A madrugada desta quinta-feira (25) foi marcada por uma operação de transferência de pelo menos 20 presos, membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) e do Clã Rotela, da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, cidade do Paraguai que faz fronteira com Ponta Porã. A medida foi tomada para evitar novos confrontos entre os detentos das duas facções.
Na tarde de quarta-feira (24), quatro pessoas foram mortas durante uma rebelião na penitenciária. O motivo do confronto entre os internos tem a ver pela ‘guerra’ envolvendo facções criminosas instaladas na região.
Conforme informações preliminares, membros do “Clã Rotela” teriam entrado em pavilhão destinado aos integrantes do PCC, facção rival, iniciando o confronto, provavelmente na noite de terça (23), quando uma mensagem de celular, supostamente encaminhada de dentro da unidade, dizia “SOS”, sigla universal para socorro. A partir de então, começaram os detentos começaram a trocar tiros dentro da penitenciária, resultando em quatro mortes e três feridos.
O comissário Ignacio Muñoz, diretor da Polícia Nacional no departamento de Amambay, confirmou a transferência dos presos para estabelecimentos penitenciários de maior segurança. Segundo informações da imprensa paraguaia, os 15 integrantes do PCC foram levados para o presídio de Concepción, enquanto os 5 membros do Clã Rotela foram transferidos para a penitenciária de Coronel Oviedo.
O confronto anterior, que deixou um rastro de violência e morte, mobilizou equipes da polícia e da Força-Tarefa Conjunta (FTC), grupo de elite das Forças Armadas do Paraguai, que adentraram o presídio após a troca de tiros entre as facções rivais. A apreensão de uma pistola 9 milímetros, cerca de 300 facas artesanais, drogas e até explosivos revelou a gravidade da situação. Contudo, funcionários da penitenciária afirmam que ainda existem armas em posse dos presos.
Entre os mortos no confronto estão Pedro Javier Cabañas Florenciano, associado ao PCC, e três membros do Clã Rotela, Jonathan David Melida, conhecido como “Ciudad”, Ignacio Barrios, apelidado de “Toto’i”, e Oscar David Giménez.
Dos três feridos, apenas dois tiveram suas identidades reveladas, Roque Andrés Giménez Benítez, paraguaio, e Edson Figueredo Medina, brasileiro. Ambos receberam atendimento médico no hospital da cidade e foram posteriormente levados de volta ao presídio. O terceiro ferido, atingido por um tiro na barriga, permanece hospitalizado.
Investigações preliminares sugerem que o confronto teve início devido a uma falha de segurança, com o portão entre os pavilhões das duas facções deixado aberto, permitindo que membros do PCC invadissem as celas do Clã Rotela. A troca de tiros e o uso de facas artesanais resultaram em uma cena de horror, registrada em vídeos gravados por outros presos.
A superlotação da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, projetada para 920 internos, mas atualmente abrigando mais de 1.360, a maioria ligada ao PCC, aumenta a tensão e os riscos de conflitos dentro da prisão.
O Clã Rotela, principal rival do PCC no Paraguai, liderado por Armando Javier Rotela, conta com pelo menos sete mil integrantes, tornando imperativa a adoção de medidas preventivas para conter futuras explosões de violência no sistema carcerário paraguaio.
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