Mostra Preta de Cinema tem sessões hoje e quinta

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Evento exibe filmes de cineastas do Centro-Oeste na Casa de Cultura, com obras negras, indígenas e LGBTQIAPN+

 

Acontece nesta terça-feira (16), a Mostra Preta Multidisciplinar com a exibição de filmes e o anúncio oficial do resultado de sua chamada para cineastas, além da divulgação da programação audiovisual do mês. A Mostra Audiovisual ocupa o cinema da Casa de Cultura em duas sessões abertas ao público, marcadas para os dias 16 e 18 de dezembro, sempre às 19h.

Pirenopolynda Izzi Vitório (DF) – Foto: reprodução

A seleção reúne produções de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, revelando a potência criativa do Centro-Oeste brasileiro e de territórios que vêm construindo narrativas próprias fora dos grandes eixos de circulação. Os filmes apresentados dialogam com vivências negras, indígenas e LGBTQIAPN+, propondo olhares plurais sobre identidade, memória e contemporaneidade.

A casa de todas as águas – Foto: reprodução

Expandindo suas fronteiras para além da sala de cinema, a Mostra firma parceria com a plataforma de streaming TodesPlay, iniciativa gerida pela Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN). As obras selecionadas passam a integrar um catálogo especial na plataforma, ampliando o alcance das produções e garantindo visibilidade nacional aos realizadores e realizadoras participantes.

Com uma curadoria que entende o audiovisual como espaço de encontro entre linguagens, tempos e cosmologias, a Mostra Preta se consolida como um território de travessia e resistência cultural. Ao articular exibição, formação e circulação, o projeto transforma o cinema em um gesto político e poético, conectando passado, presente e futuro por meio de narrativas contra-coloniais e coletivas.

Mansos – Foto: reprodução

Idealização

A parceria entre a Mostra Preta Multidisciplinar e a plataforma TodesPlay amplia o alcance das produções selecionadas nesta edição, conectando realizadores locais a uma rede nacional de exibição. A articulação foi construída por meio da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN) e, segundo a cineasta Lua Maria para o Jornal O Estado, uma das idealizadoras do projeto, reforça o compromisso da Mostra com a visibilidade de obras realizadas por pessoas negras, indígenas e LGBTQIAPN+.

“Eu e a Mariane somos associadas e atuamos como realizadoras de audiovisual aqui no Estado. Essa plataforma é muito importante porque amplia a visibilidade nacional das produções, é acessível, gratuita e reúne obras feitas por pessoas negras, indígenas e LGBTQIAPN+. É uma plataforma de nós para nós”.

Coletividade:
Oficina de Charme que aconteceu dia 11 de dezembro como parte da programação do evento – Foto: reprodução

Dando continuidade à programação formativa da Mostra Preta Multidisciplinar, o projeto também promove uma Masterclass de Distribuição Audiovisual com Rafael Ferreira, diretor da produtora Cine Diáspora e da plataforma TodesPlay.

A atividade aprofunda o debate sobre circulação de filmes e acesso ao público, fortalecendo as trajetórias de cineastas ao apresentar estratégias possíveis de distribuição nacional, especialmente para produções independentes e realizadas por sujeitos historicamente dissidentes no audiovisual.

“A TodesPlay não é só uma plataforma de preservação, ela também é de distribuição audiovisual, e os filmes da Mostra Preta que estarão lá vão circular nacionalmente de forma gratuita. Na masterclass, as pessoas podem esperar uma formação com linguagem simples, acessível, mas também muito política e afetiva, com essas trocas que o audiovisual de guerrilha traz. É uma formação online, gratuita, aberta para pessoas de outras regiões “, conta.

Programação

A Mostra Preta traz uma seleção de filmes de cineastas do Centro-Oeste, abordando temas como identidade, ancestralidade e resistência cultural. Com produções de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, os filmes oferecem novas perspectivas sobre o território e a memória negra. Entre os destaques estão Meça Três Vezes Antes de Cortar, de Zulmí Nascimento, e O Pantanal é Preto, de Raylson Chaves, que discutem a relação com a terra e a identidade regional.

Meça Três Vezes Antes de Cortar – Foto: reprodução

A programação, que ocorre na Casa de Cultura, será dividida em duas exibições: no dia 16 de dezembro (terça-feira), às 19h, serão exibidos Meça Três Vezes Antes de Cortar (GO), Pirenopolynda (DF) e MANSOS (MT); e no dia 18 de dezembro (quinta-feira), também às 19h, será a vez de A Casa de Todas as Águas (MT), O Pantanal é Preto (MS) e Ancestrais do Futuro (GO). A mostra é um espaço de afirmação e reexistência cultural, unindo o cinema e o público em um diálogo sobre a realidade do Centro-Oeste.

A Mostra Preta entende que os filmes selecionados desempenham um papel fundamental na construção de uma memória audiovisual negra, indígena e LGBTQIAPN+ no Centro-Oeste. A proposta é fortalecer trajetórias de resistência e criar espaços de visibilidade para artistas e realizadores que ainda buscam ocupar novos territórios de exibição, abrindo caminhos para futuras edições mais inclusivas e abrangentes.

“Vemos esses filmes como experiências possíveis de resistência e criação. A expectativa é que a Mostra cresça, alcance mais pessoas e lugares, quem sabe de todo o Brasil, e que esse caminho se torne cada vez mais acolhedor, vivo e presente”, afirma Lua Maria.

Curadoria

A curadoria da Mostra Preta Multidisciplinar priorizou critérios que dialogam diretamente com a diversidade estética e política do audiovisual produzido no Centro-Oeste. A seleção dos filmes levou em conta tanto as narrativas apresentadas quanto a pluralidade de linguagens, reunindo documentário, ficção e diferentes abordagens experimentais.

Ancestrais do Futuro – Foto: Dayana Gomes Pereira (GO) – Vanderlei Yui/Divulgação

A proposta foi contemplar produções de Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul que refletissem vivências negro-indígenas e LGBTQIAPN+, além de ampliar a visibilidade de realizadores que ainda buscam ocupar espaços de exibição e circulação.

“Os critérios passaram muito pela narrativa, pelo que cada filme quer contar, e também pela linguagem. A gente buscou filmes de ritmos diferentes, documentário, ficção, experimental, arte, todos atravessados por narrativas negras, indígenas e LGBT. Também pensamos em realizadores novos, ativos na cena, que precisam ocupar esses lugares. É sobre exibir esses filmes aqui no Estado, na plataforma, e criar trocas reais, debates e encontros a partir do que está sendo visto”, explica.

Cla do Pop – Foto: reprodução

A Mostra Preta Multidisciplinar espera que a programação, tanto nas sessões presenciais quanto na exibição via TodesPlay, amplie a visibilidade do cinema produzido no Centro-Oeste.

“Queremos que as pessoas vejam que o Centro-Oeste produz cinema e que essas histórias precisam ser compartilhadas. A expectativa é essa escuta, essa troca, esse aprendizado, e que possamos ampliar o acesso às narrativas e às linguagens que o audiovisual pode proporcionar”, finaliza.

 

Por Amanda Ferreira

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