Possíveis casos estão sendo investigados nas cidades de Três Lagoas, Ponta Porã, Ribas do Rio Pardo e Jardim
Autoridades do mundo inteiro tem uma nova preocupação: o mpox. No início desta semana a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou ESPII (Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional), isso porque no continente africano apresenta um risco de disseminação global da doença. No Mato Grosso do Sul há sete casos confirmados, esses estão sendo monitorados. A pergunta que todos estão se fazendo no momento, estamos próximos de uma possível nova pandemia?
O vírus vem causando uma preocupação ao redor do mundo. A principal razão por trás dessa declaração da OMS é a propagação de uma nova variante do vírus (conhecida como Clado 1b), que causa uma maior mortalidade, é mais fácil de transmitir e está circulando na África Central, afetando principalmente crianças e se espalhando por meio de múltiplos modos de transmissão (não apenas a via sexual). Contudo, especialistas e, inclusive, o Ministério da Saúde, alegaram que o Brasil não corre risco.
Embora o Brasil apresente sinal de estabilidade e controle da Mpox, o Ministério da Saúde, de forma preventiva, instalou nesta quinta-feira (15) um COE-Mpox (Centro de Operações de Emergência em Saúde) para coordenar ações de resposta à doença. Durante a instalação do colegiado, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, enfatizou que, embora não haja motivos para “alarme”, é necessário manter um estado de “alerta” em relação ao vírus.
“Este é, sim, um motivo de alerta, monitoramento e preocupação. Para isso, contamos com nossos sistemas de vigilância e os Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens), que são essenciais nessa resposta. Contudo, é importante reforçar que não há motivo para alarme, como já mencionado em comunicados anteriores. Devemos permanecer vigilantes e seguir as recomendações disponíveis para lidar com essa emergência de importância internacional, considerando a presença do vírus no Brasil”, afirmou.
Na instalação do Centro, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, destacou que “há uma vigilância sensível para Mpox e, de forma preventiva, as recomendações e o plano de contingência para a doença no Brasil estão sendo atualizadas.” Ela esclareceu ainda sobre as cepas do vírus durante a instalação do COE-Mpox.
“Atualmente, temos duas cepas circulando na região da África. Após a declaração de emergência, descobriu-se que os primatas não eram os únicos hospedeiros da doença. A cepa 1 da variante B, que surgiu no Congo, tem gerado maior preocupação e é a razão para esta nova declaração da OMS, por ter se mostrado mais transmissível. Mutações fizeram com que essa variante B causasse casos mais graves, inclusive em crianças, o que representa uma apresentação diferente do que observamos anteriormente”.
No último boletim divulgado no dia 12 de agosto, pela organização, traz os números da doença de janeiro de 2022 até 30 de junho de 2024. Segundo a organização, foram confirmados 99.176 casos e 208 mortes. Durante o período, o vírus foi reportado em 116 países, incluindo o Brasil. Somente este ano no Brasil, foram notificados 709 casos, sem nenhuma morte, segundo o Ministério da Saúde, número significativamente menor em comparação aos mais de 10 mil casos notificados em 2022, durante o pico da doença no Brasil. Desde 2022, foram registrados 16 óbitos, sendo a morte mais recente em abril de 2023.
Em Mato Grosso do Sul foram registrados sete casos, sendo seis em Campo Grande, além disso quatro estão em investigação, nas cidades de Três Lagoas, Ponta Porã, Ribas do Rio Pardo e Jardim. Nenhum desses, porém, está relacionado com a variante responsável pelo surto na África Central. A taxa de letalidade pela nova variante 1b chega a ser de mais de 10% entre crianças pequenas, enquanto a variante 2b, que causou a epidemia global em 2022, registrou taxa de letalidade de menos de 1%.
Por Inez Nazira e Thays Schneider