Embargo chinês ocorre desde o dia 23 de fevereiro
Os três frigoríficos de Mato Grosso do Sul, licenciados para realizar exportação para a China, já estão com a volta prevista do período de férias coletivas. A medida, quase que imediata, foi a saída para equilibrar a produção no Estado, após o embargo devido a um caso de EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), doença da “vaca louca”, no Brasil.
A retomada das atividades está programada para ocorrer ainda neste mês, após terem sido interrompidas no dia 23 de fevereiro. A exemplo, estão o frigorífico Naturafrig, em Rochedo, e o Agroindustrial, em Iguatemi, no qual ambos já definiram a data de retorno ao trabalho.
O diretor da Naturafrig, Sérgio Capuci, relata que seguirão com o plano inicial tomado pela empresa. “Retornamos dia 21 [de março]. Aproveitamos a suspensão do mercado chinês e achamos por bem conceder férias coletivas para equilibrar as atividades”.
Ele se mostra bastante otimista com o cenário e acredita em uma breve retomada das exportações. “Agora, vamos voltar ao trabalho no próximo dia 21 e seguiremos o abastecimento para o mercado interno e demais exportações, que são feitas para vários outros países. Seguimos com a expectativa de que o desembargo aconteça antes do fim do mês de março e as ações possam ser regularizadas”, destacou.
Já em Iguatemi, conforme apurado pelo jornal O Estado, o frigorífico Agroindustrial segue em período de férias coletiva, com previsão de retorno para o próximo dia 27.
Os frigoríficos, que imediatamente traçaram estratégias para lidar com a situação, optaram por interromper o abate, enquanto outros preferiram paralisar apenas uma pequena porcentagem das atividades, como foi o caso do Frigosul, localizado em Aparecida do Taboado, onde 10% dos funcionários receberam férias.
Atualmente, o processo de exportação para o mercado chinês segue pausado e a expectativa é que seja liberado ainda neste mês, visto que o Ministério das Relações Exteriores confirmou, por meio de nota oficial, que o presidente Lula (PT) realizará uma viagem ao país asiático na última semana do mês, levantando especulações de que, neste período, ocorra o alinhamento das atividades junto às autoridades do país e, por consequência, o desembargo.
Paralisação completa 23 dias
O caso da “vaca louca”, foi confirmado pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) no dia 22 de fevereiro, em Marabá (Pará). No dia seguinte, em 23 de fevereiro, ocorreu o embargo das exportações ao país asiático.
O caso foi identificado em um macho, de 9 anos, em uma pequena propriedade no município de Marabá, no Pará. O animal, criado em pasto, sem ração, foi abatido e sua carcaça incinerada no local.
Na época, o presidente da Associação de Exportadores Brasileiros, José Augusto de Castro, disse à CNN que a suspensão deveria durar até abril.
No dia 2 de março, a análise do laboratório de referência da Organização Mundial de Saúde Animal confirmou, no dia 2 de março, que o caso isolado de “vaca louca” é atípico, do tipo H.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, comunicou imediatamente o resultado da amostra ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, iniciou a inserção das referidas informações no sistema para a comunicação oficial à OMSA (Organização Mundial da Saúde Animal) e às autoridades chinesas.
Por Evelyn Thamaris – Jornal O Estado do MS.
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