Pecuarista precisa sair do campo para acompanhar mercado, diz especialista

Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

[Texto: Julisandy Ferreira, Jornal O Estado de MS]

Oscilações na pecuária exige nova postura de produtores, que precisam se atentar aos preços

Na sexta-feira (5), no tatersal 2 da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), durante a 84ª Expogrande (Exposição Agropecuária e Industrial de Campo Grande), aconteceu o “Encontro Novilho Precoce Pecuária em foco: mercado, gestão e política”, que reuniu organizações, empresas e autoridades do segmento do agronegócio, a fim de debater os rumos que o segmento toma a partir de uma produção cada vez mais veloz e, que com as oscilações que apresentam o mercado, necessitam ser cada vez mais assertivas.

O editor do Carta Pecuária e especialista em mercado pecuário, Rogério Goulart, pontuou na ocasião, a necessidade do produtor rural evoluir sua postura para amenizar danos, já que há uma clara oscilação dos custos de produção no primeiro trimestre de 2024, que se mostram elevados e ultrapassam até mesmos os preços de vendas, fator que demanda do produtor mais atenção ao mercado.

“Se antes ele passava um mês na fazenda sem olhar nenhuma informação de preços, hoje ele não pode mais fazer isso. Ele tem que olhar os preços praticamente todos os dias. O preço do bezerro, da vaca e do boi oscila muito no tempo. Então se ele tiver um animal para comercializar seja vender ou comprar, ele precisa estar atento aos melhores momentos e oportunidades que estão tendo e essa é a grande mudança do passado para cá”, esclareceu o especialista.

Mercado profissional

Conforme destacado por Goulart, hoje Mato Grosso do Sul tem o 2º maior abate de gado do Brasil, atrás somente do Mato Grosso. Com isso, o setor pecuário se destaca no Brasil e a tecnificação junto ao evento se torna um impulsionador de boas práticas.

“As áreas de produção de pecuária tendem a diminuir, mas a pecuária tende a aumentar. A gente tem que ficar cada vez mais produtivo, então vamos depender cada vez menos de área fixa de engorda de gado. Outros setores estão se desenvolvendo no Estado, mas a nossa pecuária é extremamente pujante e a 2º melhor do país. As janelas de bons negócios diminuíram, então não é mais a qualquer hora e dia do ano que você vai vender bem ou comprar bem, porque o mercado se tornou mais profissional e é natural que com o mercado cada vez mais profissional, as pessoas capturem os bons momentos e eles se tornem mais escassos.

“Às vezes o produtor por ficar ligado somente a produção, no curral, andando a cavalo ou camionete e não tem problema nenhum com isso, perde de equilibrar o olhar no mercado, para entender as janelas de boas negociações a curto e longo prazo”, elucidou Goulart sobre a necessidade da mudança no entendimento do ciclo pecuário.

O presidente do Sistema Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária Mato Grosso do Sul), Marcelo Bertoni, falou sobre a importância do planejamento das ações, a fim de amenizar danos ao Brasil e a pecuária como um todo. “Esse evento da Novilho Precoce MS é de extrema importância, pois traz ao produtor rural informação e é isso que nós precisamos. Mostra os ciclos da pecuária e mostra a ele tudo isso, para que ele tenha lucro no processo dele e a Novilho fazendo um excelente trabalho na diminuição na idade de abate do nosso rebanho. Isso é importante para o estado, o MS tem uma meta de carbono neutro até 2030 e diminuindo a idade de abate você traz o carbono evitado, então é menos gás carbônico na atmosfera e a novilho faz esse trabalho, trazendo o nosso nível.

O presidente da Novilho Precoce MS, Rafael Gratão, argumentou que a presença dentro da feira é essencial, pois além de trazer a união do setor, ainda viabiliza, através da promoção de palestras e novos conhecimentos, uma nova postura do produtor, que precisa se atualizar junto ao mercado, que trabalha em ritmo cada vez mais rápido.

“Esse evento trata um pouquinho da questão do preço do nosso produto, a questão da mão de obra e a questão política. Temos também várias discussões a nível federal com relação a leis e reforma tributária. O produtor tem que estar atento a isso, porque interfere entre 10% e 15% do resultado. É um evento importante, dentro de uma feira importante, com várias entidades alinhadas e querendo sempre o melhor para a sociedade como um todo”, pontuou.

Confira as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *