Planejamento e escolhas conscientes podem reduzir o impacto das despesas de início de ano, dizem especialista

IPTU e IPVA estão entre as contas que pesam no bolso dos brasileiros no começo do novo ano - Foto: Marcos Maluf
IPTU e IPVA estão entre as contas que pesam no bolso dos brasileiros no começo do novo ano - Foto: Marcos Maluf

Apenas 59% dos brasileiros planejam gastos de janeiro; saiba como organizar suas contas

 

Com o ano novo, chegam também as contas que pesam no bolso, como impostos, matrículas e materiais escolares. De acordo com uma pesquisa conduzida pela Serasa em parceria com o Instituto Opinion Box, mais da metade dos brasileiros (55%) espera gastar até R$ 4 mil com essas despesas, valor 21% superior à renda média nacional, de R$ 3.279. Apesar disso, apenas 59% dos entrevistados afirmam ter se preparado financeiramente para enfrentar os custos.

Para ajudar os consumidores a lidarem melhor com esse cenário, especialistas consultados pelo O Estado destacaram a importância do planejamento financeiro, a priorização de despesas e estratégias para economizar.

O economista e consultor financeiro Eduardo Matos ressalta que “o planejamento é a base para qualquer tomada de decisão financeira”. Ele explica que, ao distribuir as despesas ao longo do tempo e analisar as condições de pagamento, é possível evitar sobrecarregar o orçamento familiar.

Matos destaca ainda que despesas como matrícula escolar e materiais para crianças devem ser priorizadas, já que são menos negociáveis. Em contrapartida, contas como IPTU e IPVA oferecem maior flexibilidade, com opções de parcelamento e renegociação.

Na hora de optar pelo pagamento à vista ou parcelado, o economista recomenda atenção. “Para famílias com renda comprometida, o parcelamento pode ser mais interessante, especialmente se não houver cobrança de juros. Por outro lado, quem possui recursos disponíveis pode aproveitar descontos para pagamento à vista, desde que isso não comprometa o fluxo de caixa mensal”, explica.

Sobre o uso de crédito, Matos destaca que empréstimos como o consignado podem ser vantajosos em algumas situações, mas é essencial evitar juros altos e estudar cuidadosamente as condições.

Escolhas financeiras estratégicas

A especialista em economia comportamental Andreia Saragoça, sugere que todos os brasileiros deveriam adotar o que ela chama de “mapa orçamentário anual”, uma ferramenta que permite distribuir as receitas e despesas de forma organizada mês a mês.

“No fim de cada ano, já deveríamos estar preparados para o início do ano seguinte, utilizando recursos como o décimo terceiro ou férias para reservar parte do dinheiro e garantir que as contas não pesem no orçamento”.

Ela explica que, para quem não se planejou, o parcelamento pode ser uma saída, mas alerta sobre os juros. “O parcelamento de contas como o IPTU e IPVA pode ser útil, mas é sempre mais vantajoso pagar à vista se o valor estiver disponível, porque você garante o desconto e evita o pagamento de juros”, recomenda.

Já a educadora financeira Sabrina Mestieri reforça a necessidade de organização prévia, especialmente para os gastos com material escolar. “Criar um orçamento específico, listar os itens necessários e pesquisar preços em lojas físicas e online são práticas fundamentais para economizar”, aconselha.

Sabrina sugere iniciativas como a formação de grupos de pais para troca de materiais usados e a busca por alternativas mais simples e acessíveis. Ela também destaca a importância de evitar compras por impulso e optar por itens mais básicos, explicando às crianças os motivos das escolhas financeiras.

Outro ponto abordado pela especialista é a vantagem de programas de fidelidade e cashback, como os oferecidos por plataformas como Méliuz ou por bancos digitais, que podem ajudar a recuperar parte do dinheiro gasto.

Com a inflação e os juros altos, o custo de itens importados e materiais escolares subiu, tornando essencial priorizar produtos nacionais e mais baratos. “Este ano será o de escolher o essencial e cuidar bem do material para que dure mais”, alerta Sabrina.

Para evitar o sufoco no próximo ano, a educadora financeira sugere criar o hábito de economizar um pequeno valor mensal ao longo de 2025. “Planejar com antecedência faz toda a diferença”, conclui.

 

Por Djeneffer Cordoba

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