Entrevista da Semana: Azambuja afirma que PSDB não estará sozinho em 2026

Ex-governador Reinaldo Azambuja é o presidente regional do PSDB em MS
(Foto: Nilson Figueiredo )
Ex-governador Reinaldo Azambuja é o presidente regional do PSDB em MS (Foto: Nilson Figueiredo )

Para Azambuja, futuro do partido que preside é se unir a outras siglas em 2026

Com muita experiência na bagagem, em entrevista ao Jornal O Estado MS, o ex-governador e presidente estadual do PSDB em Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja falou sobre o futuro do partido, a preparação para a disputa em 2024 nas eleições municipais e nas mudanças inevitáveis para 2026.

Reinaldo Azambuja, prevê que o partido, que encolheu nos últimos anos no país, terá em 2024 um bom desempenho nas eleições de outubro, em todo o país. “Acredito que nós, diferentemente do que preconizam algumas falas, o PSDB terá um protagonismo ainda nas eleições de 2024, no Mato Grosso do Sul e também em alguns estados brasileiros, nós temos candidaturas postas em médias cidades, em capitais. Nós vamos ter 13 capitais com candidatura própria, então não é pouco. Você tem bastante candidatos e competitivos, com trabalho prestado, com gestões exitosas, com resultado de bons gestores”, afirma.
No entanto, destaca que o número de partidos deve diminuir drasticamente e que o PSDB, assim como outros, deverá se fundir com outras siglas.

“Acredito, que após 2024 não vai mais ficar essa configuração partidária existente hoje, 32, 34 partidos. Acredito que no máximo de 6 a 10 partidos nós teremos nas eleições de 2026, então o que preconiza para 26? Que nós teremos fusão, teremos federação de partidos se unindo para a disputa de 2026, acho que essa vai ser a tônica, o PSDB não vai permanecer sozinho mais, ele vai agregar alguns aliados, como outros partidos também não ficarão mais sozinhos. Acredito que algumas alianças e fusões acontecerão para fortalecer, acredito que ficarão alguns partidos mais à direita, alguns mais a esquerda e alguns de centro, que estarão dialogando e acredito muito, que tem espaço para essas três esferas pleitearem poder, tanto nas eleições governamentais de 2026, como também na eleição presidencial que vai ocorrer em 2026. Agora não vai ficar 32 partidos no Brasil para as eleições de 2026”.
No término da eleição de 2022 foi discutida a possibilidade de uma federação do PSDB com o MDB e com o Podemos, agora já se discute de novo a possibilidade de fazer uma federação ampliada do Cidadania, do PSDB, do Podemos, do Solidariedade”.
Ainda nessa linha de raciocínio, aposta que o PSDB, deverá se manter, mesmo com fusão, como um partido de ideologias de centro.

Acompanhe a entrevista

O Estado: Com essa aliança formada com o PL, já é esperado um bombardeio, até unificado, dos outros candidatos contra o PSDB?
Reinaldo Azambuja: Essa questão do bombardeio sempre existe, independente do arco de alianças que você faz. Muitas vezes os adversários atacam tanto na Capital como no interior, mas já está muito tranquilo, não tem mais essa preocupação, essa aliança com o PL é uma aliança que interessa ao PL e interessa ao PSDB, foi algo construído que a gente propôs para 34 municípios. Claro que nem todos serão efetivados, mas tenho certeza que a grande maioria é possível o PSDB, o PL fazer uma aliança para eleição municipal, isso está bem encaminhado. Houve uma discussão interna do Valdemar com o Rogério Marinho, com o próprio presidente Bolsonaro para aproximar com o PSDB pra fazer política de resultado, política que dá certo, de entregas e, eles toparam trabalhar Campo Grande e esses 34 municípios, não que os 34 vão se efetivar, alguns com certeza o PL terá a candidatura própria e vão respeitar, e alguns até o PL terá candidatura com apoio do PSDB. Então, acho que a aliança é boa para o PL como é boa também para fortalecimento das alianças do PSDB nesses municípios que apresentamos a lista para eles.

