Underground Fest

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

Festival de música alternativa acontece no próximo sábado (8), com apresentações das bandas Darhew, Manicômio, Repressão Suburbana e S.A.M

 

O cenário alternativo de Campo Grande vai ferver em 2025 com a chegada do Underground Fest, um festival que promete estremecer as estruturas da cidade. No próximo sábado, 8 de fevereiro, a partir das 20h, o evento marca o início do ano para os amantes do punk rock, com as apresentações de Darhew, Manicômio, Repressão Suburbana e S.A.M. Prepare-se para uma noite de barulho ensurdecedor e riffs pesados que vão fazer todo mundo bater cabeça e entrar de vez no clima underground.

O Underground Fest acontece no próximo sábado, 8 de fevereiro, no Bar do Zé Carioca II, localizado na Rua 14 de Julho, n.º 3234, quase em frente à Feira Central. Com ingressos a R$ 15,00, o evento reúne bandas de estilos semelhantes, com algumas variações, com o objetivo de divulgar suas músicas autorais. A escolha das atrações foi baseada principalmente na amizade entre os músicos e, em segundo plano, pela indisponibilidade de outras bandas convidadas devido a questões internas.

O Festival é realizado pela SxAxMx Produções, é organizado por Marco Aurélio dos Santos, conhecido como Kão, servidor público e assistente de cinegrafista e produção. Kão destaca que o evento é idealizado e produzido por bandas locais consolidadas na cena de Campo Grande, que já possuem experiência e também bandas novatas. A proposta do festival é focada exclusivamente na música, com ênfase no som autoral das bandas. Durante o evento, haverá um sorteio para definir a sequência das apresentações.

Organização

A proposta central do Underground Fest é promover e fortalecer a cena alternativa local, dando espaço tanto para bandas antigas que estão retornando quanto para novos talentos que estão surgindo. “O objetivo central será fomentar os shows de bandas antigas que estão retornando e de bandas novas que estão começando”, explica Kão.

O evento não se limita a celebrar um estilo musical específico, mas busca ser um movimento cultural mais amplo, incentivando a troca de experiências e a valorização da música autoral na região. A ideia é criar um ambiente onde a diversidade musical e a identidade underground possam se conectar, proporcionando visibilidade a diferentes gerações de músicos e a seus trabalhos.

“Creio que a conexão acontece quando as bandas antigas se apresentam, trazendo o público de outras épocas. Por outro lado, também atrai o pessoal mais novo, que acaba conhecendo essas bandas. Acredito que o público vai procurar diversão e aproveitar um bom som”, afirma.

De acordo com Kão, a maioria das bandas que tocam punk e hardcore sempre teve a intenção de transmitir uma mensagem por meio de suas letras. No entanto, ele ressalta que há também bandas que, embora compartilhem do mesmo estilo, tocam e cantam principalmente por diversão, sem um foco tão direto em transmitir uma mensagem específica.

“As músicas dessas bandas são carregadas de reflexões sobre temas sociais, políticos e pessoais. A intenção da grande maioria das bandas que tocam punk/hc é e sempre foi passar uma mensagem através de suas letras. Porém, têm bandas que apenas tocam e cantam por diversão.”, detalha.

A importância de eventos como esse, vai além deste evento específico. Kão destaca que esses eventos são essenciais para fomentar ainda mais a cena musical e a cultura underground local.

“A importância, do meu ponto de vista, não está apenas no ‘Underground Fest’, pois farei muitos outros eventos, sempre com bandas de estilos diferentes e em locais variados. Com isso, vou fomentar ainda mais os eventos musicais e a cultura underground. Além disso, certamente aumentará a visibilidade das bandas que estavam paradas ou se apresentando menos, assim como das bandas que estão começando”, destaca.

A expectativa de público para o festival é bastante alta. Kão afirma que a promoção do evento está sendo feita de forma colaborativa, com cada membro das bandas divulgando nas suas redes sociais. “Sempre esperamos o máximo de pessoas possível, por isso estamos fazendo uma divulgação intensa”, explica.

Além disso, Kão está em contato com amigos que trabalham na mídia para ampliar ainda mais a divulgação, alcançando um público maior. Para apoiar e fortalecer a cena underground de Campo Grande, ele acredita que a participação do público é fundamental, não apenas comparecendo ao evento, mas também ajudando na divulgação e apoiando as bandas locais.

