Estado deve registrar alta de 4,8% no PIB, segundo Banco do Brasil; indústria e energia limpa puxam desempenho, enquanto governo defende modelo com incentivos fiscais
Mato Grosso do Sul deve ter o maior crescimento econômico do país em 2025, com uma projeção de alta de 4,8% no Produto Interno Bruto (PIB). Os dados são da Resenha Econômica Regional do Banco do Brasil e apontam a expansão da indústria, dos investimentos privados e do setor energético como principais vetores do avanço.
O cenário foi apresentado nesta quarta-feira (7), em coletiva de imprensa da Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems), que contou com a presença do governador Eduardo Riedel e representantes da iniciativa privada. O evento também marcou o lançamento do Panorama Industrial, do Observatório da Indústria e o anúncio do Fórum LIDE COP-30, que será realizado em Bonito, no dia 30 de maio.
Durante o encontro, o governador atribuiu o desempenho ao alinhamento entre os setores público e privado. “Somos o Estado que mais vai crescer no Brasil, com pleno emprego”, disse, destacando um modelo baseado nos eixos “próspero, verde, digital e inclusivo”.
Energia renovável e incentivos fiscais
No setor energético, o estado registrou em 2023 um aumento de 11% na capacidade instalada total de energia, sendo 94% proveniente de fontes renováveis. A matriz é composta principalmente por energia hidrelétrica, biomassa e solar, enquanto fontes fósseis representam 5,9%.
Na avaliação do secretário Jaime Verruck (Semadesc), os resultados econômicos refletem o volume de investimentos privados, estimado em mais de R$ 105 bilhões. “A força desse crescimento está no investimento privado, que tem gerado desenvolvimento e emprego”, afirmou.
Mato Grosso do Sul também mantém um dos pacotes de incentivos fiscais mais agressivos do país. O estado oferece redução de até 67% no ICMS para empresas que se instalarem ou ampliarem operações até 2032. A alíquota modal geral do imposto também está entre as mais baixas do Brasil.
Desempenho industrial e questionamentos
O Estado registrou o maior crescimento da indústria de transformação do país nos últimas 15 anos, segundo a Fiems. Apesar do avanço, o modelo baseado em benefícios fiscais e grandes empreendimentos industriais é alvo de críticas por parte de especialistas e parlamentares que defendem maior transparência nos critérios de concessão e acompanhamento dos impactos sociais e ambientais.
O presidente da Fiems, Sérgio Longen, afirmou que o ambiente de negócios criado pelo governo estadual tem facilitado a instalação de novas empresas. “A indústria vem se consolidando. Criamos um ambiente onde empresários são bem recebidos e onde a máquina pública funciona no ritmo necessário”, declarou.
Fórum em Bonito discute papel do Brasil na COP-30
Também foi anunciado o Fórum LIDE COP-30, que reunirá lideranças políticas e empresariais em Bonito no fim do mês. O evento debaterá temas como descarbonização da economia, transição energética e o posicionamento do Brasil na 30ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-30), marcada para novembro de 2025, em Belém (PA).
Por Agência Brasil
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