Com obras na Bom Pastor atrasadas, comerciantes estão inseguros com o futuro

REVITALIZAÇÃO RUA BOM PASTOR - FOTO: NILSON FIGUEIREDO
REVITALIZAÇÃO RUA BOM PASTOR - FOTO: NILSON FIGUEIREDO

Há quem tema perder clientes por causa da revitalização, como aconteceu na 14 de julho

Há uma semana de Campo Grande completar 125 anos, o Jornal O Estado começa uma série de reportagens em “comemoração” ao aniversário da Cidade Morena. Nossas equipes vão mostrar obras que não saem do papel e que são aguardadas pela população, inclusive muitas foram anunciadas durante a celebração do aniversário da Capital em anos anteriores. Nesta primeira reportagem vamos falar da avenida Bom Pastor. Os comerciantes da via, na região do Jardim TV Morena, já estão desacreditados que a prometida revitalização vai realmente acontecer, já que a previsão era de início entre os meses de março e abril. Independente do tempo que as máquinas comecem os trabalhos, a espera gera inseguranças sobre o quanto investir no próprio empreendimento e se o processo de reforma não vai espantar a clientela.

Idealizada para ser um dos pontos turísticos da cidade, quase um “shopping a céu aberto”, esse é um dos projetos que não foram iniciados ou concluídos em mais um mês de aniversário de Campo Grande.

Lançado em dezembro de 2023, a revitalização vai custar aproximadamente R$ 46 milhões aos cofres públicos, onde R$ 23 milhões já foram “depositados” pela bancada federal. O trecho de revitalização corresponde a 1.400 metros lineares, entre a Avenida Eduardo Elias Zahran e a Rua Domingos Jorge Velho. Em maio, por publicação no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande), já com atraso na data inicial apresentada, a empresa Schettini Engenharia foi a contemplada no processo licitatório.

Já há cinco anos com um restaurante na avenida, a empresária Muriel Bruschi, de 41 anos, diz que essa incerteza de quando as obras vão realmente começar impede que haja investimentos em seu estabelecimento. “O projeto apresentado mostra calçadas alargadas e até aqueles pergolados, mas essa demora impede a gente de investir em uma estrutura para os clientes que gostam de ocupar as cadeiras de fora. Resta esperar que aconteça, mas como sempre, atrasa ou vira pizza”, diz Mauriel.

O gerente de um açougue na região, Antonio Marcos de Arruda, é um pouco mais neutro em sua opinião sobre a obra, mas acredita que é preciso investir no reordenamento do trânsito com urgência. “Nós atendemos até às 19h mais ou menos e já enfrentamos um pouco de congestionamento, pois os carros ocupam os dois lados da rua. Acredito que tem espaço para alargar a via ou pensar estacionamentos melhores, pois a noite é realmente complicado para os consumidores”, opina Marcos.

Com uma casa de bolo no mesmo ponto há 12 anos, quando todos os imóveis ali eram apenas residenciais, Vilma Matheus Arrais já pensa nos transtornos que a obra pode gerar e teme prejudicar as vendas. “Durante o dia até que é tranquilo, nosso problema maior é a falta de estacionamento. Quando penso nessa revitalização, muito me preocupa a demora e o quanto isso vai prejudicar a vinda dos nossos clientes. O tanto de loja que não resistiu às obras na Rua 14 de Julho e fecharam? Agora as portas estão fechadas. Se a obra acontecer e não demorar, aí será bom”, defende a comerciante.

Segundo anunciado pela Sisep (Secretaria Municipal De Infraestrutura E Serviços Públicos), a revitalização tem o objetivo de: padronizar o passeio público e mobiliário urbano; ampliar a acessibilidade universal; embutir as redes aéreas; melhorar arborização e paisagismo; reestruturar as vias transversais, com a implementação de binários; criar identidade visual para o Corredor; Regulamentar o uso de Parklets; Implementar wi-fi em toda via; construir 01 (uma) nova praça; implantar abas nas esquinas e travessias elevadas para pedestres; Implantar Semaforização Inteligente; Instalar Câmeras de monitoramento; modernizar a iluminação pública com lâmpadas de LED; instalar lixeiras para coleta seletiva de resíduos.

Sobre a demora para o início das obras, marcadas para março ou abril deste ano, a Prefeitura de Campo Grande não respondeu os questionamentos enviados pela reportagem até o fechamento desta matéria.

Por Kamila Alcântara

 

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