Bandas

As bandas que irão se apresentar no Underground Fest são Darhew, Manicômio, Repressão Suburbana e S.A.M. A Darhew, formada em Campo Grande no final de 2009, é uma banda de Hardcore Punk/Thrash que surgiu com a ideia de criar um som autoral, rápido e pesado, com letras focadas em críticas sociopolíticas. Com influências de bandas como Ratos de Porão, Sepultura e DFC, a Darhew teve um início marcado por mudanças na formação, mas se manteve firme na busca por expressar sua visão musical. Após um hiato de alguns anos, a banda voltou em 2019 com Carlos Vinnicius assumindo a guitarra, trazendo uma nova energia ao grupo.

A formação atual da banda conta com Carlos Vinnicius (guitarra e voz), Vinícius Rosa (baixo) e Rafael Guerras (bateria e vocal), para a reportagem, Carlos Vinicius e promete trazer muita energia e um som pesado para o Underground Fest.

“Certeza que vai ser insano! A gente está voltando com sangue nos olhos depois de um ano bem movimentado e cheio de som, dentro e fora da cidade. 2024 foi intenso, e depois de um mês de descanso para recarregar as energias, agora é a hora de detonar! O Zé Carioca sempre foi um espaço essencial para cena independente, um daqueles picos onde a experiência sonora é diferente. Muitas bandas já passaram por lá em anos de história, e agora a gente chega para somar nessa trajetória. A responsa é grande!”, afirma Vinicius.

A banda S.A.M. foi formada em novembro de 1996 por Marco Aurélio dos Santos (Kão) como um projeto solo, inicialmente chamado Ataque Kardíaco, mas logo renomeado para S.A.M. 72. Influenciada por bandas de punk hardcore dos anos 80, a banda passou por várias mudanças de integrantes até se consolidar com a entrada de Fábio (Bode) no baixo em 1997, formando a formação clássica com Kão (bateria e vocais) e Cláudio (guitarra). Em 1998, lançaram a primeira Demo-Tape Split ao vivo, e, em 1999, gravaram a Demo Tape oficial “Bien Venidos a la Realidad”.

Em 2000, recrutaram o guitarrista Cristiano Pael e, em 2001, lançaram o single “En las Calles”. A banda conquistou destaque no Brasil e no exterior, sendo elogiada no fanzine “Maximum Rock’n’Roll”. Após um hiato, a S.A.M. retornou em 2022 com nova formação, participando de eventos como o Trem Mineiro e Barba Bier Rock. Em 2024, após um acidente com o baterista Thyago Subtil, a banda segue com Junior, ex-Vermes, assumindo a bateria.

“Comecei com o guitarrista Claudio, onde eu cantava e ele tocava guitarra. O nome S.A.M. surgiu da junção de ’72’, que faz referência ao ano em que nasci, 1972, e ao meu nome, Marco Aurélio dos Santos”, explica Kão.

A banda Manicômio, formada por Diego “Tod” (guitarra), Diova (baixo), Augusto (bateria) e PG (vocal), está animada para fazer sua estreia nos palcos em 2025 durante o Underground Fest. O repertório da Manicômio é composto por músicas autorais que abordam temas como as experiências pessoais dos membros, neurodivergência e desigualdade social.

Diego “Tod” comenta sobre o retorno da banda e sobre as expectativas para o festival.Embora a banda tenha tocado em dezembro de 2024, em 2025 a Manicômio se dedicou mais ao estúdio, criando novas composições que serão apresentadas no evento do Zé Carioca II. A expectativa é de uma performance cheia de energia e com muito som autoral.

“Estamos bem empolgados em tocar nesse rolê, que marca o nosso retorno aos palcos neste ano. A gente é uma banda de punk rock, a favor da luta antimanicomial, e o underground é esse espaço que oferece diferentes possibilidades de existência fora do que é considerado normativo pela sociedade. Esperamos que o público aproveite nossa música tanto quanto nós gostamos de tocar”, finaliza Diego.

Serviço: O ‘Underground Fest’, irá acontecer no dia oito de fevereiro (sábado), às 20h no Zé Carioca II, localizado na rua 14 de Julho, n.º 3234, perto da Feira Central de Campo Grande. A entrada é R$ 15,00.

 

Amanda Ferreira

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