O Estado: Com essas alianças já praticamente formadas, já se definiu, se sabe qual será o tempo do Beto na TV?

Reinaldo Azambuja: Não fiz a somatória ainda, mas a informação que me chegou e quem está cuidando é a comunicação, parece que o Beto vai ter o dobro do tempo de todos os outros candidatos. Pelo montante de partidos nós teremos praticamente 8 partidos aliados ou 9 até, dependendo até o dia 20, e após dia 20, que são as convenções. Então é um bom tempo, dá para mostrar o plano de governo, dá pra mostrar as propostas, as soluções aos problemas que afligem a Capital. Acho que o Beto vai ter um bom desempenho nessas inserções.

O Estado: Até que ponto essas alianças também significam a chegada de mais verba para a campanha?

Reinaldo Azambuja: Nós temos um limite. O próprio Tribunal Superior Eleitoral estabelece um limite, tanto pro gasto da majoritária, que é o prefeito e vice-prefeito, e das proporcionais. Esse limite ainda não está estabelecido, mas deve ter uma correção pelo INPC em relação ao ano passado. A eleição de 2020, entre primeiro e segundo turno, o total possível era R$ 11 milhões de. Este ano vai ser corrigido pela inflação. Acho que essa questão das verbas é importante, claro, o PSDB vai ajudar, nós temos um fundo eleitoral que é para isso, ajudar nas capitais, ajudar nos municípios do interior, estou organizando com a Executiva Nacional, onde sou o tesoureiro, o critério da distribuição disso, nós vamos criar um critério para distribuir a todas as candidaturas do PSDB, e com certeza os partidos aliados também têm o fundo que vão ajudar, tanto na chapa majoritária, o partido que indicar o vice, por exemplo, pode compor um ajuda do fundo, mas você nunca pode ultrapassar o limite. O teto limite tem que ser respeitado, e isso vai ser respeitado pelo PSDB, pelo partido aliado. Agora, acho que o mais importante na aliança formalizada em prol do Beto, com a vinda do ex-governador André, do próprio PL, é a formação de um programa de governo sensível com os problemas que Campo Grande tem, e apresentando propostas para resolver isso que aflige. Te dei o exemplo da outra vez que nós conversamos, fui candidato a prefeito em 2012, os problemas que eu identifiquei em 2012 permanecem até 2024, significa que 12 anos se passaram e as gestões que assumiram após 2012 não resolveram o problema. Falta vaga em creche, o tapa buraco não funciona, a periferia está esburacada, as praças públicas estão abandonadas, a iluminação pública está precária, o empresariado reclama que não sabe com quem conversar na Prefeitura de Campo Grande, diferente no Governo do Estado (6:38) que você tem uma Secretaria que trata meio ambiente, incentivo, licenciamento, habite-se, libera as condições para empresas. Então essas reclamações perduram há 12 anos, e acho que a tônica da eleição de 2024 é quem tem capacidade para resolver esses problemas, quem vai enfrentar uma reforma estruturante na prefeitura, gastar menos com a prefeitura para gastar mais com a cidade. Acho que essa é a grande discussão que vai ter e acho o Beto muito preparado como gestor para esse momento aí, que é o momento de debater isso na campanha eleitoral.

O Estado: Ao começar a campanha para valer, vamos ter praticamente quatro postulantes mais pesados, é possível se conseguir até uma vitória no primeiro turno com toda essa aliança?

Reinaldo Azambuja: Acho muito difícil a decisão de Campo Grande acontecer no primeiro turno, Acredito que será uma eleição de dois turnos, até porque a gente respeita as candidaturas colocadas, não sabemos ainda todas que estarão com o registro efetivado até o dia 14 de agosto, mas acredito que nós teremos uma eleição de dois turnos. Agora se algum desses postulantes muitas vezes desistir até as convenções, acho que aí diminui a margem para disputa e pode aí sim acontecer uma eleição talvez de um turno só.

O Estado: Essas eleições municipais, até que ponto será decisiva para o futuro do PSDB, em Mato Grosso do Sul cresceu, porém, praticamente no Brasil todo teve perdas, encolheu?

