O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a mobilizar apoiadores em um grande ato na Avenida Paulista, em São Paulo, no domingo (29), com discursos em defesa da anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023 e críticas à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que recentemente o tornou réu, ao lado de outras 30 pessoas, por suposta tentativa de golpe de Estado.
O evento foi organizado pelo pastor Silas Malafaia e contou com a presença de parlamentares da oposição e de três governadores, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Jorginho Mello (PL-SC) e Cláudio Castro (PL-RJ). Esta foi a quarta manifestação liderada por Bolsonaro na Avenida Paulista desde sua derrota nas eleições de 2022, as outras ocorreram em fevereiro e setembro de 2024 e em abril deste ano.
Vestindo jaqueta azul sobre a tradicional camisa amarela do Brasil, o ex-presidente surpreendeu ao mudar o foco do discurso para as eleições legislativas de 2026. “Se vocês me derem no ano que vem, 50% da Câmara e 50% do Senado, eu mudo o destino do Brasil”, afirmou do alto de um trio elétrico, diante de uma multidão.
Segundo ele, uma maioria no Congresso permitirá à direita eleger os presidentes da Câmara e do Senado, além de controlar comissões estratégicas e influenciar indicações para cargos como os das agências reguladoras, o Banco Central e o Executivo. “Não interessa onde eu esteja, quem assumir a liderança vai mandar mais que o Presidente da República”, disse.
Para o cientista político Diego Tavares, a fala de Bolsonaro indica uma possível mudança de estratégia. “Ele tira o foco da Presidência e coloca o parlamento como centro do jogo político. É uma sinalização de que entendeu que o poder hoje passa pelo Congresso”, avaliou.
Apesar da articulação para 2026, Bolsonaro não mencionou possíveis nomes para a corrida presidencial. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, considerado um dos possíveis sucessores, marcou presença e usava camisa azul, mesma cor escolhida por Bolsonaro, o que gerou comentários sobre possível alinhamento. Já outras figuras cotadas, como o governador Ratinho Júnior (PSD-PR), o deputado Nikolas Ferreira (PL) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB), não participaram do evento.
A manifestação foi transmitida pela internet e teve ampla cobertura da imprensa. Enquanto seus apoiadores reforçavam gritos de “anistia” e “liberdade”, Bolsonaro seguia concentrando forças em torno de uma nova estratégia: conquistar o Congresso para, segundo ele, “mudar os rumos do país”.
Com informações do SBT News
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