Governo brasileiro reage com críticas e defesa da soberania
O conselheiro do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, Jason Miller, afirmou nesse domingo (10) que os EUA continuarão impondo sanções até que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja solto. Em uma postagem na rede social X (antigo Twitter), Miller acusou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de agir como “ditador”. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde o último dia 4, por decisão do STF.
A declaração de Miller foi uma reação indireta a uma reportagem do jornal O Globo que relatava preocupação de ministros do STF com a possibilidade de sanções internacionais previstas na Lei Magnitsky, que responsabiliza violações de direitos humanos. Sem citar diretamente o nome de Moraes, o ex-estrategista de Trump escreveu: “Libertem Bolsonaro… ou então”.
O perfil oficial da embaixada dos Estados Unidos no Brasil republicou no X uma mensagem do subsecretário de Estado norte-americano, Christopher Landau, na qual ele acusa um único ministro do STF de ter “usurpado poder ditatorial” ao ameaçar líderes dos Poderes Legislativo e Executivo brasileiros. Segundo o texto, esta atuação teria destruído a histórica relação entre Brasil e EUA ao tentar aplicar extraterritorialmente a lei brasileira para silenciar indivíduos e empresas em solo americano.

Leia mais – Foto: Jose Cruz/Agência Brasil
Governo brasileiro rebate ofensivas
Em resposta, o governo brasileiro repudiou “as reiteradas ingerências do governo norte-americano em assuntos internos do Brasil” e afirmou que continuará se opondo ao que classificou como “ataques falsos”, como os feitos pelo subsecretário norte-americano.
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou duramente as declarações, classificando-as como “uma gravíssima ofensa ao Brasil, ao STF e à verdade”. Nas redes sociais, Gleisi afirmou que “quem tentou usurpar o poder em nosso país foi Jair Bolsonaro” e acusou a família do ex-presidente de tentar prejudicar a relação histórica entre os dois países por meio de articulações com Donald Trump, que teriam resultado em sanções como o tarifaço sobre produtos brasileiros exportados aos EUA.
“Se querem mesmo restaurar a amizade histórica, comecem por respeitar a soberania do Brasil, de nossas leis e Justiça, e parem de apoiar o golpista que tentou destruir nossa democracia”, escreveu a ministra.
O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) também manifestou repúdio às declarações dos EUA, classificando-as como “novo ataque frontal à soberania brasileira e a uma democracia que recentemente derrotou uma tentativa de golpe de Estado e não se curvará a pressões, venham de onde vierem”.
Com informações do SBT News
Confira as redes sociais do Estado Online no Facebook e Instagram
Leia mais
Morre aos 39 anos o senador e pré-candidato à Presidência da Colômbia Miguel Uribe