MS decreta situação de emergência por estiagem prolongada em municípios

Foto: Divulgação
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Sem volume significativo de chuva, nível do Rio Paraguai em Forte Coimbra alcança recorde de -1,98m

O Governo de Mato Grosso do Sul publicou ontem (21), o decreto de “Situação de Emergência” nos municípios afetados pela estiagem prolongada. A definição levou em conta que a seca nestas localidades tem influenciado diretamente na propagação de focos de incêndios e causado prejuízos expressivos na agropecuária pantaneira, tanto nos aspectos ambientais quanto econômicos.

Conforme a publicação, fica determinada a classificação de emergência por 180 dias, que autoriza a mobilização de todos os órgãos estaduais sob coordenação da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil nas ações de resposta ao desastre, reabilitação do cenário e reconstrução. Além disso, o documento prevê a convocação de voluntários para a realização de campanhas de arrecadação de recursos perante a comunidade.

Na manhã de ontem, o governador Eduardo Riedel confirmou que, apesar de o Estado ter registrado chuva nos últimos dias, as precipitações estão acontecendo de forma esparsa e, por isso, não estão solucionando a estiagem em sua totalidade. “A gente teve esse movimento de chuva no Sul do Estado e agora está ocorrendo a previsão de tempestades e chuvas, mas o Corpo de Bombeiros está com a sua força total e combatendo incêndio no Pantanal, no Norte do Estado. Então, não estamos numa situação confortável diante de tudo o que a gente viveu. Então, nós estamos desenvolvendo ações em parceria com o governo federal e com os municípios para poder estender a mão a esses municípios”.

Além disso, as autoridades administrativas e os agentes de defesa civil, em caso de risco iminente, poderão adentrar nas casas, para prestar socorro ou para determinar a pronta evacuação, e usar de propriedade particular, no caso de iminente perigo público, assegurada ao proprietário indenização, se houver dano.

Também ficou dispensado o processo de licitação, dada a urgência de atendimento da situação e levando em conta o comprometimento da continuidade dos serviços públicos. Somente será permitida a aquisição dos bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas em 1 ano.

A Marinha do Brasil divulgou ontem (2) o nível atualizado das réguas do Rio Paraguai em Forte Coimbra, onde a falta de chuvas deixou a região em índice negativo (-1,98 m). Na régua de Ladário, o nível está em (-0,64 m) e em Porto Murtinho (0,55 m).

Operação Pantanal

As chuvas recentes e o aumento da umidade ajudaram a reduzir significativamente os focos de incêndio na região do Pantanal, permitindo que as equipes concentrem seus esforços no monitoramento das áreas mais críticas e na prevenção de novos incêndios.

Foi verificado, através do monitoramento, um foco de incêndio dentro da área de reserva pertencente ao Parque Estadual Pantanal do Rio Negro, próximo ao rio, entre os municípios de Miranda e Corumbá.

Também estão sob monitoramento constante as áreas correspondentes às microrregiões do bioma Pantanal, sendo: Paiaguás, Paraguai-mirim (área norte, próxima à Serra do Amolar), Nhecolândia (a oeste do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro) e Abobral (foco mais preocupante nos últimos dias, próximo ao Passo do Lontra).

Fogo se aproxima de escola inaugurada há dois meses no Pantanal

Fogo no Pantanal deixou estragos por onde passou ontem (21), incêndio florestal segue ameaçando a escola de comunidade ribeirinha no Pantanal. Voluntários da brigada Pantanal, com o apoio do Ibama, estão no local para tentar evitar que o fogo chegue até a região do São Lourenço, área de difícil acesso onde só é possível chegar de barco ou avião, no Pantanal de Mato Grosso do Sul.
Segundo o Instituto Homem Pantaneiro, pelo menos vinte crianças estudam na escola que foi inaugurada há cerca de dois meses. Famílias foram orientadas a deixar o local como medida de segurança. Linhas de defesa estão sendo abertas na vegetação para impedir o avanço das chamas.
Além da brigada, as equipes do Corpo de Bombeiros, Força Nacional, ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais), Prevfogo, voluntários e ONGs estão atuando em focos de calor.

Conforme dados divulgados pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), somente neste ano, Mato Grosso do Sul contabiliza 13622 focos, enquanto no mesmo período de 2020, foram 21.115 focos  contabilizados.

Por Michelly Perez

 

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