O caso que chocou Camapuã, cidade a 141 quilômetros de Campo Grande, teve novos desdobramentos nesta semana. Um laudo necroscópico confirmou que a bebê de 1 ano e 9 meses foi vítima de abuso sexual e morreu por asfixia mecânica. O crime aconteceu no dia 9 de julho e teve como autor confesso o próprio pai da criança, que foi indiciado por estupro com resultado morte, um dos crimes mais graves previstos pela legislação brasileira. A mãe da menina também foi indiciada, por maus-tratos.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Matheus Alves Vital, o laudo sexológico comprovou o abuso, enquanto o exame realizado pelo médico legista apontou que a morte foi causada por sufocação direta, ou seja, a passagem de ar pela traqueostomia da menina foi obstruída. A polícia acredita que a asfixia ocorreu durante o ato do estupro.
A bebê havia recebido alta do hospital no dia anterior, 8 de julho, após tratar uma infecção na traqueostomia, que estava infestada de larvas e piolhos, e pneumonia, em Campo Grande. De volta a Camapuã, a mãe relatou que dormiu com o pai da criança naquela noite. No dia seguinte, a menina chegou sem vida à unidade de saúde da cidade. Profissionais perceberam ferimentos nas partes íntimas da criança e acionaram a polícia imediatamente.
Em depoimento, o pai confessou o crime e afirmou não ter “segurado os impulsos sexuais”. Ele já estava preso desde o dia da morte e agora responde formalmente pelo crime de estupro com resultado morte. A mãe permanece em liberdade, mas foi levada ao Batalhão da PM após forte comoção popular. Ela responderá por maus-tratos, uma vez que tinha ciência da situação de vulnerabilidade da filha.
A tragédia se estende ao irmão da vítima, um menino de dois anos, que foi retirado do convívio dos pais por determinação judicial. Ele está sob acolhimento provisório pelo Programa Família Acolhedora de Camapuã e recebe acompanhamento psicológico garantido pela rede pública de saúde.
De acordo com o histórico familiar, a família já era acompanhada pela Assistência Social desde janeiro de 2024. Mas um alerta específico sobre negligência envolvendo a bebê só chegou ao Conselho Tutelar dois dias antes da morte, sem tempo suficiente para que qualquer medida protetiva fosse efetivamente adotada.
Com o inquérito policial concluído e os pais indiciados, o caso agora foi encaminhado ao Ministério Público, que deve analisar o material reunido pela investigação e decidir sobre o oferecimento da denúncia formal à Justiça.
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