Campo Grande registra média de 35 acidentes de trânsito por dia

Foto: Marcos Maluf
Foto: Marcos Maluf

Campanha do Maio Amarelo começa hoje para conscientização de condutores

As maiores causas de acidentes de trânsito, atualmente, são as ações humanas, ou seja, a maioria das ocorrências são originadas com uma infração do condutor, ou até mesmo do pedestre. A campanha do Maio Amarelo, que visa a conscientização da população para acidentes e mortes no trânsito, foi lançada, com isso, os órgãos públicos intensificam as campanhas educativas na área urbana e nas rodovias de Mato Grosso do Sul.

A ação terá um apoio integrado da PRF (Polícia Rodoviária Federal) e da CCR MSVia no controle das rodovias, e, em nível urbano, do BPMTran (Batalhão de Polícia Militar de Trânsito), ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito) e Corpo de Bombeiros. O objetivo é instigar a conscientização dos condutores, o mote da campanha deste ano suscita para a correção de atitude do condutor que é o grande causador de acidentes.

“A gente observa que as pessoas, quando falam de acidente de trânsito, gostam de atrelar a questão do acidente à questão viária, situação da via, mas, na verdade, a grande parte dos acidentes que acontecem ainda são pela ação humana. Então, é a pessoa que escolheu se pôr numa situação de risco. Queremos evitar e, também, despertar que através do seu comportamento, como condutor, você pode evitar acidentes. A campanha desse ano ela foca nisso, que a paz no trânsito começa por você, para que a pessoa tenha esse comportamento defensivo, que entenda um trânsito como um direito social, todos têm direito a transitar na via, na velocidade da via”, pontua o tenente-coronel, Carlos Augusto Regalo, comandante do BPMTran.

Na área urbana, o tenente-coronel mostra que os números são alarmantes. Em 2024, a média em Campo Grande é de mil acidentes por mês, em torno de 30 a 40 por dia, desses, um terço é com vítima. O Renaest (Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito) mostra que no Estado, de janeiro a dezembro de 2023, foram 11.280 acidentes de trânsito, do qual 19.610 pessoas ficaram feridas e 9.144 foram vítimas fatais. O comandante do BPMTran alerta sobre os efeitos negativos que os acidentes causam, sobrecarregando o sistema de saúde.

“Temos uma média de 10 pessoas ao dia sendo encaminhadas às unidades de saúde por conta de acidente de trânsito. É uma média muito alta. Em resumo, temos em média de 300 acidentes com vítimas por mês na capital. Isso é grave, porque o acidente de trânsito quando provoca uma vítima, consequentemente, essa vítima é internada, mas não fica um dia, às vezes, ela vai passar meses internada no hospital, e ela vai criando um efeito em cascata. Hoje são 10, mas esse 10 de hoje vai somar com os 10 de amanhã, com os 10 do outro dia, e isso vai causar até um congestionamento nas unidades de saúde. Tem outras pessoas que são prejudicadas, aquelas que têm cirurgias eletivas, pois quando vem uma pessoa acidentada ela fura a fila, atrasando a ordem”, destaca.

“A educação é tudo!”, exclama o presidente da Agetran, Paulo da Silva, ao explicar sobre a importância da campanha, mencionando que a educação para o trânsito, significa salvar vidas. “O Maio Amarelo é o incentivo às pessoas a serem organizadas no trânsito. O poder público tem o papel da organização, mas o usuário do trânsito, o pedestre, os motoristas, os motociclistas, eles também têm que cuidar daquilo que eles fazem no trânsito para evitar mortes”, pontua.

O presidente revela que intensificarão as Blitz na cidade. Há poucos dias como titular, Paulo da Silva revela que a meta é melhorar a fiscalização de trânsito, e pontua dois fatores para auxiliar na redução de acidentes no trânsito.

“A fiscalização do trânsito ela é o fator regulador do trânsito, quando você não tem fiscalização as pessoas fazem o que elas querem, então, dois fatores são importantes para isso, o primeiro é a educação, vamos tentar fazer campanhas educativas para melhorar o comportamento, quando você melhora o comportamento, você evita o número de acidentes. Quando isso não é possível só da forma educacional, é necessário a fiscalização, a nossa agência tem a responsabilidade de fiscalizar o trânsito urbano, e, ai as penalizações são necessárias, porque dói no bolso, assim o cidadão arruma um jeito de ser educado da pior forma”.

Nas rodovias, o superintendente da PRF, João Paulo Pinheiro Bueno, também diz que vai intensificar as fiscalizações. Dados da polícia federal, apontam 1.621 acidentes nas rodovias, de maio de 2023 a março de 2024, dessas 498 foram consideradas graves. Ainda revelaram que 1.833 pessoas ficaram feridas e 166 morreram nas ocorrências. Porém, Bueno afirma que em 2024 houve uma redução de acidentes nas rodovias.

“Observamos que no começo desse ano, tivemos uma redução da quantidade de acidentes. Contudo, no mês de abril houve um aumento, então temos uma preocupação. As rodovias têm um trânsito tranquilo, mas os acidentes aumentaram, liga um sinal de alerta para a gente ficar mais atento nas nossas fiscalizações”.

Questionado se essas medidas educativas são funcionais, o superintendente revela que são melhores que as fiscalizações. “Quando a gente faz a intensificação dessas campanhas educativas, a gente consegue atingir o nosso objetivo de maneira mais eficiente. É mais eficiente do que a própria autuação. Fazer a conscientização do motorista, acredito que seria o melhor caminho para a gente conseguir a redução do número de acidentes de trânsito”, enfatiza.

Por Inez Nazira

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