Lula diz que 2026 será “ano da verdade” e cobra posicionamento político de ministros que disputarão eleições

Foto: divulgação/Ricardo Stuckert/PR
Foto: divulgação/Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quarta-feira (17), durante a última reunião ministerial de 2025, que 2026 será o “ano da verdade” para o futuro do governo federal. Em discurso aos ministros, Lula disse que aqueles que deixarem a Esplanada para concorrer a cargos nas eleições do próximo ano terão de deixar claro “de que lado estão” no cenário político.

Segundo informações do SBT News, junto a fontes do governo, cerca de 20 dos 38 ministros devem deixar seus cargos até abril, prazo legal de desincompatibilização para disputar o pleito de 2026. Para o presidente, o próximo ano será decisivo tanto do ponto de vista eleitoral quanto da consolidação da narrativa do governo. “Já anunciamos todas as políticas sociais que a gente tinha que anunciar. Ano eleitoral vai ser ano da verdade”, afirmou.

Lula destacou que o governo precisa mostrar de forma mais clara à população as mudanças promovidas nos últimos anos. Segundo ele, ainda há dificuldade em fazer com que os resultados da gestão cheguem de maneira efetiva à avaliação popular. “Temos de criar a ideia da hora da verdade, pra mostrar quem é quem nesse país, o que aconteceu antes de nós e o que acontece quando nós chegamos, qual foi a mudança na economia, na educação, na saúde e nas políticas de inclusão”, declarou.

O presidente reforçou que o processo eleitoral exigirá posicionamento explícito de ministros e partidos aliados. “Cada ministro, cada partido vai ter que estar no processo eleitoral e definir de que lado está. Será inexorável. Vão ter que defender aquilo que acham que pode elegê-los”, disse, ao avaliar que a disputa de 2026 também será um teste de coerência política.

Durante a reunião, Lula avaliou ainda que o governo encerra 2025 em uma situação “amplamente favorável”, apesar de isso não se refletir com a intensidade esperada nas pesquisas de opinião. Para ele, a polarização política impede uma leitura mais equilibrada dos resultados da gestão. “É como se fosse Corinthians e Palmeiras, Flamengo e Vasco, Grêmio e Internacional. Uma rivalidade em que ninguém muda de posição, a não ser em momentos extremos”, comparou.

A fala ocorre um dia após a divulgação de pesquisa da Quaest, que apontou empate técnico na avaliação do governo, com 49% de desaprovação e 48% de aprovação. O levantamento também indicou Lula na liderança em todos os cenários eleitorais testados para 2026, incluindo uma eventual vitória de 46% a 36% em segundo turno contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), pré-candidato escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O presidente também elogiou a atuação dos bancos públicos, destacando o aumento da capacidade de investimento em setores como agricultura e indústria. Segundo Lula, trata-se de um momento “quase ímpar na história do país”. Ele ainda ressaltou conquistas do governo em um cenário considerado adverso, já que o Executivo não tem maioria na Câmara nem no Senado. “Aconteceu pela persistência, pela capacidade de conversa e de argumentação de cada um de vocês”, afirmou.

Ao mencionar a aprovação de medidas consideradas estratégicas em 2025, Lula citou a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês, que passa a valer em 2026. “Fica mais barato conversar do que guerra”, disse, ao defender o diálogo político como instrumento central da governabilidade.

Por fim, o presidente afirmou que o governo ainda precisa avançar mais, reiterando sua visão de que a melhoria das condições de renda é central para o desenvolvimento do país. “Dinheiro na mão do povo resolve o problema da industrialização, do consumo, da agricultura e da inflação. A verdade nua e crua é que acabamos com a invisibilidade do povo pobre deste país”, concluiu.

 

Com informações do SBT News

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