Maduro acusa EUA de tentar mudança de regime enquanto tensão naval aumenta no Caribe

Foto: divulgação/governo da Venezuela
Foto: divulgação/governo da Venezuela

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou os Estados Unidos de buscar uma “mudança de regime” no país de forma “terrorista” em meio às movimentações militares americanas no sul do Caribe, próximo à costa venezuelana. A declaração foi feita na sexta-feira (22), em discurso televisionado.

“O que ameaçam tentar fazer contra a Venezuela, uma mudança de regime, um golpe terrorista e militar, é imoral, criminoso e ilegal. O direito internacional proíbe o uso da força contra Estados soberanos”, afirmou Maduro. Ele ainda relembrou episódios de agressão norte-americana em países como Líbano, Síria, Irã, Vietnã, Iraque, Afeganistão e Líbia, citando milhares de vítimas civis.

O chefe de Estado venezuelano agradeceu aos governos que rejeitaram a possibilidade de um conflito armado na América do Sul e garantiu que “a Venezuela voltará a vencer, conquistará novamente a paz, a estabilidade e a harmonia entre todos os venezuelanos”.

Operação naval americana e mobilização militar

No início da semana, os EUA enviaram três contratorpedeiros e 4,5 mil militares para o sul do Caribe, em uma operação contra o narcotráfico ordenada pelo governo de Donald Trump. Os navios retornaram temporariamente devido à passagem do furacão Erin, mas a operação deve ser retomada no domingo (24).

Em resposta, Maduro ordenou a mobilização de 4,5 milhões de soldados da milícia venezuelana para proteger o território, considerando a presença americana uma “ameaça de Washington”. Por sua vez, o governo Trump reforçou que está preparado para usar toda a “força” contra o presidente venezuelano.

“O regime de Maduro não é o governo legítimo da Venezuela. É um cartel de narcoterroristas. Maduro é chefe fugitivo desse cartel, indiciado nos EUA por tráfico de drogas”, declarou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Levitt.

Geopolítica e demonstração de força

Para o professor João Alfredo Lopes Nyegray, especialista em Negócios Internacionais e Geopolítica, a ação americana contra a Venezuela tem caráter de combate ao narcotráfico, mas também serve como demonstração de força, especialmente diante do alinhamento de Caracas com Rússia, China e Irã.

Além da missão naval, Washington anunciou recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à captura ou condenação de Maduro, metade do valor oferecido para localizar Osama Bin Laden, reforçando a prioridade da administração americana em enfraquecer o regime venezuelano.

Segundo Nyegray, a escalada da tensão entre os dois países coloca novamente a América Latina no centro das disputas geopolíticas globais, podendo afetar cadeias de comércio, fluxos energéticos e a integração regional. “É um ponto de atenção não só para Caracas e Washington, mas para todos os países vizinhos”, alerta o especialista.

 

Com informações do SBT News

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