O advogado Celso Vilardi, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quarta-feira (3), no Supremo Tribunal Federal (STF), que a defesa não teve acesso integral às provas apresentadas pela acusação e que não houve prazo adequado para a análise completa do processo.
“Mas a pergunta que se faz é: que prova é essa? É recorte de trechos de WhatsApp, documento como um papel, uma agenda que foram localizados em computadores”, disse Vilardi. Ele reforçou que não há qualquer elemento que comprove a participação de Bolsonaro em tentativa de golpe.
“Essa minuta, esse depoimento, não há uma única prova que atrele o presidente à Operação Luneta, Punhal Verde e Amarelo e 8 de Janeiro. Nem o delator falou isso. Não há uma única prova”, acrescentou.
Minuta golpista
A acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que Bolsonaro teria editado e aprovado um documento chamado “minuta golpista”, apresentado aos comandantes das Forças Armadas como proposta para subverter o resultado das eleições. Segundo a PGR, o então presidente também teria pressionado os militares a aderirem ao plano. A defesa, no entanto, afirma que Bolsonaro foi “dragado para esses fatos”.
Delação de Mauro Cid
Vilardi também rebateu a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. “Não sei se foram 11, 15 depoimentos… Ele mudou de versão diversas vezes. Isso não sou eu quem estou dizendo. Quem está dizendo é a PF e a PGR no último relatório de novembro, sobre omissões e contradições”, afirmou.
Julgamento em andamento
O julgamento, que envolve Bolsonaro e outros sete réus acusados de integrar o chamado “núcleo 1” da trama golpista, será retomado na próxima terça-feira (9), às 9h (horário de Brasília).
Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook e Instagram
Leia mais
Advogado de Bolsonaro promete defesa “técnica e criteriosa” no STF