Bora participar? Big Day das Araras-Azuis convida população a registrar avistamentos em prol da conservação

Foto: Instituto Arara Azul
Foto: Instituto Arara Azul

Nos dias 16 e 17 de agosto, moradores de todo o Brasil, além de regiões da Bolívia e do Paraguai, estão convidados a participar do primeiro Big Day das Araras-Azuis, uma grande mobilização de ciência cidadã promovida pelo Instituto Arara Azul. A proposta é simples: observar, registrar e compartilhar informações sobre avistamentos da arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), uma das aves mais emblemáticas da fauna sul-americana.

Inspirado no tradicional Big Day, evento global de observação de aves, o projeto busca engajar a população na coleta de dados que irão compor um banco de informações sobre a presença da espécie em diferentes ambientes — sejam áreas naturais, rurais ou urbanas.

A participação é aberta a qualquer pessoa, sem necessidade de formação técnica. Basta estar atento à presença das araras-azuis, anotar o local, data, horário e número de indivíduos avistados. Se possível, os participantes também podem tirar fotos ou gravar vídeos para complementar os registros.

Os dados devem ser enviados por meio de formulário oficial, aplicativos de observação como eBird, WikiAves ou Biofaces, ou ainda pelo WhatsApp da campanha. Todo o material será analisado por especialistas, incluindo biólogos e cientistas parceiros do Instituto Arara Azul.

Segundo Maria Eduarda Monteiro Nascimento, coordenadora de campo do Projeto Arara Azul na Caiman, o evento é mais do que uma coleta de dados — é uma oportunidade de mobilização social e engajamento ambiental:

“O Big Day das Araras Azuis precisa acontecer porque é uma forma simples e muito importante de envolver as pessoas na conservação dessa espécie. Apesar de todo o esforço ao longo dos anos, a arara-azul-grande ainda sofre com a perda de habitat, o tráfico e outras ameaças. Quanto mais gente estiver observando, registrando e enviando essas informações sobre onde elas estão, melhor conseguimos entender como protegê-las”.

Ela reforça ainda que esse tipo de ação aproxima a sociedade da natureza e fortalece a consciência coletiva:

“Esse evento é uma grande ação de ciência cidadã, onde qualquer pessoa pode contribuir com dados reais, independente do local. Essas informações vão ajudar os pesquisadores a criarem políticas públicas e projetos de conservação. Muito além disso, o Big Day tem essa capacidade de conectar a sociedade com a natureza. Reforça que todos nós podemos fazer parte de uma só solução.”

O objetivo do Big Day é ampliar o monitoramento da arara-azul-grande, uma espécie que, apesar de protegida por leis ambientais e projetos de conservação, ainda enfrenta ameaças graves, como a destruição do habitat natural, mudanças climáticas e o tráfico ilegal de aves silvestres.

“Cada informação recebida é uma peça fundamental para entendermos onde essas aves vivem, como se comportam e de que forma podemos protegê-las. A conservação é um esforço coletivo, e esse evento é uma forma de tornar toda a sociedade parte desse processo”, informou o Instituto em nota.

No Mato Grosso do Sul, as araras-azuis ocorrem tanto no Pantanal quanto no Cerrado, em diversos municípios como Miranda, Aquidauana, Piraputanga, Corumbá, Ladário, Sidrolândia, Porto Murtinho, Nioaque, Rio Verde, Jardim, Dourados, Palmeiras, Terenos e até na região rural de Campo Grande, entre outros locais.

Os dados enviados serão triados e passarão por uma avaliação do corpo técnico do Instituto Arara Azul. Se necessário, a equipe entrará em contato com os participantes para validação dos registros.

Embora ainda não exista uma estimativa atualizada da população de araras-azuis apenas no Mato Grosso do Sul, o último levantamento feito no Pantanal — segundo o Livro Vermelho da Fauna Brasileira (Ibama, 2008) — indica cerca de 5 mil indivíduos.
Esta é a primeira edição do Big Day das Araras-Azuis, mas a expectativa é de que o evento se torne anual, ampliando seu alcance e impacto a cada ano.

Como participar?
É simples: nos dias 16 e 17 de agosto, fique atento ao céu, observe as araras-azuis, anote as informações e envie seu registro. Quanto mais olhares voltados à natureza, mais chances temos de protegê-la.

Por Suelen Morales

 

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