Além da estiagem, fumaças de incêndios contribuem com alta em atendimentos em Unidades de Saúde

Crianças e idosos são
os que mais estão
sofrendo com fumaça
nas cidades pantaneiras (Foto: Bruno Rezende )
Crianças e idosos são os que mais estão sofrendo com fumaça nas cidades pantaneiras (Foto: Bruno Rezende )

Problemas respiratórios e crises de gastroenterite são alguns dos principais sintomas apresentados

Com o avanço da frente fria, o Pantanal sul-mato-grossense sente um alívio em relação aos incêndios florestais. Além do bioma, a população também agradece a chegada da chuva, que há meses vem sofrendo com o clima seco e com as fumaças das queimadas. Apesar do curto período de precipitação, em Corumbá houve um aumento  significativo na procura pelas Unidades de Saúde devido a problemas respiratórios e viroses; o mesmo acontece em Aquidauana.

Segundo a Secretaria de Saúde de Corumbá, há um aumento significativo – em especial de abril a setembro – na procura pelas Unidades de Saúde devido a problemas respiratórios. “Esse cenário é ainda mais agravado pelas queimadas, que intensificam a poluição do ar. Crianças e idosos são os mais vulneráveis a essas condições”, informa. A Secretaria de Saúde reitera importância de manter uma boa hidratação e de evitar, sempre que possível, a inalação de fumaça.

Apenas no mês de junho, Unidades de Saúde de Aquidauana realizaram mais de 44.366 atendimentos também por problemas respiratórios e por viroses como gastroenterite, o valor representa uma alta nos atendimentos, de acordo com a Secretaria de Saúde do munícipios, localizado a 141 quilômetros da Capital. Já em julho, procura reduziu para 6.139, contabilizando 38.227 atendimentos no total. Chuvas isoladas podem contribuir para a redução nos atendimentos, conforme explica a pneumologista Lilian Ferreira Andries.

“Com o aumento da umidade as vias aéreas ficam mais hidratadas, menos ressecadas, melhorando a respiração”, explica. Ainda, profissional destaca que a fumaça inalada pode causar queimadura das vias respiratórias no interior de nariz, laringe e faringe, além de intoxicações, e recomenda algumas prevenções.

As condições climáticas ocasionaram chuva em algumas regiões, reduzindo significativamente o risco de focos de calor. A temperatura caiu para uma média de 17 °C, e as rajadas de vento chegaram a 34 km/h. A precipitação resultou em um aumento da umidade relativa do ar, que chegou a 90%, registrando elevação de 70% em relação aos níveis registrado nos dias anteriores.

“As condições melhoradas oferecem uma oportunidade crucial para que as equipes de resgate e de combate a incêndios intensifiquem suas operações e trabalhem para garantir a segurança ambiental e a recuperação das áreas afetadas. No dia 8 de agosto, os desafios no combate aos incêndios florestais continuam sendo significativos. Embora a chegada de chuva em algumas regiões tenha contribuído para a redução dos focos, a extinção total dos incêndios não foi alcançada. Algumas áreas ainda apresentam focos e brasas ativos, que necessitam de combate, monitoramento e rescaldo. Porém, as equipes aproveitam a umidade trazida pelas chuvas para intensificar os trabalhos, adotando uma nova estratégia de atuação”, pontua o Corpo de Bombeiros.

Atualização do combate ao incêndio

As ações continuam direcionadas a seis focos de incêndio ativos, sendo um no município de Miranda, próximo à região de Salobra e que se estende até a BR-262, um próximo à divisa entre Bolívia e Mato Grosso do Sul e à comunidade indígena Kadiwéu, um nas regiões da Serra do Amolar e do Paiaguás e um nas imediações do Passo da Lontra, na Estrada Parque. Todos foram identificados por meio de monitoramento por satélites e são inspecionados pelas equipes destinadas a atuar em cada uma das áreas.

Em Miranda, próximo à região de Salobra e à BR-262, foi registrada nesta quinta-feira (8) chuva de aproximadamente 20 mm, o que contribuiu para uma melhora significativa
na situação vivenciada nos últimos dias e para as áreas afetadas pelos incêndios. No entanto, o desafio de contenção das chamas se mantém para a equipe de 18 militares de Mato Grosso do Sul que permanece ativa no local, atuando no combate aos focos remanescentes e na realização de rescaldo.

O Parque Estadual do Rio Negro e as áreas ribeirinhas estão sendo cuidadosamente monitorados para garantir que não haja recidiva dos incêndios. As equipes estão empenhadas em assegurar a segurança da população e a efetividade das ações de rescaldo. Na região do Passo da Lontra, na Estrada Parque, embora tenha sido registrada uma chuva de pouco volume, que permaneceu por aproximadamente três horas, os focos que apareceram no dia anterior permanecem ativos. Os militares que atuam na área buscam conter a nova propagação e minimizar os danos. Além disso, a região passou por uma inspeção detalhada, onde foram identificados pontos de risco e realizadas orientações aos moradores.

“Além das equipes que estão operando nas microrregiões do Pantanal, permanecem mobilizadas unidades adicionais para apoiar o combate aos incêndios florestais em Corumbá, Aquidauana e Campo Grande. Esse reforço é necessário devido ao aumento significativo no número de incêndios em vegetação registrados nos últimos dias nesses municípios”

 

Por Inez Nazira e Ana Cavalcante

 

 

Confira as redes sociais do O Estado Online no  Facebook e Instagram.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *