Empresa que recebe óleo afirma que repasse de resíduos vai trazer mais visibilidade para o mercado de biocombustíveis
Em Campo Grande, a empresa Katu Oil, que coleta óleo de fritura usado, afirma movimentar pelo menos R$ 1 milhão na Capital. Com a abertura de novos mercados anunciada pelo governo brasileiro aos americanos, a exportação de UCO o (Used Cooking Oil), ou seja, óleo de cozinha usado do Brasil, que recebeu o CSIV (Certificado Sanitário Internacional Vegetal), representa significativa oportunidade de mercado nacional e também estadual, já que a expansão trará ainda mais oportunidades para Mato Grosso do Sul, que tem como meta até 2030 o carbono neutro.
O UCO, resíduo de óleos e gorduras vegetais usados em cozinhas e frituras na indústria alimentícia, é aproveitado como matéria-prima para biocombustíveis, incluindo biodiesel e combustível de aviação sustentável.Para atender às exigências dos EUA, o DIPOV (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal) do Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) emitirá certificação de rastreabilidade, identidade e origem do produto, baseada em auditorias dos procedimentos de autocontrole dos estabelecimentos armazenadores e exportadores.
A exportação de UCO do Brasil para os Estados Unidos representa significativa oportunidade de mercado, impulsionada pela crescente demanda norte-americana por biocombustíveis. Em 2023, os EUA importaram aproximadamente 1,4 milhão de toneladas métricas de UCO, quantidade suficiente para produzir 2,27 bilhões de litros de biocombustíveis. O volume representou importação total de cerca de US$ 1,66 bilhão. Os principais fornecedores de UCO para os EUA foram China, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e Chile.
Localizada na Capital, a Katu Oil, responsável por receber o óleo que será enviado para a industrialização, já movimenta cerca de R$ 1 milhão. No entanto, com a expansão de mercado, a expectativa é que a atividade, já que ainda hoje a atividade de conscientização caminha a passos lentos quanto.
O gerente de operações da Katu Oil, Tiago Shigemoto, explica que hoje o principal motivo para o país investir nesse tipo de operação é a economia, que é onde tudo acontece. Afinal, precisa haver o investimento do macro, para se chegar ao pequeno. “Hoje, os EUA e a Europa têm metas estabelecidas que precisam cumprir com relação a redução de carbono [Assim como MS]. Eles estão correndo atrás de resíduos zero carbono no resto do mundo. Nós ainda não sabemos o preço que é pago, porque não éramos o exportador desse óleo, a gente faz o trabalho de formiguinha como empresa e repassa para uma empresa que vai vender esse óleo”, pontuou sobre o cenário estadual correlacionado a pauta exterior.
Visão de especialista
O economista e especialista em ESG e em Gestão Ambiental da Sustentabilidade, Pedro Franco, argumenta que a exportação de óleo de cozinha usado para os EUA pode trazer uma nova fonte de receita para Mato Grosso do Sul. “Contribui para a diversificação econômica do Estado e transforma um subproduto que seria descartado pelo setor alimentício em recurso valioso para a produção de biocombustíveis, promovendo práticas mais sustentáveis ao reduzir a poluição ambiental”, pontuou o especialista.
Por Julisandy Ferreira
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