Moinho Cultural em combate ao racismo! No mês da Consciência Negra, instituto realiza produção de cartilha e livro antirracista

Foto: Divulgação
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Durante todo novembro, mês onde é celebrado a Consciência Negra, o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano realiza uma série de atividades dedicadas ao tema, com foco na educação antirracista, protagonismo negro e fortalecimento da identidade cultural entre crianças e adolescentes atendidos pela instituição.

A principal iniciativa é a criação de um livro autoral, desenvolvido pelos próprios participantes, com uma proposta que envolve a produção de uma narrativa protagonizada por personagens negros, construída a partir de desenhos, colagens e elementos gráficos criados pelas crianças e adolescentes. A capa do livro será inspirada em grafismos africanos e indígenas, ressaltando a riqueza estética dessas culturas.

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Após finalizar os personagens e cenários desenhados em folha sulfite, os jovens irão contar oralmente a história criada por eles, reforçando a tradição da narrativa oral e estimulando a criatividade, a expressão artística e o reconhecimento das próprias identidades.

Outra ação em destaque é o estudo da cartilha “Educação Antirracista: História, conceitos e reflexões para enfrentar o racismo na escola”, elaborada de forma coletiva com conteúdo formativo, reflexões e práticas que serão utilizadas em sala de aula e compartilhadas com a comunidade educativa, através do NEISF (Núcleo de Estudos de Inovação Social da Fronteira) e OBISFRON (Observatório de Inovação Social da Fronteira). O material busca estimular debates sobre igualdade racial, respeito e a valorização das heranças culturais afro-brasileiras.

Além da leitura de obras paradidáticas de escritores negros, exibições de filmes e séries, envolvendo a temática. Proporcionando rodas de conversas e discussões sobre a construção da nossa sociedade, o racismo estrutural e práticas de tentativas de superação do mesmo.

As atividades integram o compromisso do Moinho Cultural com uma educação antirracista, plural e comprometida com o fortalecimento das infâncias negras e indígenas, promovendo um espaço de reflexão, acolhimento e construção coletiva de conhecimento.

“Como professora no Núcleo de Cultura e Letramento, tenho a alegria e a responsabilidade de destacar o quanto nossas ações durante o mês de novembro são especialmente intensas e, ao mesmo tempo, parte de um trabalho contínuo que se estende por todo o ano. Embora novembro seja um momento simbólico para celebrarmos a Consciência Negra, sabemos que a construção de identidade, pertencimento e respeito às diferenças não acontece apenas em datas pontuais, mas se sustenta diariamente em nossas práticas pedagógicas. A consciência negra não é tema de um mês, é prática permanente no nosso espaço educativo, e é por meio dela que tecemos um futuro mais solidário e inclusivo”, afirma a colaboradora do Moinho Cultural, Karina Caetano.

Ela ainda completa: “neste mês intensificam-se os debates, rodas de conversa e oficinas que reforçam a centralidade da cultura negra em nossa história e no presente. A narrativa oral, por exemplo, ganha papel fundamental: ao compartilhar histórias, lendas e vivências de pessoas negras, fortalecemos laços afetivos e resgatamos memórias muitas vezes invisibilizadas. Essa troca oral não é apenas resgate, é afirmação. Utilizamos a cartilha antirracista como ferramenta estruturante para provocar reflexões profundas, orientar comportamentos e garantir que todos, alunos e educadores, participem do compromisso antirracista. Ela oferece um espaço seguro para diálogo, para aprender a identificar e desconstruir preconceitos, e para cultivar atitudes de solidariedade e ação”.

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O Moinho Cultural também promoveu a exibição do vídeo-educativo “Vista a Minha Pele”, que convida cada participante a experimentar, ainda que simbolicamente, a vivência da negritude, provocando empatia, autoconhecimento e respeito, além da série “O Mundo de Karma”, que permite adentrar um universo narrativo rico, onde questões de identidade, discriminação e pertença são dramatizadas com leveza e profundidade, estimulando empatia entre os estudantes e abrindo caminhos para conversas transformadoras.

Ao fim do mês, durante o Seminário do Pontão de Cultura Moinho Cultural – Unindo os Pontos, haverá uma mesa de debates com o tema Antirracismo, trazendo especialistas para comentar sobre a temática, ao lado da professora Karina Caetano, do IMC.

“Trabalhar consciência negra é muito mais do que uma data no calendário. É garantir que nossas crianças se vejam, se escutem e se reconheçam como parte fundamental da nossa história. Essas produções são ferramentas para fortalecer identidades e formar cidadãos mais críticos, sensíveis e preparados para transformar o mundo ao seu redor”, disse a diretora-executiva do Moinho Cultural, Mônica Macedo.

Sobre o Moinho Cultural

Fundado há 21 anos, o Instituto Moinho Cultural Sul-Americano é uma organização da sociedade civil que atua nos territórios fronteiriços do Brasil para a transformação positiva da realidade local, dando voz e vez às crianças, adolescentes e jovens, por meio de acesso a bens culturais, conhecimento tecnológico, noções de empreendedorismo e cidadania plena. Desde o início das atividades, mais de 25 mil crianças e adolescentes já foram atendidos pela instituição.

O Moinho Cultural tem o patrocínio master do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, além do patrocínio da BTG Pactual, LHG Mining, Suzano, Too Seguros e RealH. O projeto tem parceria com Criança Esperança, J.Macêdo, Fecomércio – Sesc, Sicredi, Sebrae e Sesi, apoio cultural Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul e Governo do Mato Grosso do Sul, parceria institucional da Prefeitura de Corumbá, Prefeitura de Ladário, Prefeitura de Puerto Suárez, Prefeitura de Puerto Quijarro, Instituto Homem Pantaneiro, IFMS, UFMS, Acaia Pantanal e outros doadores pessoa física e jurídica.

Por Carolina Rampi

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