Holding projeta R$ 600 milhões em consórcios em 2026, além de vagas imediatas e ampliação da operação de engenharia
O interesse de grandes grupos nacionais pelo região Centro-Oeste está crescendo, e mais uma prova disso é a decisão da Monarca Holding de montar uma operação bem estruturada em Campo Grande, com previsão de início já no começo de 2026. O anúncio foi feito pelo CEO da empresa, Bruno Brito, durante entrevista ao O Estado Play, em que detalhou os planos de expansão, o potencial identificado no mercado local e a expectativa de geração de empregos diretos já nas primeiras semanas do ano.
Fundado sobre três pilares – engenharia, logística e tecnologia – o Grupo Monarca atua em 14 estados e reúne empresas como a Patmos Engenharia, a Virg Transportes e a AXC Tecnologia. Com 25 anos de trajetória profissional, Bruno afirma que a aproximação com Mato Grosso do Sul começou ainda em 2020, mas ganhou força a partir de contratos recentes e de visitas técnicas realizadas em novembro e dezembro à Capital.
“A gente ouve falar, mas o empresário precisa respirar o ambiente e pisar na terra”, explicou. Segundo ele, ao observar a evolução urbana, o dinamismo econômico e a ampliação dos empreendimentos imobiliários de alto padrão, tomou a decisão de avançar para uma instalação definitiva.
Engenharia e mercado imobiliário lideram expansão
Entre as frentes que chegam ao Estado, a engenharia é a operação central do grupo. A Patmos Engenharia – reconhecida nacionalmente pelas entregas em acessibilidade, infraestrutura corporativa e projetos industriais – será responsável pelo braço técnico que deve ser instalado em Campo Grande.
A empresa possui certificações e atua com clientes como Banco do Brasil, Vale, Petrobras, Vibra Energia e grandes construtoras, com escopo que vai do diagnóstico técnico à obra concluída e certificada. Essa estrutura já existente, afirma Bruno, permitirá acelerar o cronograma no Estado.
Ao lado do segmento de engenharia, o executivo sinaliza que o mercado imobiliário comercial e de alto padrão será uma frente prioritária. O grupo já analisa condomínios horizontais e projeta, para o médio prazo, a entrada em incorporações verticais.
“A cidade se transformou. Quando estive aqui há mais de 20 anos, era plana. Hoje vemos um movimento forte de verticalização e uma demanda crescente por projetos bem estruturados”, destacou.
Operação administrativa e geração de empregos em janeiro
A chegada da Monarca será gradual, mas começa já na segunda quinzena de janeiro de 2026, com a abertura da unidade administrativa. O espaço servirá de base para equipes de engenharia, prospecção imobiliária e gestão do portfólio de consórcios.
Bruno projeta entre 40 e 50 contratações diretas na primeira fase – recepção, atendimento, setor administrativo e equipe comercial – com possibilidade de ampliação conforme os projetos forem iniciados.
“É hora de participar do desenvolvimento local, gerando empregos e movimentando a economia”, afirmou durante a entrevista.
Lançamento oficial
Um dos pilares que acompanhará essa estrutura inicial é a operação própria de consórcios, indicada pelo CEO como um dos diferenciais estratégicos do grupo. A Monarca administra mais de mil cotas ativas e trabalha com um modelo de alavancagem financeira voltado tanto a empresas quanto a investidores individuais.
O executivo explica que o consórcio será apresentado ao mercado sul-mato-grossense em um evento exclusivo a ser realizado cerca de 30 dias após a instalação do escritório. A proposta é demonstrar, com base em operações reais do grupo, como a ferramenta pode ser utilizada para expansão patrimonial e fluxo de investimentos de forma planejada.
“Não é um produto de reciprocidade bancária. É estratégia financeira”, afirmou. Segundo ele, a operação prevista para Campo Grande deve movimentar cerca de R$ 600 milhões em cotas de consórcio já em 2026.
Além do volume projetado para consórcios, a estimativa inicial da Monarca é desenvolver, no Estado, empreendimentos imobiliários com VGV (Valor Geral de Vendas) em torno de R$ 700 milhões ao longo dos próximos anos.
Os primeiros lançamentos, de alto padrão, começam a ser estruturados ainda em 2026. As entregas, conforme o modelo operacional do grupo, ocorrem em prazo médio de 24 meses após o início das obras, graças ao uso de metodologias já consolidadas em outros estados.
Trajetória pessoal moldam a chegada ao Estado
Com passagens por setores como infraestrutura aeroportuária, logística portuária, transporte de cargas e desenvolvimento de grandes plantas industriais, Bruno Brito conduz o grupo com uma visão integrada de negócios. A própria estrutura da holding – criada para organizar contratos, operações e benefícios fiscais – é reflexo dessa trajetória.
Ao comentar sobre os valores que orientam a expansão, ele destacou que acessibilidade e propósito social são pilares das operações, especialmente na engenharia. A Patmos é referência nacional em certificação e adequação de acessibilidade, atendendo bancos, instituições públicas e empresas em todo o país.
Bruno também compartilhou elementos pessoais que influenciam sua visão empreendedora. “Cresci ouvindo do meu pai que a vida é dura, mas que o trabalho prepara a gente para os desafios”, disse. Aos 46 anos, casado e pai de dois filhos, o executivo afirma que encontrou em Campo Grande uma sinergia de valores que fortaleceu a decisão de investir na região.
Campo Grande como destino definitivo
A receptividade, as oportunidades de expansão e o alinhamento com investidores e parceiros locais reforçaram a convicção do empresário.
“Se você beber dessa água, não vai querer ir embora”, brincou, ao mencionar a fala de um parceiro durante as reuniões. Em menos de 48 horas na cidade, afirma ter reconhecido o potencial de longo prazo para o grupo. “Viemos para ficar. Não trabalhamos com promessas, mas com realidade.”
Por Djeneffer Cordoba