As inscrições para o processo seletivo unificado para ingresso nos cursos de mestrado e doutorado da UFMS vão até sexta-feira, 24, na página da Pós-Graduação. São mais de 1,2 mil vagas em programas de diversas áreas de conhecimento distribuídas na Cidade Universitária e nos Câmpus de Aquidauana, Chapadão do Sul, Três Lagoas e do Pantanal.
As oportunidades são para candidatos brasileiros e estrangeiros e estão distribuídas em ampla concorrência, ações afirmativas e destinadas ao Programa Qualifica, para servidores ativos da UFMS e do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul. O edital com todas as informações sobre o processo seletivo pode ser acessado na página da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (Propp) e está disponível, pela primeira vez, em português, inglês e espanhol.
Atualmente são mais de 50 programas de pós-graduação na UFMS. “Os cursos são reconhecidos por sua qualidade e relevância acadêmica, tendo sido avaliados positivamente pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), com destaque para programas que alcançaram notas 5 e 6. A UFMS tem realizado investimentos significativos para fortalecer a pós-graduação, tanto em infraestrutura quanto em formação acadêmica e parcerias”, informa a diretora de Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Caroline Spanhol.
Ainda segundo a diretora, a Universidade dispõe de laboratórios modernos e tem firmado parcerias estratégicas com instituições nacionais e internacionais, além de colaboração com a indústria, oferecendo infraestrutura de excelência, suporte financeiro aos estudantes e amplas oportunidades internacionais. “O título de mestrado ou doutorado fortalece significativamente a empregabilidade dos egressos, tornando-os mais competitivos tanto no mercado de trabalho quanto no meio acadêmico”, destaca.
Ecologia e Conservação
O coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação do Instituto de Biociências (Inbio), Rudi Laps, destaca que os projetos desenvolvidos no programa têm um forte impacto acadêmico, social e ambiental. “Estão voltados para a resolução de problemas locais e globais relativos à conservação da biodiversidade e ao uso sustentável dos recursos naturais. Isso inclui iniciativas de proteção de ecossistemas, manejo de vida selvagem e recuperação de áreas degradadas”, informa.
Entre os benefícios a quem cursa o mestrado ou doutorado em Ecologia e Conservação, que possui conceito 6 junto à Capes, o professor destaca a excelência acadêmica, que garante a qualidade da formação; a oportunidade de participar de cursos e pesquisas científicas em ecossistemas únicos como o Pantanal; uma formação teórica e técnica avançada; o desenvolvimento de habilidades para aplicação prática do conhecimento em pesquisa, ensino, empresas e órgãos governamentais; o contato com uma rede de pesquisadores experientes e instituições reconhecidas nacional e internacionalmente, em projetos interdisciplinares e o envolvimento em projetos de impacto social que buscam soluções para o uso sustentável dos recursos naturais e o desenvolvimento de atividades humanas ambientalmente responsáveis.
“Nosso Programa começou em 1996 e desde lá tem avançado na construção de um corpo docente e infraestrutura que nos possibilitou a obter o conceito 6 na última avaliação da Capes. Contamos com uma infraestrutura composta por laboratórios onde atuam os 26 docentes atualmente credenciados no Programa, as coleções científicas da UFMS, bem como a Base de Estudos do Pantanal no Passo do Lontra, em Corumbá”, explica. Conforme o professor, o curso estimula o estudo da ecologia de todos os lugares com participações em projetos na Amazônia, Mata Atlântica e Caatinga. “A maioria dos nossos projetos são realizados no Pantanal, Chaco e Cerrado, o nosso quintal. Também temos vários docentes que desenvolvem projetos em áreas urbanas. Temos ainda projetos em rede com outros programas e parcerias com várias organizações e instituições de pesquisa, tanto no Brasil quanto no exterior. Essas colaborações aumentam as oportunidades de pesquisa, intercâmbio e financiamento para os pós-graduandos”, finaliza.
Atuando como analista ambiental no Ibama, o estudante do doutorado Alexandre Pereira afirma que a pós-graduação da UFMS irá beneficiar muito sua vida profissional. “Trabalho com o tema Fogo e incêndios florestais na minha função e vim buscar na pós-graduação da Universidade aprofundar meus conhecimentos. Integrei-me em um grupo de pesquisa bastante interessante, onde é desenvolvido um projeto de longa duração para o estudo do fogo no Pantanal. A pós-graduação tem me proporcionado essas ferramentas, possibilidades de aumentar meu conhecimento e contribuir também, levar essas informações para serem aplicadas na gestão dentro do órgão ambiental no qual trabalho. O diferencial da Universidade é justamente esse, entrar em contato com pesquisadores bastante gabaritados, de conhecimento profundo da ecologia do Pantanal. Temos um programa de pós-graduação muito forte, com professores bastante capacitados e estou muito feliz de desenvolver meu projeto dentro da UFMS”, explica.
“Além do mais óbvio que é a ampliação do conhecimento, do pensamento crítico e de informações de ponta da ciência, beneficiei-me com a ampliação do meu networking. A rede de contatos que tive, a abertura de portas e oportunidades de trabalhos aplicados, de conhecer pessoas importantes, de outros países, acho que foi o maior legado. Uma rede de qualidade e impacto”, ressalta o egresso do mestrado e do doutorado Fábio Bolzan.
A egressa do doutorado em Ecologia e Conservação Cyntia Cavalcante Santos reforça que a experiência de cursar uma pós-graduação na Universidade é uma conquista profissional e pessoal inigualável, que promove o contato com professores capacitados e colegas de diferentes regiões do país. “A oportunidade de ter a UFMS como instituição raiz também me trouxe a possibilidade de conexão com o internacional, porque o meu doutorado foi em regime de co-tutela com a Universidade de Angers, na França, que me permitiu cursar duas universidades paralelamente e ainda ter um intercâmbio de um ano presencial com bolsa Capes-Cofecub em Angers, me tornando alguém não só experiente academicamente mas com uma vivência pessoal muito especial”, explica.
