Relatório da PF aponta erro em buscas feitas por agente no sistema de vigilância da agência durante governo Bolsonaro
O relatório final da Polícia Federal sobre o caso conhecido como “Abin Paralela” revelou que um agente de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) fez buscas equivocadas no sistema de monitoramento, direcionando a vigilância para um homônimo do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
As investigações indicam que o agente Thiago Gomes Quinalia realizou três consultas ao nome “Alexandre de Moraes Soares” no sistema Firstmile, em maio de 2019, período próximo à abertura do inquérito das fake news no STF, que tem o ministro como relator. Segundo a PF, a pesquisa por um homônimo foi um erro dentro do esquema ilegal de espionagem.
O relatório detalha que o uso inadequado do sistema resultava, por vezes, na associação equivocada de números telefônicos a alvos da vigilância, incluindo o próprio Alexandre de Moraes, além de outros opositores como ex-deputados Jean Wyllys, Rodrigo Maia, Joyce Hasselmann, o ex-governador João Dória e jornalistas como Leandro Demori e Mônica Bergamo.
A investigação aponta que Jair Bolsonaro e seu filho Carlos Bolsonaro integravam uma organização criminosa que comandava essas ações clandestinas de espionagem contra adversários políticos. Apesar disso, o ex-presidente não foi indiciado nesse inquérito, pois responde em outra ação penal ligada à trama golpista em curso no STF.
O agente responsável pelas buscas deixou o serviço público no ano passado e está desaparecido das listas oficiais. Após o indiciamento, Carlos Bolsonaro usou as redes sociais para questionar a imparcialidade da Polícia Federal, insinuando motivação política nas investigações.
O sigilo do relatório foi levantado pelo próprio ministro Alexandre de Moraes no dia 18 de junho, possibilitando a divulgação dos detalhes da operação.
*Com informações da Agência Brasil
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