África do Sul e Singapura anunciam retorno às atividades comerciais com o Brasil
Dados do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), apontam que dez países ainda seguem com a suspensão total das exportações de carne de aves do Brasil, após um caso de gripe aviária registrada no Rio Grande do Sul. Entre eles, a maior compradora da carne produzida em Mato Grosso do Sul – a China, segue resistindo a importação do produto mesmo com o trabalho de vigilância sanitária realizado no Estado.
“A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) concluiu no dia 30 de junho de 2025 o 3º Ciclo do Plano de Vigilância para Influenza Aviária e Doença de Newcastle. Com todas as coletas realizadas dentro do prazo estipulado pelo MAPA, o Estado reafirma sua posição como referência nacional no fortalecimento da sanidade avícola”, segundo afirma o documento de monitoramento.
Não é novidade que a China é um forte aliado comercial, sendo responsável por 16,3% da receita de Mato Grosso do Sul com as exportações de carne de frango no primeiro trimestre deste ano, segundo boletim da Casa Rural, o país asiático comprou 7,17 mil toneladas somente neste período. O volume embarcado para os chineses aumentou 36% em relação ao trimestre de 2024.
A reportagem entrou em contato com a associação que representa os avicultores no Estado, para questionar como os produtores estão sendo afetados com a suspensão e como avaliam o cenário daqui pra frente, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno da presidente, Franciele Corneli.
“A vigilância constante é a chave para manter a confiança dos mercados internacionais e proteger nossas cadeias produtivas. Quando antecipamos riscos e mantemos o monitoramento ativo, o produtor ganha segurança e o Estado avança com solidez na economia agropecuária”, destaca o diretor-presidente da Iagro, Daniel Ingold.
Outros países retornam às compras
Por outro lado, na terça-feira (8), o Mapa anunciou que África do Sul e Singapura retomaram as exportações da carne de ave brasileira, medida que deve fortalecer diretamente os produtores sul-mato-grossenses. Com isso, subiu para 26 o número de países que retornaram a compra da proteína.
Sendo eles: África do Sul, Argélia, Argentina, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Cuba, Egito, El Salvador, Emirados Árabes Unidos, Filipinas, Índia, Iraque, Lesoto, Líbia, Marrocos, Mauritânia, Mianmar, Montenegro, Paraguai, República Dominicana, Singapura, Sri Lanka, Uruguai, Vanuatu e Vietnã.
Segue com suspensão restrita ao estado do Rio Grande do Sul: Angola, Arábia Saudita, Armênia, Bahrein, Bielorrússia, Cazaquistão, Coreia do Sul, Kuwait, México, Namíbia, Omã, Quirguistão, Reino Unido, Rússia, Tajiquistão, Turquia e Ucrânia.
Plano de Vigilância para Influenza em MS
O ciclo de vigilância para Influenza Aviária, foi realizado pela Iagro entre julho de 2024 e junho de 2025, envolveu dois componentes de vigilância ativa — a avicultura industrial e as aves de subsistência — totalizando 1.588 amostras coletadas em propriedades rurais distribuídas por 31 municípios sul-mato-grossenses.
O Componente 03, voltado à avicultura industrial, somou 1248 amostras obtidas em 81 propriedades comerciais, de 27 municípios. Esse trabalho é fundamental para comprovar a ausência de circulação viral de alta patogenicidade e garantir a certificação sanitária necessária para o comércio de produtos e material genético avícola no cenário global.
Já o Componente 04, voltado à vigilância em aves de subsistência, focou em áreas classificadas como de risco epidemiológico — com maior probabilidade de contato com aves migratórias. Foram 340 amostras coletadas em 26 propriedades de 14 municípios. A estratégia não apenas monitora a possível presença dos vírus da Influenza Aviária e Doença de Newcastle, como também atua preventivamente para minimizar impactos sobre os sistemas de produção.
“A vigilância em aves de subsistência é uma etapa crucial do programa. Ela permite que atuemos com alertas precoces em regiões mais vulneráveis, protegendo a avicultura comercial e reforçando as medidas de biosseguridade em todo o estado,” afirma a coordenadora do Programa Nacional de Sanidade Avícola em MS, Kamylla Silveira.
Por Suzi Jarde
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