Missão em Jujuy reforça papel estratégico de MS na ciência, inovação e sustentabilidade da Rota Bioceânica

Foto: reprodução
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O Corredor Bioceânico de Capricórnio tem avançado para além das estruturas de transporte e logística, tornando-se um eixo estratégico de integração social, cultural, ambiental e científica entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile. Essa complexidade ficou evidente durante a missão técnica realizada em Jujuy, na Argentina, entre 3 e 11 de outubro de 2025, que reuniu representantes de governos, universidades e setor produtivo para discutir inovação, sustentabilidade e desenvolvimento regional ao longo da Rota.

A Universidade Anhanguera – Uniderp integrou a comitiva sul-mato-grossense com participação ativa em dois eventos de grande relevância internacional: o XV Seminário Internacional UNIRILA – “Pré-VII Foro de los Territorios Subnacionales” e o 7º Fórum dos Territórios Subnacionais do Corredor Bioceânico de Capricórnio. A instituição foi representada pelos Programas de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional (PPG-MDR) e em Agronegócio Sustentável (PPG-AS), reafirmando seu compromisso com a pesquisa aplicada, a inovação tecnológica e a cooperação científica no Cone Sul.

A presença de docentes, discentes e egressos da Uniderp se somou à participação estratégica de outras instituições de ensino e pesquisa de Mato Grosso do Sul, UEMS, UFMS, UFGD, UCDB, IFMS e Insted, fortalecendo a representação acadêmica do Estado e ampliando sua capacidade de articulação internacional. Juntas, essas instituições contribuíram para a construção de agendas conjuntas em temas como desenvolvimento territorial, bioeconomia, mudanças climáticas, inovação, turismo sustentável e políticas de integração.

A missão foi coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), com apoio do Sebrae-MS. A articulação conduzida pelo secretário-adjunto, Ricardo Senna, foi essencial para aproximar universidades, setor produtivo e governos subnacionais, consolidando Mato Grosso do Sul como protagonista nas agendas de ciência, tecnologia e inovação da Rota Bioceânica.

As discussões promovidas pela UniRila, Rede Universitária da Rota de Integração Latino-Americana, reforçaram a importância de pensar o corredor para além da infraestrutura física, incorporando dimensões socioculturais, climáticas, ambientais e territoriais. Economia circular, gestão de resíduos, impactos do turismo, desafios logísticos e estratégias de adaptação às mudanças climáticas estiveram no centro dos debates, apontando para modelos de desenvolvimento que conciliam eficiência econômica, responsabilidade socioambiental e valorização das identidades locais.

Ao participar ativamente dessa agenda, a Uniderp reafirma seu papel como agente de inovação, desenvolvimento territorial e produção de conhecimento voltado às necessidades reais dos territórios da Rota. A missão consolidou a percepção de que o corredor funciona como um laboratório vivo de integração, sustentabilidade e pesquisa aplicada, no qual Mato Grosso do Sul desempenha papel decisivo por meio de suas instituições de ensino e das políticas públicas estaduais.

A presença conjunta do Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc, das instituições de ensino superior do Estado e de parceiros nacionais e internacionais, reforça que a Rota Bioceânica de Capricórnio é mais do que um empreendimento logístico: trata-se de uma política estratégica de integração territorial que entrelaça ciência, cultura, turismo, saúde, logística inteligente, mitigação climática e justiça socioambiental. Ao incorporar temas como bioeconomia, mudanças climáticas, gestão ambiental, segurança alimentar, patrimônio cultural e valorização das comunidades tradicionais, como Guarani, Kaiowá, Wichí, Kolla, Mapuche e Atacameños, o corredor se consolida como um eixo de inovação capaz de gerar oportunidades econômicas, fortalecer identidades regionais e ampliar o bem-estar das populações locais.

Nesse cenário, o trabalho colaborativo das instituições de ensino superior de Mato Grosso do Sul, alinhado às linhas estruturantes do Programa de Ciência, Tecnologia e Inovação da Rota Bioceânica, amplia a capacidade do Estado de produzir conhecimento aplicado, apoiar políticas públicas e promover soluções que integrem biodiversidade, desenvolvimento produtivo, turismo sustentável, saúde coletiva e modernização das infraestruturas.

Assim, o Corredor Bioceânico de Capricórnio se afirma como um território vivo de desenvolvimento inclusivo, onde ciência, tecnologia, cultura e ação climática convergem para construir um futuro mais sustentável, intercultural e integrado para todos os povos do Cone Sul.

Rosemary Matias é Doutora em Química e Professora do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da UNIDERP-ANHANGUERA. E-mail: rosematiasc@gmail.com
Higo José Dalmagro é Doutor em Física Ambiental e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da UNIDERP-ANHANGUERA. E-mail: higo.dalmagro@cogna.com.br

Giselle Marques é Doutora em Direito e Professora do Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da UNIDERP-ANHANGUERA. E-mail: giselle_marques@hotmail.com

Este artigo é resultado da parceria entre o Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul e o FEFICH – Fórum Estadual de Filosofia e Ciências Humanas de MS.

 

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