Alckmin defende explicações ao governo dos EUA e cobra solução urgente para tarifa de 50%

Foto: Júlio César Silva/MDIC
Foto: Júlio César Silva/MDIC

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou nessa quarta-feira (16) que o Brasil dará todas as explicações necessárias à investigação aberta pelos Estados Unidos sobre supostas “práticas comerciais injustas”, mas destacou que a prioridade do governo brasileiro é negociar a suspensão da tarifa de 50% imposta pelo presidente norte-americano Donald Trump.

Após reunião com representantes da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), Alckmin falou com jornalistas e assegurou que o país está disposto a colaborar com o processo investigativo. “Não é a primeira vez que é feita uma abertura de investigação. Isso já foi feito, o Brasil respondeu e o assunto foi encerrado. Dessa vez, o Brasil vai explicar”, disse.

O vice-presidente minimizou as alegações norte-americanas, que envolvem temas como desmatamento, sistema de pagamentos Pix e propriedade intelectual. “Questionar desmatamento? O desmatamento está em queda, o Brasil tem empenho em reduzir o desmatamento, é referência internacional. Pix? O Pix é um modelo, é um sucesso. Propriedade intelectual? Vamos explicar, não tem nenhum problema”, garantiu.

A principal preocupação do governo brasileiro, segundo Alckmin, é a taxa de 50% anunciada por Trump, que deve entrar em vigor no dia 1º de agosto. Ele classificou a medida como injustificável. “Esse patamar de 50% da taxa não se justifica. Queremos negociação urgente. O bom é que se resolva nos próximos dias. Se houver necessidade de prorrogar [o prazo], não vejo problema”, afirmou.

O vice-presidente também revelou que o Brasil já enviou aos EUA, em 16 de maio, uma proposta confidencial com sugestões para avançar no acordo comercial, mas até agora não houve resposta formal. Segundo ele, uma nova carta foi enviada na terça-feira (15), reforçando o pedido de revisão da tarifa. Alckmin confirmou que, durante reunião técnica no último dia 4 de julho, representantes dos EUA mencionaram pontos da primeira proposta, o que indica que o documento foi recebido.

Alckmin ressaltou ainda a importância da atuação conjunta de empresários e trabalhadores dos dois países para superar o impasse. “É fundamental que o setor produtivo brasileiro e norte-americano esteja unido nesse momento. O interesse de alguns não pode se contrapor ao interesse coletivo”, afirmou, em uma crítica indireta à atuação da família do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), suspeita de articulações políticas nos bastidores do governo norte-americano.

O governo brasileiro espera uma resposta em breve e não descarta retaliações comerciais, caso não haja acordo. A situação tem gerado preocupação em setores estratégicos da economia nacional, que temem prejuízos bilionários com a nova tarifa.

 

Com informações do SBT News

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