Estudos Fronteiriços
O coordenador em exercício do Programa de Pós-Graduação em Estudos Fronteiriços do Câmpus do Pantanal, Carlo Golin, destaca que o programa é o único no Brasil que possui área de concentração em Estudos Fronteiriços e todas as linhas de pesquisa dedicadas aos estudos sobre fronteiras. “Trata-se de um mestrado profissional e interdisciplinar que iniciou em 2008, atualmente possui conceito 4 junto à Capes e mais de vinte pesquisadores atuando de forma efetiva e colaborativa. O Programa adotou o Seminário de Estudos Fronteiriços como instrumento de divulgação dos trabalhos desenvolvidos pelos seus discentes e docentes e para interlocução com pesquisadores e estudantes de outros programas de pós-graduação, renomados pesquisadores nacionais e internacionais, que estão dentre os conferencistas de modo a qualificar cada vez mais os trabalhos desenvolvidos no Programa”.
Entre as parcerias e pesquisas desenvolvidas em conjunto, estão ações com instituições e universidades nacionais como a Embrapa Pantanal, a Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Universidade Federal de Mato Grosso, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Universidade Estadual de Campinas, Universidade Federal da Grande Dourados; e universidades internacionais como a Universidade de Buenos Aires e a Universidade Nacional de Quilmes, da Argentina; o Colégio da Fronteira Norte, na cidade de Tijuana, no México; e a Universidade Arturo Prat, de Iquique, no Chile. Há atuação ainda com o Serviço Departamental Agropecuário de Sanidade e Inocuidade Agroalimentar de Santa Cruz, da Bolívia, e com pesquisadores da Universidade de Kentucky, dos Estados Unidos, entre outros.
Suas linhas de pesquisa abrangem temáticas que possibilitam uma gama extensa de oportunidades de pesquisa e atuação profissional. “De forma particular, o Programa de Pós-Graduação em Estudos Fronteiriços espera formar profissionais capacitados para entender as dinâmicas fronteiriças e desenvolver alternativas de desenvolvimento territorial para as unidades administrativas, empresas e demais coletividades. Portanto, oferecendo soluções para o desenvolvimento das áreas de fronteira a partir dos diferentes projetos, sempre visando alcançar a excelência nos estudos de fronteira com ampliação do reconhecimento nacional e internacional. A partir dessas características, os profissionais formados pelo curso estão habilitados a trabalhar nas instituições públicas e nas empresas propondo alternativas, coordenando equipes e ações para desenvolver e avaliar estratégias de planejamento em áreas de fronteiras e oferecendo consultorias sobre negócios, caracterização de mercados, reordenamento territorial, aspectos da cultura que poderão ser explorados na questão do comercial e de marketing empresarial, potencialidades do território, estudos e avaliação de impacto ambiental, plano diretor, dentre outros aspectos relevantes do conhecimento das Ciências Humanas e Sociais Aplicadas”, informa.
A estudante de mestrado Dieimi de Souza Rufino, que é formada em Direito e atualmente trabalha na 2ª Vara Criminal de Corumbá, explica que a formação beneficia diretamente a sua profissão ao permitir que ela aprofunde seus conhecimentos sobre a violência doméstica e familiar contra as mulheres na localidade. “Viabiliza que, através da pesquisa, eu possa conhecer um pouco mais da realidade dessa problemática na Comarca, em especial, a questão da baixa empregabilidade feminina que influencia diretamente no cenário de recorrência dessa violência no espaço fronteiriço, foco da minha dissertação. E assim, possibilita que eu esteja mais preparada e situada nos fatores que transcendem a violência para lidar com os processos judiciais que envolvem a vida das mulheres que se tornam vítimas”, aponta.
Entre os diferenciais que encontrou na UFMS, a estudante indica a qualificação dos professores e a troca de conhecimentos. “Sinto-me muito bem orientada para a pesquisa, no relacionamento externo que a Universidade consegue manter com outras instituições públicas e privadas, cujas parcerias facilitam acessos para as pesquisas; e, por ser um mestrado profissional, o curso nos aproxima de pessoas das mais diversas áreas de formação, permitindo a troca de experiências que podem enriquecer ainda mais nossa atuação profissional e social”, ressalta.
O professor na rede municipal de ensino de Corumbá Gilson Pacola conta que o mestrado possibilitou pesquisar e entender as políticas públicas locais, especialmente no que tange ao esporte escolar como atividade extracurricular nas escolas municipais da cidade. “Uma peculiaridade dessa região são os alunos que residem no país vizinho e frequentam as escolas brasileiras. Em minha pesquisa, foquei nas unidades com uma significativa presença de ‘alunos pendulares’, os que se deslocam diariamente do país vizinho. Um dos grandes diferenciais da UFMS é a oferta deste curso específico localizado na cidade, que se concentra na análise aprofundada das dinâmicas sociais, políticas e culturais pertinentes a regiões de fronteira. Este curso representa uma oportunidade singular para os estudantes de pós-graduação compreenderem de maneira abrangente as interações complexas que ocorrem nessas áreas, permitindo uma reflexão crítica sobre os desafios e as características únicas que definem esses contextos fronteiriços”, destaca o egresso.
O coordenador em exercício, Carlo Golin, lembra que para 2025 a expectativa é o início do doutorado na área. “A Capes aprovou a criação do novo curso, será uma iniciativa inédita em Mato Grosso do Sul nessa área de pesquisa”, finaliza.
Com informações da UFMS.