Empresa trouxe modernidade ao município de Ribas do Rio Pardo, além de tecnologia de ponto e inovações para o mercado
Agora é realidade: Mato Grosso do Sul é líder nacional na produção de celulose! Graças ao trabalho desenvolvido pela Suzano, que iniciou as operações em Ribas do Rio Pardo nesta semana, após três anos de obras. Por trás dos números impressionantes, houve estruturação de toda cadeia produtiva, investimento no município, criação de um sistema de energia limpa e até melhoramento genético das mudas de eucalipto.
Quem apresenta a megaoperação do Projeto Cerrado ao jornal O Estado é o diretor de engenharia da Suzano, Maurício Miranda. Ele está na empresa há 30 anos, atuou na implantação da fábrica de Três Lagoas e viu nascer o que hoje está em pleno funcionamento em Ribas do Rio Pardo, além dos terminais de escoamento do que é produzido ali.
“Temos a indústria e o Terminal Intermodal, no município de Inocência, que já tá liberado para operação e ampliação de dois terminais em Santos (SP), que são os responsáveis pelo escoamento e exportação da nossa celulose. Aqui, teremos um raio médio estrutural de 60 e 35 km, o que dá muita competitividade para nossa operação”, inicia Maurício.
Para que o trabalho fosse desenvolvido e essa potência econômica se instalasse em uma cidade de 24 mil habitantes, foi necessário a “preparação do terreno”, onde a empresa investiu em 21 projetos de infraestrutura e na capacitação de 300 profissionais, que vão começar a atuar agora com o funcionamento da operação. Porém, no pico de construção, mais de 45 mil pessoas passaram pela cidade.
“Nós trabalhamos fortemente nas melhorias de infraestrutura do município. Era uma obrigação, uma condicionante da nossa licença de instalação, junto com o comitê de sustentabilidade que envolvia o governo municipal e mais outros órgãos do poder público. Fizemos 21 projetos, entre eles a reposição do parque, delegacia, hospital, posto de saúde e unidades habitacionais Posto saúde projeto habitacionais. Nossa equipe de relação social também ficava o tempo todo nos entornos, onde tinham colaboradores alojados, conversando com a vizinhança para entender que tipo de interface que estava precisando de alguma melhoria”, destaca o diretor.
E quem são os 300 trabalhadores dessa produção? Maurício explica que contou com apoio do Sebrae e outros órgãos do Sistema S para capacitar os colaboradores, fora também houve o recrutamento de profissionais de outras unidades. Ainda tem os prestadores de serviços, que atuarão na logística de escoamento da produção e demais setores. Isso é mais uma área com valor agregado, que rende lucros ao município.
“Estamos falando de aproximadamente seis bilhões de reais em prestação de serviços! Então, foram mais de 1,2 mil fornecedores e todos eles com um vínculo de emissão de notas fiscais aqui em Ribas. O nosso imposto sobre serviços acumulados supera 66 milhões de reais só imposto sobre serviço só recolhimento aqui no município. Teve de transporte e acomodação à alimentação, ou seja, uma uma série de empreendedores investiram aqui. Se a gente tá falando mil profissionais na indústria e dois mil na floresta, geramos mais três ou quatro mil empregos”, expõe Maurício.
Melhoramento genético
Presente em diferentes regiões do país, ter viveiros de eucalipto saudáveis é o principal desafio de uma empresa que atua no diferentes biomas presentes no continente. Para a operação em Ribas do Rio Pardo, o viveiro tem capacidade 35 milhões de mudas por ano e ainda tem o da Capital, com 40 milhões de mudas anuais. Além disso, tem viveiros parceiros contratados para o abastecimento de eucalipto nessa fase, até que os plantados atinjam a idade certa para o corte.
Originário da Austrália, Indonésia e outras ilhas da Oceania, as primeiras mudas de eucalipto chegaram ao Brasil em 1868, sendo plantadas no Rio Grande do Sul. Então como sustentar uma floresta com grande cobertura terrestre no cerrado? A resposta está no melhoramento genético! A equipe de tecnologia modificou os “clones” que estão se desenvolvendo no município de Ribas do Rio Pardo, que são diferentes, inclusive, dos plantados em Três Lagoas.
“Tudo isso faz parte do desafio de ter uma base florestal saudável, que através dela nós vamos conseguir ter melhor competitividade. A árvore precisa ser capaz de suportar um período longo estiagem, que reaja melhor as condições climáticas que tem aqui, o que é muito importante para que não tenha nenhum tipo de degradação”, explica Maurício.
Transporte e exportação
Celulose extraída do eucalipto, chega o momento da logística de transporte e exportação. O produto é levado para o terminal de Inocência, através da Malha Norte desce para o Porto de Santos, onde encontram-se dois terminais próprios da Suzano para exportação. Atualmente, a celulose é o produto de maior exportação corrente na balança comercial brasileira, ocupando o primeiro posto no ranking de exportação é aqui em Mato Grosso do Sul. Para se ter uma uma ideia, só a unidade de Ribas do Rio Pardo representa mais de 20% de incremento de produção na produção anual da Suzano.
“A Suzano é a líder mundial da produção de celulose branqueada de eucalipto, com 10,9 milhões de toneladas ano. Nós estamos incrementando 2 milhões e 550 mil toneladas, mais as 3,2 milhões de toneladas de Três Lagoas, temos praticamente metade da produção da empresa. São 5 milhões e 800 mil toneladas anuais é o que a Suzano vai produzir aqui em Mato Grosso do Sul”, esclarece o engenheiro.
No Brasil todo, a empresa também conta com fábricas na Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pará e São Paulo. Tem ainda dois centros de tecnologia, 15 centros de distribuição e três portos. Tudo isso permite que a Suzano atue em países como Argentina, Estados Unidos, Canadá, Áustria, Israel, Finlândia e China.
Auto-suficiência energética
O funcionamento da empresa em Ribas do Rio Pardo também coloca Mato Grosso do Sul em ótima posição na produção de energia limpa. Os “rejeitos” da celulose e até mesmo a matéria líquida da maneira, a lignina, são transformados em biomassa produtora de energia, que alimenta as três turbinas da planta industrial, que supre todo o consumo de energia elétrica e dá ainda tem a capacidade de disponibilizar 180 megawatts para o Sistema Nacional.
“Esse volume representa de energia excedente é capaz de atender uma cidade de 2 milhões e meio de habitantes. É praticamente duas Campo Grandes! Somos uma indústria de celulose e também uma central ou geradora de energia, que está disponível no do Grid Nacional. Essa receita fica aqui no Estado, todos os encargos envolvidos nessa venda de energia”, reforça o diretor.
Todos esses conceitos mostram que a instalação de mais uma unidade da Suzano em Mato Grosso do Sul visa o crescimento econômico de todos. “Só é bom para nós se for bom para o mundo. O nosso mundo começa pelo entorno, além das nossas operações. A gente tem muito a agradecer e celebrar”, termina Maurício.
Por Kamila Alcântara
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