Competição exclusiva para comunidades indígenas chega à 18ª edição com 800 atletas e atividades culturais na Capital
O Parque do Sóter será, neste fim de semana, ponto de encontro entre esporte, cultura e identidade. A 18ª edição dos Jogos Urbanos Indígenas de Campo Grande vai reunir cerca de 800 atletas de 18 comunidades, que competem em modalidades que mesclam práticas tradicionais e esportes coletivos modernos.
Realizado pela Funesp (Fundação Municipal de Esportes) e Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos, o evento é único em Mato Grosso do Sul e referência na região Centro-Oeste, segundo a organização. Além das disputas, o público poderá visitar uma feira de artesanato, que transforma o evento em uma vitrine da cultura indígena urbana.
Participam dos jogos indígenas que vivem nas comunidades urbanas da Capital e nos distritos de Rochedinho e Anhanduí, além de atletas indígenas que residem fora das reservas indígenas, desde que comprovem domicílio na cidade e apresentem autorização assinada pelo cacique.
As provas foram definidas pelas próprias comunidades participantes. Entre as modalidades individuais, estão o arco e flecha e a lança, no masculino, e o atletismo, com corridas de 400 metros para mulheres e 800 metros para homens. Nas coletivas, o cabo de guerra, o futebol society e o futsal prometem atrair as maiores torcidas.
A rivalidade saudável entre as aldeias é um dos temperos dos Jogos. No cabo de guerra feminino, a comunidade Xúnaco Kopênoty Jardim Inápolis chega como atual campeã, enquanto no masculino o título de 2024 ficou com a comunidade Tarsila do Amaral. No futsal feminino, Água Bonita defende a taça, e no futebol society masculino, o Darcy Ribeiro é o time a ser batido.
Para o diretor-presidente da Funesp, Sandro Benites, os Jogos representam mais do que uma competição. “Nossa expectativa é que os Jogos sejam um momento de integração, valorização cultural e incentivo à prática esportiva. É muito significativo termos uma competição voltada especialmente para a comunidade indígena da nossa cidade, pois além de revelar talentos, fortalece laços, preserva tradições e promove o respeito à diversidade”.
Além do esporte, o Parque será palco de exposição e venda de artesanato produzido por artesãos indígenas, que apresentam peças carregadas de história e simbolismo. A feira é uma oportunidade para o público conhecer técnicas manuais, apoiar o trabalho local e ouvir as narrativas que acompanham cada criação. Com entrada gratuita e programação à partir das 8h, a expectativa é receber cerca de 2 mil pessoas ao longo do evento.
Por Mellissa Ramos
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