Para economista, relações comerciais são estratégicas para o Estado
Com objetivo de aproximar o agronegócio do governo, 102 pessoas entre pequenos, médios e grandes empresários, produtores, representantes de associações e cooperativas dos mais diversos segmentos do agronegócio brasileiro integram a comitiva organizada pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) e embarcaram, na segunda-feira (20), em missão oficial para a China. A expectativa é de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarque na sexta-feira (24), rumo ao país asiático.
Entre os representantes está o diretor-executivo da Suzano Papel e Celulose, Pablo Gimenez Machado e, no setor de produção de carne bovina, suína, ovina e de frango estão os executivos da JBS, Joesley e Wesley Batista. As despesas da viagem serão custeadas pelos próprios empresários.
O ministro Carlos Fávaro explica que os empresários terão a oportunidade de discutir com o setor privado as demandas de importação e exportação entre os dois países.
“É uma comitiva bastante eclética, contemplando a diversidade do nosso agronegócio, não só daqueles que estão interessados em vender seus produtos, mas também comprar, para que possamos avançar na agroindústria. É um sinal do prestígio do presidente Lula junto ao setor, que fez questão de participar da missão e também da importância que o governo federal destaca ao agro”, relata o ministro.
Além disso, Fávaro declara que é uma comitiva importante para a relação do país. “Tanto para vender mais para a China como para comprar produtos que sejam importantes para o Brasil.Com isso, gera oportunidades de empregos, desenvolvimento econômico e retomar as boas relações fraternais com o povo chinês. Vamos preparar para a chegada do presidente Lula, que vem em uma outra comitiva, se agrega à nossa e vamos trazer grandes notícias para o povo brasileiro.”
MS em destaque nas negociações
De acordo com o economista Enrique Duarte, a China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009 e continua com o seguimento. No ano passado, o comércio entre os dois países somou 171,49 bilhões de dólares. “Os principais produtos que o Brasil vende para China são soja, óleos brutos de petróleo, minérios de ferros e seus concentrados, celulose, carne bovina, carne de frango, carne suína, ferro-ligas, algodão bruto, minérios de cobres e seus concentrados.”
“Dos produtos citados, Mato Grosso do Sul produz a maioria. Portanto, é estratégico manter essas relações comerciais com os chineses. Outra característica é que este produto a China não tem condições de produzir internamente. Desta forma, vão continuar comprando do Brasil e, consequentemente, do Estado”, afirma Duarte.
Ainda de acordo com o economista, o que talvez seja um fator contrário nesta relação comercial é que 98,2% são produtos que importamos dele e são manufaturados dos mais diversos. Sendo assim, o que o Brasil precisa é agregar valor, cada vez mais aos produtos exportados, para não continuarmos com a famosa troca desigual, vendemos produtos primários e importamos produtos industrializados.
“Contudo, dentro da potencialidade do comércio internacional de MS, a relação entre o Estado e a China deve continuar, pois até agora está sendo algo muito promissor. E, o que nos resta, como dever de casa, é agregar mais valor aos nossos produtos, no qual se consegue, quando industrializamos cada vez mais os produtos chamados de commodities – que são produtos que funcionam como matéria-prima, como carne, soja, petróleo e minério”, finaliza Enrique.
Comitiva do agro
O Ministério da Agricultura e Pecuária informou, por meio de nota, que Fávaro e a equipe técnica estão trabalhando com os acordos comerciais, em medidas de simplificação de processos, por meio da digitalização, na abertura de mercados para novos produtos brasileiros, junto às autoridades chinesas.
Cabe destacar que o ministro Carlos Fávaro embarcou, na segunda-feira (20), com destino a Pequim, na China. A previsão de chegada ao país asiático é nesta quarta-feira (22). Desta forma, a partir de terça-feira (28), ele inicia a agenda oficial com as autoridades chinesas. Ao longo da visita do presidente Lula, haverá eventos empresariais, seminários e a assinatura de atos intergovernamentais.
Por fim, o comunicado destaca que, desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil e uma das principais origens de investimentos em território brasileiro. Em 2022, a corrente de comércio atingiu recorde de US$ 150,5 bilhões.
Por Marina Romualdo – Jornal O Estado do MS.
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