atores, gerando resultados mais abrangentes.

No debate ficou evidente que os interesses europeus e brasileiros têm mais convergência do que divergência. Michele Spangaro ressaltou a necessidade de haver maior confiança entre as duas partes e mais diálogo. Respondendo que as exigências do chamado Green Deal aprovado pela União Europeia são preocupação com a sustentabilidade ou protecionismo, ele respondeu que o rigor aplicado também aos produtores europeus é a comprovação de que se trata de uma preocupação genuína com o aquecimento global.

Durante o evento também foram apresentados cases de sustentabilidade do Brasil na cadeia de aves e suínos e resultados de uma pesquisa que mostra que as iniciativas sustentáveis em andamento no Brasil são, em sua maioria, financiadas por instituições brasileiras e não por recursos externos.

No painel sobre “Biodiversidade: políticas e técnicas de conservação”, foram discutidos temas relacionados ao desmatamento e a necessidade de maior aporte de recursos internacionais para que o governo brasileiro tenha condições de aumentar a fiscalização da Amazônia, uma região maior do que a soma dos países que formam a União Europeia. Também foi defendido o fortalecimento de políticas já existentes, como a finalização do Cadastro Ambiental Rural e a aplicação do Código Florestal, como formas de garantir a sustentabilidade em escala no Brasil.

A pesquisadora e professora na Wageningen Environmental Research Saskia Keestra falou que desde criança ouve notícias sobre desmatamento recorde na Amazônia e que esta é a imagem que tem do Brasil. De acordo com ela, o cenário visto durante o evento é bem diferente disso.

Ao fim do evento, o embaixador brasileiro na União Europeia, Pedro Miguel da Costa e Silva ressaltou a necessidade de haver mais eventos como este para promover o diálogo e o entendimento entre a Europa e o Brasil.

Os participantes do evento também tiveram a oportunidade de conhecer melhor os sistemas de ILPF, uma dos pilares da estratégia brasileira de descarbonização da agricultura, por meio da realidade virtual. O tour virtual por uma fazenda com sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta foi apresentado pelo jornalista da Embrapa Agrossilvipastoril Gabriel Faria.

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