Reinaldo Azambuja: Acredito que nós, diferentemente do que preconizam algumas falas, o PSDB terá um protagonismo ainda nas eleições de 2024, no Mato Grosso do Sul e também em alguns estados brasileiros, nós temos candidaturas postas em médias cidades, em capitais, nós vamos ter 13 capitais com candidatura própria, então não é pouco. Você tem bastante e candidatos competitivos, com trabalho prestado, com gestões exitosas, com resultado de bons gestores, mas acredito,que após 2024 não vai mais ficar essa configuração partidária existente hoje, 32, 34 partidos. Acredito que no máximo de 6 a 10 partidos nós teremos nas eleições de 2026, então o que preconiza para 26? Que nós teremos fusão, teremos federação de partidos se unindo para a disputa de 2026, acho que essa vai ser a tônica, o PSDB não vai permanecer sozinho mais, ele vai agregar alguns aliados, como outros partidos também não ficarão mais sozinhos. Acredito que algumas alianças e fusões acontecerão para fortalecer, acredito que ficará alguns partidos mais à direita, alguns partidos mais à esquerda e alguns de centro (14:46) que estarão dialogando e acredito muito, que tem espaço para essas três esferas pleitearem poder, tanto nas eleições governamentais de 2026, como também na eleição presidencial que vai ocorrer em 2026, agora não vai ficar 32 partidos no Brasil para as eleições de 2026.

O Estado Assim, até pergunto então para o senhor, a federação com o MDB vai andar e pode até chegar junto o PL?

Reinaldo Azambuja: Essa discussão ocorre a nível nacional, mas ela acaba sendo debatida com os estados, o PL já é o maior partido do Brasil hoje, maior bancada, mas também o próprio PL discute possibilidade de ampliar seu arco de alianças, inclusive oficialmente, fazendo uma federação maior. O PL é um partido mais à direita, mas olha com alguns partidos de centro, então é possível que em 2026 nós tenhamos. No término da eleição de 2022 foi discutida a possibilidade de uma federação do PSDB com o MDB e com o Podemos, agora já se discute de novo a possibilidade de fazer uma federação ampliada do Cidadania, do PSDB, do Podemos, do Solidariedade. Acredito que o eixo político vai se movimentar após a eleição de 2024 para uma diminuição, você não consegue mais fazer uma eleição em 2026 com 30 partidos, você vai ter as chapas mais concentradas, as alianças mais programáticas e nós vamos ter uma diminuição do número de partidos com certeza na eleição de 2026. Aonde o PSDB estará eu não sei, mas é uma discussão que tem ocorrido com a cúpula. Faço parte da executiva nacional para ver qual o melhor eixo, a única coisa que creio muito é que o PSDB deve permanecer como um partido mais ao centro, que discute políticas públicas, que trata gestão com responsabilidade, acho que deve ser o eixo que a gente vai estar com alguns outros partidos para 2026.

O Estado: A campanha para o Senado, fala-se que o senhor será o candidato em 2026, (17:12) o senhor já definiu, já pensou ainda muito cedo para pensar em quem vai dobrar com o senhor?

