“Nosso objetivo é realizar consulta pública e relançar o projeto em um momento mais favorável”, afirmou Verruck
Com a prorrogação do leilão da Rota da Celulose, inicialmente marcado para 6 de dezembro, o Governo de Mato Grosso do Sul trabalha para ajustar o projeto e relançá-lo no primeiro trimestre de 2025. A concessão abrange trechos estratégicos de cinco rodovias – MS-040, MS-338, MS-395, BR-262 e BR-267 – totalizando 870,3 km de extensão, com foco em melhorias de infraestrutura e serviços aos usuários.
Segundo o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), o cenário econômico e a alta concorrência de leilões nacionais no momento impactaram o interesse do mercado. “Nós não tivemos empresas interessadas no projeto, e isso foi sinalizado dias antes. Houve muitos fatores, como o número elevado de leilões no período e a taxa de juros alta, que afetaram as perspectivas das empresas em buscar financiamentos necessários para a execução do projeto”, explicou Verruck.
Ajustes no projeto e perspectivas para 2025
Agora, a equipe do EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas), liderada por Eliane Detoni, está revisando o projeto para eventuais ajustes, considerando as observações do mercado. Entre as alterações, pode haver reduções de custo no CAPEX (investimento inicial) e revisões nas tarifas propostas.
“A Eliane está em diálogo com as empresas para entender os fatores que elevaram os riscos percebidos no projeto, e estamos trabalhando para ajustar esses pontos. Nosso objetivo é realizar consulta pública e relançar o projeto em um momento mais favorável, provavelmente a partir de fevereiro de 2025, retornando à B3 com perspectivas melhores”, acrescentou Verruck.
O projeto, que tem concessão prevista para 30 anos, inclui melhorias como duplicações de trechos, construção de acostamentos, terceiras faixas, contornos, passagens de fauna, passarelas e pontos de parada para caminhoneiros. Além disso, oferece serviços como guinchos, ambulâncias, veículos de inspeção de tráfego e caminhões adaptados para diversas necessidades.
Outro ponto destacado pelo secretário foi o papel do Ministério dos Transportes no projeto. “O Ministério delegou oficialmente algumas rodovias, como a BR-267 e a MS-040, e o diálogo tem sido técnico, com sugestões de duplicações ou ajustes em determinados trechos. No entanto, o Ministério em momento algum impediu o leilão. O que ocorreu foi a percepção do mercado de que o risco do projeto era elevado devido à taxa interna de retorno e ao investimento necessário”, pontuou Verruck.
Com um cenário econômico mais favorável esperado para 2025, o governo de Mato Grosso do Sul permanece otimista quanto à viabilidade do projeto e sua importância para o desenvolvimento logístico e econômico da região.
Por Roberta Martins
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