Com o fim de ano, preocupação é com o aumento de acidentes fatais
Dados da Agetran indicam uma tendência preocupante no trânsito de Campo Grande. Em novembro, foram registrados 11 óbitos decorrentes de acidentes de trânsito. O mês registrou até o momento o maior índice de sinistros no ano. Grande parte das vítimas são motociclistas, contabilizando ao todo 9 motociclistas, além de um condutor e um passageiro em veículo.
Desde o início de 2024 até o mês de julho, a Capital registrou 6.909 acidentes, com 1.291 veículos envolvidos e 13.546 pessoas entre feridos e ilesos, conforme dados do Detran. 33 óbitos foram constatados até julho. Nesta semana a Santa Casa voltou a emitir nota de superlotação.
Parte das vítimas de acidente de trânsitos acabam indo para Santa Casa e nos últimos dias o número de casos mais que dobrou de atendimentos no pronto-socorro. A unidade hospitalar tem 84 pessoas no pronto-socorro, onde a capacidade é de menos da metade. Conforme a médica intensivista e gerente de inteligência e regulação hospitalar, Patrícia Berg, a unidade está enfrentando uma epidemia de traumas, com um aumento significativo de vítimas de acidentes de trânsito, quedas e acidentes de moto. “Pedimos que a população tome cuidado e evite situações de risco, que podem aumentar ainda mais a pressão sobre o hospital”, comentou.
Ainda conforme a médica, a superlotação impõe limitações aos serviços prestados. “Quando o hospital está superlotado, os riscos aumentam, principalmente em relação a eventos adversos. Mesmo com nossa estrutura de UTI e recursos diagnósticos, a sobrecarga impede que os pacientes acessem esses serviços de maneira otimizada”, conclui.
Além disso, o hospital passa novamente por uma crise após ser notificada por irregularidades, entre elas, risco de contaminação cruzada entre alimentos. Na unidade de decisão clínica (Área Vermelha), com capacidade contratual para 6 leitos, há atualmente 17 pacientes. Na unidade de decisão clínica (Área Verde), que possui 7 leitos em contrato, estão internados 66 pacientes.
O dobro de acidentes
O segundo semestre de 2024, contudo, dobrou o número de acidentes. De janeiro até agora, segundo dados da Santa Casa, foram registradas 64 mortes em colisões, enquanto no mesmo período de 2023 ocorreram 53 óbitos. No entanto, o total de acidentes caiu de 12.149 no ano passado para 10.548 em 2024, indicando que as ocorrências foram mais letais. O número de mortes no trânsito em Campo Grande cresceu 20% neste ano, mesmo com a redução de acidentes.
De acordo com o BPMTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito), 44 das vítimas fatais eram motociclistas, representando 68,75% do total.
Fim de ano eleva os riscos
O aumento no número de fatalidades pode estar relacionado ao maior fluxo de veículos e à pressa típica das festas de fim de ano. O álcool, o cansaço e a desatenção são fatores que contribuem para esse cenário preocupante.
Autoridades de trânsito reforçam a necessidade de cautela. Campanhas educativas e operações de fiscalização têm sido realizadas, mas a conscientização dos motoristas é essencial para reverter os índices alarmantes.
O Detran-MS destaca a importância de respeitar as leis de trânsito, evitar o uso de celular ao volante e jamais misturar álcool e direção. Apenas com um esforço coletivo será possível reduzir o número de acidentes e garantir um trânsito mais seguro em Campo Grande.
Por Thays Schneider, Roberta Martins e Ana Cavalcante