Reinaldo Azambuja: Essa definição não está tomada, primeiro que é 2024 que monta 2026, o tabuleiro de 2024 projeta a eleição geral de 26, no nível de governo do Estado, a prioridade nossa, e posso falar com muita tranquilidade, porque isso tenho debatido dentro do partido, é a reeleição do governador Eduardo Riedel. Essa é a prioridade, continuidade da plataforma de governo que terminei, ele implementou um novo governo, moderno, eficiente, que está dando sequência às políticas públicas que nós começamos, mas está aprimorando algumas outras políticas públicas que são boas para Mato Grosso do Sul. A dinâmica econômica do Estado muito forte, balança comercial, PIB, emprego, indústria, geração de oportunidades. Isso é muito forte ainda no Mato Grosso do Sul, está continuando bem. Então, a prioridade para 2026 é fortalecer o projeto de reeleição do governador Eduardo, Nós temos duas vagas de Senado, as composições da Assembleia Legislativa, da Câmara Federal, é muito precoce você falar sobre isso agora. Assim, vamos olhar 24, vamos olhar o eixo da formação dos novos partidos, e aí sim nós vamos discutir no momento apropriado que vai ser o início de 2026, qual o arco, qual a formação, e política é muito dinâmica, muda muito, se você falar de política como antecedência de dois anos, muitas vezes você não sabe nem o que vai acontecer lá na frente, acho que agora é olhar 24, como saiu o tabuleiro, as forças políticas, qual foi o sinal que a população deu para os 79 municípios, e, a partir daí buscar a formação de um arco de aliança forte. O exemplo é o Eduardo que teve 73 prefeitos apoiando e se tornou governador, quer dizer, não ganhou eleição sozinho, ganhou porque estava calcado num bom programa de governo, e num forte apoio político, e com uma boa proposta para a população. Acho que esse eixo aí fortaleceu para o Eduardo ser eleito governador do Estado.

O Estado: Essa aliança com o PL deixou rusga com a senadora Tereza?

Reinaldo Azambuja: Claro que a Tereza tinha como certa a decisão do PL apoiar a candidatura da Adriane, agora essa não foi uma decisão, uma decisão criada por nós, a opção do PL apoiar o PSDB em Campo Grande foi opção do P. É claro que nós conversamos, debatemos, discutimos programa, discutimos fortalecimento da política do PSDB e do PL, agora a decisão foi deles, agora cria, claro, mas se você olhar, hoje, as maiores alianças que nós temos é com o PP. Hoje, a maioria dos candidatos que nós apoiamos são do PP, e as maiorias das alianças do PP é com o PSDB, aonde o PSDB indica o vice, o PP indica a cabeça, onde o PSDB indica a cabeça de chapa, o PP indica o vice, então continua sendo o maior arco de aliança nosso, e nessa discussão de 2024 foi muito falado a importância da senadora Tereza, do PP como partido aliado e como partido que com certeza em 2026 vai protagonizar também bons nomes nesse arco de formação política para as eleições gerais de 2026.

O Estado: Fala-se que o PSD e o PL tentam levar o governador Riedel para ingressar numa dessas duas siglas, confere a informação?

Reinaldo Azambuja: Quem que não gostaria de ter um governador com a experiência e com o equilíbrio do Eduardo, claro, o Kassab já teve essa conversa, o próprio PL debate isso, mas o governador está muito tranquilo, ele vai e fala, nós vamos terminar as eleições de 2024, agora com a formação do jeito que nós estamos aí. Vamos olhar quais as fusões e federações para 2026, e posso te garantir que não vai ficar do jeito que está, as forças vão se movimentar e diminuir de 32 partidos para 8, tem alguns que apostam que serão 7, outros falam que serão 10, mas olha a diferença, no momento que você diminui de 32 para 8 ou 10. Então vai ter um rearranjo, claro, de forças políticas e tenho certeza que onde o Eduardo estiver é onde estará a boa política, a política de resultado que defende as concessões, o capital aberto, as parcerias público-privada. Essa é a tônica do nosso governo, foi comigo e continua sendo, e governo tem resultado, se você olhar hoje Mato Grosso do Sul, é o maior investimento per capita, o que significa? Que é o Estado que mais investe do imposto pago pela população, nós temos políticas públicas que estão dando certo, se você olhar, eu não vi o número de 2024, mas acho que Mato Grosso do Sul deve estar perto de quase 20% do orçamento em investimento, isso são pouquíssimos estados do Brasil que têm essa capacidade, acho que nós não podemos abrir mão disso, é uma construção de gestão, que acabou dando resultado em entregas para a população e claro, que o governador Eduardo é cobiçado por esses aí, você citou os dois, e também outros partidos já falaram com ele da possibilidade de ele migrar, mas ele não vai fazer isso sem estar dentro de uma composição com os nossos aliados e com as lideranças que compõem o nosso partido.

Por Alberto Gonçalves e colaborou Daniela Lacerda 

 

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